Artes Sacras

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A guerra é, em muitos princípios básicos, uma arte essencialmente simples e virtuosamente prática, pois o que quer que aconteça os desfechos são óbvios e o preço muito alto para ser ignorado. Talvez, aos olhos daqueles que jamais testemunharam a carnificina e o eco da inexistência, a guerra seja, por um aspecto de inclinação e fraternidade, algo belo e contemplativo, capaz de gerar histórias inimagináveis e eventos imutáveis pelas forças do tempo uma vez que o mundo já esteja condenado. Sendo assim, a verdade por sua vez, é que a guerra é bela apenas para aqueles que não a viveram, pois ninguém saiu vencedor na primeira e ninguém sairá na última.

Fundado através das guerras, Säwnsor é atualmente não apenas o maior império de toda Analöhr, mas também um de seus maiores conquistadores, dominando penínsulas e outras regiões inteiras com suas mãos de ferro e leis irrevogáveis. Ostentando um dos maiores exércitos do continente, Säwnsor próspera onde muitos falharam, assegurando sua soberania ao controlar grande parte dos recursos necessários para a sobrevivência de reinos e ducados mais distantes, além de estabelecer pactos com a mãos mais próximas que pudessem garantir o poder que tanto prezavam; Tör Vathârr e Lethelle. Enquanto Sawnsor cresceu, tornando-se o maior império do continente, a região oeste - agora dominada por completo pelo reino de Sifrinnä e pelo reino oculto dos Qiörynn - sofreu grandes alterações em sua fauna e sua flora, adquirindo grandes enclaves flutuantes no céu e locais imersos em completa magia e segredos ocultos, sendo por muitos considerada uma das regiões mais perigosas de todo o mundo, uma vez que até mesmo a mais simples das conjurações pode ser intensificada por aquelas terras. A leste, imperam-se os ecos do passado, preenchendo a região com grandes ruínas e a intrepidez das dunas do deserto de Zaanär, um antigo oásis que há muitas eras fora destruído e que agora abriga o principado de Taullör, uma região completamente independente que mantém um exílio constante do restante do continente, buscando dominar os segredos do deserto e a magia que nele reside para assegurar a própria sobrevivência e as heranças ancestrais que uma vez dominaram a região durante a terceira era do mundo.

Construída para manter os mais pobres nos extremos e os mais ricos no centro, a cidade de Orlek é atualmente a maior cidade de todo o continente, detendo assim a posição como capital real do império de Sawnsor e a função de sustentar o castelo principal da família real Reindal Van Menggër, liderados atualmente por sua majestade real; a Rainha Fiamma Reindal Van Menggër, a primeira nascida com o poder sobre o Ynnis em séculos de linhagem, o que concedeu a ela todo o prestígio e o controle do império quando somado a sua genialidade e ganância desenfreada. Considerada por muitos como o grande centro econômico de toda Analöhr, a cidade de Orlek foi construída para segregar seus habitantes, mantendo os mais ricos ao centro e os mais pobres nos burgos ao redor da capital, vivendo nos extremos da cidade - o que incluía suas complexa rede subterrânea.

Dominada não apenas pela realeza, mas também pela religião, a fé Híllica mantém vivo o sentimento de esperança e crença entre grande parte da população do cidade de Orlek e do vasto continente, incentivando que as pessoas acreditem na santa Liríäa, a deusa do sol, e abandonem os velhos costumes deste mundo junto com os deuses que um dia o construíram. Subjugando qualquer manifestação contrária, a basílica passou a condenar qualquer movimento herético, caçando aqueles ainda devotos dos antigos divinos e dos cultos que pela sombra ainda permanecem. Com o apoio dos Siräath e a força inabalável dos Tah'Nelyr, a igreja mantém uma ordem imposta a todos aqueles que habitam o continente, dando-lhes uma falsa sensação de escolha genuína e os impondo a servidão que jamais desejaram. Graças a esse acúmulo de fatores sobrecarregando o equilíbrio do mundo, e algumas grandes casas lutando para manter o poder que uma vez conquistaram, certos conflitos se perpetuaram no tempo e, em silêncio, alguns grandes lordes ainda se dispõem a mover as peças do tabuleiro e incentivar novas batalhas.

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