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Maiara Carla

Lila: estou grávida.

Olhei nos olhos de Marília tentando encontrar algum resquício que indicasse que aquilo era uma brincadeira ou mentira, mas não tinha ela não estava mentindo, mas eu não posso aceitar isso.

Mai: não quero saber de nada - disse me afastando.

Lila: Maiara meu amor - ela tentou se aproximar e eu me afastei novamente - porque está agindo assim? Você queria um filho queria uma família.

Mai: eu queria sim queria com a Marília que eu conheci com a Marília que me ama que era solteira que também queria uma família comigo, que não tinha filho, com ela eu queria, com você eu não quero nada - vi as lágrimas molharem o rosto de Marília.

Queria sair correndo, fugir, queria esmurrar a parede até ver o sangue escorrer de minhas mãos, porque dói tanto, minhas lágrimas insistem em cair mas não vou deixar isso acontecer.

Lila: eu sou a mesma Marília, não entendo o porque o fato de ter filho te assusta tanto ou o fato de eu ter mentido pra você ou o fato de eu ser sim casada ou a droga das mentiras que falei, porque não enxerga que eu gosto de você ou acha mesmo que eu estaria aqui agora se não me importasse - ela cuspia as palavras enquanto andava em minha direção.

Mai: porque dói muito, nem eu mesma sei o porque essa dor é tão insuportável assim - disse me afastando.

Lila: eu deixei um homem incrível para trás porque quem eu realmente amo é você - ela disse segurando em minha mão - eu amo você.

Mai: pois volte pra ele - ela balançou a cabeça lentamente em negação - volte pra ele, você jamais deveria ter vindo.

Lila: não acredito...

Mai: eu que não acredito que você teve coragem de me fazer de idiota por todo esse tempo, e além do mas nem sei se essa criança é minha - gritei.

Lila: está me chamando de vadia? - ela rebateu alterada - acha que eu sou uma vadia que abro as pernas pra qualquer um ?

Mai: e não é isso que é? - perguntei olhando naqueles olhos que agora derramavam lágrimas, como estava me doendo dizer aquelas coisas - vai saber pra quem mas você abriu as pernas.

Fechei os olhos ao sentir um tapa estalado em meu rosto, levei a mão até o lugar e massageei.

Lila: nunca mas - ela chorava via a raiva em seu olhar - nunca mas abra a sua boca pra falar de mim , eu vou sumir da sua vida e você vai se arrepender, porque essa criança que está aqui dentro é sua.

Vi ela virar as costa,mas antes dela alcançar a porta ela virou de volta pra mim.

Lila: e quer saber de uma coisa eu fui uma vadia sim....- ela andou lentamente até mim e olhou no fundo dos meus olhos e concluiu - quando me deitei com você.

Mai: vo...

Lila: ainda não terminei, agora você vai ouvir, não sou de me arrepender dos meus atos mas se tem uma coisa que eu me arrependo é de ter me deitado com você, uma mulher tão baixa e sem escrúpulos como você, uma mulher que não sabe ser uma mulher de verdade, uma mulher de verdade jamais julgará outra ainda mas se estiver numa situação bem pior, passar bem.

Vi Marília sair de meu apartamento lentamente, aquilo estava me rasgando por dentro, vi a porta fechar e cai no sofá, soquei o travesseiro, derrubei tudo de cima da mesa de centro.

Levantei atordoada sai socando a parede, queria me rasgar, queria poder arrancar essa dor de mim.

Mira: ouvi gritos - ouvi a voz da minha mãe - filha - ela correu até mim e me abraçou apertado - oque houve meu amor?

Mai: eu a perdi - minha mãe me apertou ainda mas em seus braços - porque dói tanto mãe.

Mira: oh filha - sentia minha mãe fazer um leve carinho em minha costa - dói porque você a ama, pode me contar oque aconteceu?

Mai: não sei se consigo mãe.

Mira: tente..

Mai: ela se chama Marília Mendonça...

E assim Maiara contou tudo para sua mãe, com excessão as noites de amor com Marília.

Almira não soube oque falar, continuou a fazer carinho na filha.

Mai: ela disse está grávida - me afastei de minha mãe - e eu disse coisas horríveis pra ela mãe -voltei a chorar.

Mira: se você a ama vai atrás dela, pede desculpas e tenta conversar com ela - neguei - ela errou, mas você também errou em julga-la, nem deu uma chance dela tentar se explicar.

Mai: acho melhor eu esquecê-la mãe - levanto enxugando meu rosto - eu vou superar né.

Mira: dessa vez eu acho que não - as lembranças dos momentos felizes que tive com Marília voltaram a minha mente e eu voltei a chorar - não vai passar filha.

Mai: mãe, eu...eu vou atrás dela.

Peguei as chaves do meu carro e desci correndo por estacionamento, entrei em meu carro e sai rapidamente precisava achar Marília, ao longe vi um táxi indo bem lento imaginei ser oque Marília estava, me aproximei e vi pela janela do carro Nayara com o Léo.

Acelerei ainda mas o carro e fiz sinal pro motorista parar, o mesmo não ligou muito e acelerou, eu comecei a buzinar sem parar.

Vi Marília virar o rosto e seus olhos se encontraram com os meus.

Pedi mas uma vez pro motorista parar mas ele não parou, vi Marília dizer algo pra ele e logo o carro encostou.

Parei meu carro e desci correndo fui em direção ao táxi e vi Marília descer.

Mai: Marília eu...

Antes que Marília chegasse até mim um carro que vinha em alta velocidade pegou ela em cheio vi a mesma rolar por cima do carro e seu corpo cair no chão, seu rosto sangrava.

Corri até Marília e o motorista veio prestar socorro disse que não viu Marília ele tentou se explicar de todas as formas mas não estava nem aí eu só queria saber se ela estava bem.

Nayara veio desesperada e Leo chorava muito, acho que ele não estava entendendo oque estava acontecendo mas queria a mãe dele.

Nay: ela está sangrando - ouvi Nayara dizer em meio ao desespero, olhei para suas pernas e vi a poça de sangue - o bebê, ela vai perder o bebê.

A ambulância não demorou a chegar assim como a minha mãe.

Eu não conseguia chorar estava em estado de pânico não conseguia raciocinar muito bem,  a única coisa que eu ouvia era o barulho do carro freando e o grito de Marília.

Mira: filha - minha mãe segurou em meu rosto - Ela vai ficar bem - me abraçou apertado.
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Boooom!

DUAS DE MIM?Onde histórias criam vida. Descubra agora