Crepúsculo do Dragão

Adeus Rennê à cobra... Olá Forks

  Acordar em um quarto estranho com uma louca batendo a porta como se fosse o fim do mundo, não recomendo. Levantei para ver o que tinha acontecido e quando passo em frente ao espelho de corpo inteiro, ainda meio zonza por levantar rápido, eu, não era eu mesma. Sempre tive cabelos escuros e olhos em tom marrom, mas agora sou ruiva de olhos verdes, corpo curvilíneo e pele clara. Passo a mão pelos cabelos, incrédula. Mas o que...o que aconteceu comigo?

    A louca continua a bater na porta, dizendo que estou atrasada eu apenas estou tentando entender o que aconteceu, quando abro a porta e vejo Bella Swan, eu finalmente começo a perceber o que pode ter acontecido. Eu morri! E agora por ironia do destino, estou presa em crepúsculo, alguém deve me odiar muito.

    – Finalmente, – ela reclama, me olhando como se eu fosse um inseto, particularmente desagradável, – Já deveria estar arrumada, estamos atrasadas...    

    – O que... – tento falar, ainda meio confusa, – atrasadas pra que?    

    – Era só o que me faltava, – ela resmunga, rolando os olhos, me olhando com ódio, – Lara você precisa de arrumar, ou vamos perder o voo, anda logo...    

    – Certo, me arrumar, – murmuro, pelo menos agora sei meu nome, – você... você esta me olhando de um jeito estranho. Como se eu fosse... uma intrusa.    

    – Uma intrusa, – ela sorri de forma irônica, – Você não passa de um desperdício de espaço, uma aberração, é melhor se comportar em Forks, ou eu acabo com você!

    Ela vira as costas e sai pisando duro, tropeça no final da escada e quase cai. É meio difícil sentir medo de uma pessoa assim, mas terei cuidado até ver do que ela é realmente capaz, sempre achei que ela fosse uma só uma songamonga. Fecho a porta e vejo "minhas" malas já prontas, procuro minha carteira e vejo meus novos documentos, sim eu sou agora Lara Swan, meus cartões de crédito também estão aqui, apenas com novo nome, lembrete mental: verificar minhas contas bancárias.

    Na Península Olímpica, no noroeste do estado de Washington, nos Estados unidos, existe uma cidadezinha chamada Forks que está quase que completamente coberta por nuvens. Nessa cidade desimportante chove mais do que em qualquer outro lugar do país. Só pra constar, eu odeio chuva, mais amo o frio. Foi desta cidade e da sua sombra depressiva e onipresente que Rennê fugiu conosco quando tínhamos alguns meses de vida. De acordo com minhas novas memórias, éramos obrigadas a passar todos os verões até os 14 anos, Bella nunca gostou, então ela bateu o pé e não viemos mais, a Lara de antes era submissa demais, e fazia tudo o que Rennê e Bella queriam, ainda sim era sempre maltratada. Elas que esperem pra ver, por que de submissa eu não tenho nada!

    Confesso que eu sempre quis conhecer forks, apesar de não gostar da história no geral, eu estava animada, talvez até um pouco demais, pelos olhares de Rennê. Charlie sempre foi um dos meus personagens favoritos, sempre achei que ele merecia uma filha melhor, se estou presa neste mundo, farei o possível para que ele seja feliz. Devo ficar o mais longe possível das fadinhas reluzentes, mesmo que eu tenha gostado da Rose e do humor ácido dela. Posso ficar perto dos lobinhos, e tentar ajudar o Jacob a superar a Bellesma, e ajudar a Léa a ver a mulher/loba incrível que ela é.

    Rennê nos levou até o aeroporto com as janelas abaixadas. Estava fazendo 24C em Phoenix, o céu estava azul e sem nuvens. Bella vestia uma camiseta sem mangas, de renda furadinha. Brega! já eu usava uma calça jeans de lavagem escura, tênis all star e camiseta branca, pra complementar usava anéis e meu colar favorito, uma replica do símbolo das relíquias da morte. Como bagagem de mão Bella tinha uma parca, eu um sobretudo preto. Quase tive um treco quando chequei as malas e vi que minhas roupas, sapatos e minha coleção de sobretudos estavam aqui, talvez os deuses não me odeiem.