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Mayumi estava no banco da frente com pequenas bagagens no seu pé, mexendo em seu celular, enquanto sua mãe, Verônica, dirigia. Já no banco de trás ficou Haruto e Kyomi, que cantavam Steal My Girl do One Direction alegremente. E é sempre bom lembrar que para ajudar no barulho ensurdecedor dos gêmeos cantando, tinha sempre um golden, chamado Pluto, latindo sem parar. As mais velhas gostavam de dizer que eles eram o trio BTP - Bobo, Trouxa e Pluto -.

Depois de algumas horas de toda a cantoria, se cansaram e acabaram caindo no sono, restando 'Yumi e 'V acordadas, estava um silêncio, mas não constrangedor, e sim confortável.

—  Pretende fazer o que quando chegar lá? — Perguntou Verônica, cortando o silêncio, ainda focada na estrada.

—  Você sabe, estudar...talvez ir em festas, coisa que adolescente faz. — Mayumi respondeu calmamente, enquanto bufava "aliviada" mas com medo de como seria esse recomeço, porém não queria demonstrar a ela.

—  Sem karatê? — A mais nova respirou fundo desviando seu olhar para seus pés que estavam inquietos.

— Não sei, parece que sem eles não faz tanto sentido. — Disse se referindo ao seu pai e avô, lutando contra as lágrimas que ameaçavam cair. 

Afinal, para a garota eles foram além do cargo de sensei e família, ambos eram seu porto seguro, e também foi eles que acabaram ensinando tudo sobre o esporte que a mesma aprendeu a amar tanto quanto eles. E modéstia a parte, Mayumi era uma lutadora impecável, bicampeã de karatê no Japão e por ironia do destino acabou fazendo outras artes marciais como muay thai e quase dominando o kung-fu, entretanto seu coração sempre pertenceu inteiramente ao karatê.

—  Não seja boba 'filhota, consigo ver no seu olhar o quanto que você ama isso. — Aconselhou Verônica, se virando rapidamente para sua filha, lançando um sorriso acolhedor, mas voltando logo em seguida sua atenção no trânsito. — Sem contar que você seria um talento desperdiçado. — Percebendo o silêncio da mais nova, respirou fundo. — Não precisa decidir isso agora, mas seria isso o que eles gostariam.

— Eu te amo, mamãe. Obrigada. — Limpou algumas lágrimas que acabaram caindo, encostando sua cabeça na janela para dormir.

Verônica sempre tentou se mostrar forte para seus pirralhos, mesmo que nem ela mesma sente que é.

Depois que Hiroshi faleceu, ela parecia ter perdido uma parte dela, ambos foram o amor da vida um do outro, opostos, mas se completavam de alguma maneira. Hiroshi era e sempre foi um homem generoso, um marido atencioso e um pai impecável, e mesmo que em sua adolescência ele tenha participado do cobra kai, o mesmo parecia ter sido o único que não havia se contaminado com as regras do dojo, e foi isso e outras qualidades que tinha que fez V o amar tanto. Porém, Verônica se sentia feliz sabendo que seus filhos tinham uma relação tão amorosa com seu pai, já que V acabou tendo uma criação oposta, mas ela não se deixou abalar com isso, afinal tinha a vida dela dentro do carro, e isso era o mais importante.

Após algumas horas, estavam chegando no novo lugar que morariram, entretanto a mais velha não os acordaria se uma bolinha de pelo não tivesse começado a latir para um ciclista aleatório, acordando a todos. E diferente de Mayumi que ainda estava adormecida, Brian e Thalia começaram a bombardeá-la com perguntas do tipo "Já chegamos?" ou "Quanto tempo falta para chegar?"

—  Acabamos de chegar. — Mentiu Yumi, que aparentava estar cheia com a gritaria deles.

— Sério? — Perguntaram em uníssono.

Perfect, Robby KenneOnde histórias criam vida. Descubra agora