A Usurpadora

Capítulo 03 - A Volta de Paola Bracho

Mundos divididos
Por una sombra de traición
Caminos que se unen
Sobre ríos de dolor

La avaricia fue sembrando
El veneno y la ambición
Entre dudas y un abismo
Corazón que miente, corazón

David Bisbal

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Duas semanas mais tarde:

    Paulina terminava de se arrumar com algumas roupas que conseguiu na pensão, calça jeans e uma camiseta de botão branca. Nada muito elaborado, porém o suficiente para estar apresentável, iria em uma entrevista de emprego para vaga de acompanhante de uma senhora.

    Como morava em um bairro afastado, o caminho feito pelo ônibus foi longo e ela até reconheceu a igreja central, a mesma que fora tantas vezes com a vovó Piedade. Como estaria ela? Será que a odiava?

    Assim que chegou ao seu destino reparou que era uma casa modesta. Não tão grande como a dos Brachos, porém a elegância e sofiscação estavam presentes em todos os detalhes.

   — Olá, bom dia! A senhora Loudes já irá recebê-la, me acompanhe. – falou a empregada que a guiou até a sala de estar.

    Paulina logo foi deixada sozinha pela mesma que saiu em busca da patroa. Ela estava nervosa, seria o seu primeiro emprego na capital e não fazia ideia do que esperar. Ao mesmo tempo sentia-se liberta, agora sim era ela. A versão que tantas vezes teve que esconder para a tentativa falha de ser a outra, no final, nada valeu a pena.

   — Bom dia, senhorita! – cumprimentou a senhora – Sou Lourdes.

   — Olá senhora, muito prazer! Me chamo Paulina Martins.

    Então se deu início a uma longa conversa, Paulina soube que caso aceitasse precisaria não só acompanhar e cuidar do bem-estar da senhora e sim morar lá também. Foi explicado a rotina da casa, os remédios que precisaria garantir serem ingeridos no horário correto e o comportamento difícil da mãe de Loudes.

    A mulher a definiu como uma senhora de temperamento instável, não só pelos agravos da idade, mas de opinião muito forte.

   — Posso contar com a sua ajuda, Paulina? – perguntou Lourdes bastante ansiosa, teve uma primeira impressão bastante positiva dela. Finalmente achou uma pessoa discreta, calma e que aparentava ser profissionalmente competente.

   — Totalmente, senhora! – concordou — Quando posso começar?

   — Te espero amanhã! Se possível traga suas coisas que Brígida te ajudará a organizá-las.

    — Até amanhã, senhora! Obrigada pela oportunidade! – agradeceu Paulina

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    As duas semanas que secederam a saída da usurpadora, a mansão Bracho se apossou de uma sensação de receio perante a incerteza do estava por vir.

    Vovó Piedade decretou silenciou absoluto em todos aqueles que foram contra a sua protegida: Carlos Daniel, Estephanie, Willy e Rodrigo.

    A senhora da casa passou a fazer suas refeições no quarto, assim como quando era inválida. Apenas depositava sua atenção nas crianças e nos fiéis amigos empregados, principalmente Adelina. Os netos não sabiam o que fazer diante de tanta indiferença.

    Conforme os dias passavam, as desculpas dadas pelo pai, já não eram suficientes para conter Carlinhos. O menino estava mais agressivo, chorão e teimoso. Ele também se negava a comer e assistir suas aulas particulares em casa.