16 January 2024. New York, Manhattan.
Quando eu acordei de manhã, eu esperava estar na minha cama e sozinha, o que eu não esperava era acordar sendo a conchinha menor em um dos puffs do lado do meio irmão do Will.
Lentamente sentei no puff sentindo os braços do Abner me soltando e esfreguei meus olhos me espreguiçando um pouco, levantei do puff ouvindo barulho de lá debaixo e saí do quarto começando a descer as escadas em direção a cozinha que era de onde tava vindo o barulho abrindo a porta.
— Bom dia dorminhoca, tudo bem? — Annabeth perguntou levantando do balcão e vindo bagunçar meu cabelo mais do que já tava.
— Alguém teve uma ótima noite de sono aparentemente. — Thalia falou com um sorriso sugestivo do lugar dela na mesa tomando um gole do energético que ela tinha na mão.
Olhei pra ela levemente confusa mas resolvi não comentar indo até Percy e sentando na cadeira do lado dele agradecendo silenciosamente quando ele me passou um prato de panquecas.
— Quer contar o que rolou entre você e o Abner? — Will perguntou girando a colher na xícara de chá verde que ele tomava toda manhã.
— Do que ce tá falando? — Falei tomando um gole do meu suco de laranja.
— Vai se fingir de boba mini percy fêmea? — Leo perguntou se inclinando contra o Jason enquanto tomava um gole do café sem açúcar e colocava a xícara na mesa.
— Você normalmente não fica muito perto de garotos ou puxa muita conversa. — Annie completou e colocou a mão na boca do Percy antes que ele pudesse falar alguma idiotice o que me fez rir um pouco.
— Eu sinto como se já conhecesse ele de algum lugar, uma sensação meio de dejavu. — Falei terminando minhas panquecas. — Sabe uma sensação de você se sentir atraído por alguém como uma mariposa se atrai por uma chama? De quando a pessoa está por perto nada mais importa? — Falei trazendo as pernas pra perto do peito e deitando a cabeça por cima.
— É claro que sim. — Annie, Will, Jason e Thalia responderam ao mesmo tempo olhando para seus respectivos parceiros com um sorriso boiola.
Suspirei e fechei os olhos por um momento até que senti a mão de Annie nas minhas costas.
— É estranho a primeira vista, mas depois de um tempo é o melhor sentimento do mundo. Como se o seu coração fosse explodir dentro do peito por simplesmente ter essa pessoa por perto, é estranho mas só você pode entender seus sentimentos querida. — Annie falou naquela voz dela que parecia que podia apagar todos os problemas do mundo em segundos.
Enquanto ela tava falando o Percy lambeu a mão dela fazendo ela tirar a mão dela da boca dele.
— Eu acho uma péssima ideia viu. Mas eu tenho uma melhor ainda, que tal a gente pegar ele e meter fogo? — O Percy falou cruzando os braços e se inclinando na cadeira recebendo aquele olhar da Annie que fez ele calar a boca.
— Ignora ele estrelinha, ele só tá com ciúme e preocupado. — Annie falou voltando pro olhar gentil dela que era reservado a um círculo pequeno de pessoas.
Olhei pra cima e dei um sorriso pequeno pra ela.
— Obrigada Annie, acho que eu precisava até demais disso. — Falei e levantei da cadeira abraçando ela rapidamente.
— Se ele te machucar a gente tá aqui tanto pra limpar suas lágrimas quanto pra fazer ele aprender uma lição. — Thalia falou e todo mundo começou a expressar concordância.
— Eu nem sei o que eu sinto ainda Thals, se acalma. — Resmunguei levemente corada e saí de lá com um prato com alguns docinhos quando ela e o leo começaram a fazer barulho de beijo, porque eu tinha que ter primos tão irritantes?
Subi as escadas pro meu quarto e entrei lá encontrando o Abner acordando.
— Eai dorminhoco. — Falei tentando fingir normalidade enquanto notava o quão lindo o cabelo loiro escuro dele parecia bagunçado de sono me sentando do lado dele.
— Hey Morg. — Ele falou em voz grogue de sono me fazendo soltar um riso baixo e estender o prato de doces.
— Quer? Minha mãe normalmente deixa algumas coisas congeladas quando ela faz receitas novas, então tem macarons, deve ter um pedaço de bolo e mais alguns doces. — Falei estendendo o prato pra ele enquanto me arrumava no puff.
— Nunca vou negar um doce. Já comeu? — Abner perguntou enquanto pegava o prato e começava a comer um macaron.
— Já sim. Comi umas panquecas que a Annie fez com suco de laranja. — Falei inconscientemente colocando minha cabeça no ombro dele enquanto o assistia em silêncio.
— Algo estranho de se dizer mas você parece um mini coala, só que mais fofo. — Abner disse colocando o prato longe e movendo as mãos dele, depois de limpar em um guardanapo é claro, pro meu cabelo começando a fazer uma trança no comprimento ondulado.
— Devo considerar isso como um elogio? — Eu nunca admitiria mas eu 𝘵𝘢𝘭𝘷𝘦𝘻 tenha agido como um coala considerando que eu abracei ele de lado ficando basicamente como um coala ficaria com sua árvore favorita.
— Acho que sim. Gosto de coalas, e eu gosto de você. — Ele falou como se estivesse falando do clima. — Pergunta, e os seus pais? — Ele perguntou alguns minutos depois já que eu não tinha respondido ao comentário anterior.
— Eles foram numa espécie de lua de bebê em Miami na casa de praia da vovó Lizzie antes do Achilles nascer. — Respondi fechando os olhos enquanto sentia as mãos dele fazendo uma trança, chutei uma trança francesa.
— Achilles? Como o do mito? — Perguntou olhando pra mim com um olhar curioso.
— É. A família do meu pai é grega e a minha mãe é particularmente fascinada por mitos, acho que puxei isso dela. Eu fui nomeada pelo mito celta de Morgana Le fay, o Percy pelo mito de Perseus, Tyson já veio com esse nome quando foi adotado e Achilles é meu irmãozinho não nascido, o nome dele tecnicamente é Kaiser Achilles mas eu gosto mais de Achilles então foi um consentimento mútuo de todos os irmãos que iríamos chamar ele de Achilles. — Respondi segurando a mão dele começando a brincar com seus dedos.
— Também gosto de mitos, qual seu favorito? — Perguntou após notar eu brincando com os dedos dele mas provavelmente não viu problema já que não comentou.
— Akai Ito, o mito do fio vermelho. — Sussurrei levemente envergonhada, normalmente as pessoas me zoavam por acreditar em almas gêmeas então eu normalmente não falava sobre mas por algum motivo desconhecido por mim eu sentia que podia confiar nele.
— Me parece legal, pode me contar sobre? — Falou estranhando a mudança de tom de voz, a frase dele me fez imediatamente abrir os olhos e arregalar eles.
— Você...você quer me ouvir falando sobre isso? — Perguntei confusa e surpresa, ele tinha que estar brincando com a minha cara.
— Eu quero ouvir 𝘷𝘰𝘤𝘦̂ falando, o assunto é outra história mas eu também tô curioso sobre. — O que ele disse me fez ficar em completo choque, alguém que não era da minha família queria me ouvir? O mundo ia acabar e eu não sabia?
— Ahhhhhhh, o mito do Akai Ito conta que no momento do nascimento os deuses amarram uma corda vermelha invisível ao olho mortal no tornozelo daqueles que estão predestinados a se encontrar e se tornam ali almas gêmeas. Acredita-se que quanto mais longo o fio, mais distante e triste as pessoas estarão, e também o contrário; quanto mais próximas as pessoas destinadas estiverem, mais curto o fio e mais felizes serão. Ainda de acordo com a lenda, não importa quantas pessoas ou quantos relacionamentos passem por nossa vida, pois só seremos felizes de verdade com a pessoa que estiver na outra ponta do fio vermelho. — Falei em um tom animado e levemente rápido que muita gente não entenderia.
Antes que ele tivesse a oportunidade de responder, a porta fez barulho e começou a abrir.
𝘔𝘦𝘳𝘥𝘢.
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Soulmates always come Back home
Dla nastolatkówAkai Ito é uma lenda japonesa que conta que no momento do nascimento os deuses amarram um fio vermelho invisível no tornozelo daqueles que são predestinados a se encontrarem e assim essas pessoas se tornam almas gêmeas