Capitulo 02 - Enfrentando Piedade Bracho

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Y este corazón que miente
Y que intenta parecer valiente
Mas no te puede dejar de pensar

Dulce Maria

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     A dor já era uma velha conhecida de Paulina Martins, mas dessa vez considerava diferente, algo que nunca havia sentido antes. Quando chegou a casa Bracho não imaginava que os laços se entenderiam tanto e que ela fosse ficar totalmente desolado como estava agora.

    A saída da usurpadora foi sofrida não só para ela, Paulina sentiu que o olhar de Rodrigo expressava as mais sinceras desculpas pelo jeito explosivo do irmão. Não era culpa dele, tampouco, de Carlos Daniel.

    A única culpada era ela que cedeu todas as chantagens daquela mulher. Se tivesse sido um pouco mais teimosa ou até mesmo fugido na época, não estaria em meio às lágrimas naquele quarto de pensão.

    Ela até agradeceu aos céus pelas crianças estarem na cama e vovó Piedade e Patrícia ocupadas em um cômodo qualquer da casa. Assim que alcançou o portão da mansão Bracho de maneira apressada, Paulina não demorou a conseguir um táxi que a levou até a tal pensão, pertencia a um casal de idosos muito simpáticos que para não deixá-la ainda mais constrangida não fizeram perguntas sobre o estado desgrenhado que ela estava e apenas a guiaram para um quarto disponível.

    Quando foi deixada sozinha novamente, sua ficha realmente caiu: uma usurpadora, somente uma usurpadora e nada mais que isso.

    Nunca passaria desse título que lhe foi agregado e o que restou fora apenas o rancor que aquela família estaria sentindo por ela.

    — Meu Deus, peço que o senhor me dê forças para passar por tudo!

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    A mansão nunca esteve tão fria e combinava perfeitamente com a noite chuvosa do lado de fora da janela. Rodrigo e Carlos Daniel ainda permaneciam imóveis dentro do quarto de Paola, não haviam palavras suficientes a serem ditas. Desde a descoberta o momento que tanto almejavam era a revelação de todo o esquema sujo dessas duas mulheres idênticas.

    — O que pretende, Carlos Daniel? – perguntou o irmão. Rodrigo compreendia a corda bamba que estavam vivendo, porém era totalmente equivocado manter a usurpadora com eles mesmo após todo ocorrido. Eles precisariam ter muito jogo de cintura para lidar com às crianças, com a fábrica e também a vovó Piedade.

    — Amanhã mesmo procurarei por Paola para obrigá-la a assinar o divórcio – respondeu Carlos Daniel. Ele não tinha ideia de como procurá-la, mas se fosse preciso contrataria um detetive particular — Também conversarei com todos para deixá-los conscientes da situação.

    — Vai contar para os meus sobrinhos? – A maior preocupação eram eles, principalmente o menino. Temia pela sua saúde tão delicada — Carlinhos perguntará pela mãe, Carlos Daniel!

    — Carlinhos não tem mãe! A única mãe dele morreu no nascimento da irmã – aquela mulher não era mãe dele, foi muito boa com seus filhos, mas não era a mãe e nunca seria.

    — Ele acha que sim! Sabe de uma coisa, não sei se fizemos bem em mandá-la embora.

    — Rodrigo, o melhor a se fazer é esquecer que um dia ela entrou por aquela porta.

    Carlos Daniel esqueceria todos aqueles meses que viveu com ela achando ser a sua esposa e seria como se nunca houvesse cruzado o caminho de Paola e sua sósia. A família aos poucos se ajustaria ao novo dia a dia da casa e a fábrica era só dar continuidade no que haviam planejado. Não tinha como não conseguirem seguir em frente.

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