•Wednesday Addams•
Conversar com meu pai não era de todo mal, mas não era algo na qual eu gostava, pelo menos não quando se tratava de assuntos fúteis e entediantes, e por isso, optei por ignorar a chamada, não havia motivos para atender, quando não demoraria para eu estar em casa, onde teríamos uma conversa civilizada, apesar de não ser algo que eu desejo.
- Estou indo - disse, colocando as mochilas nas costas, me direcionando para Eugene e Divina
- Não iríamos tomar sorvetes juntos? - perguntou Eugene, confuso, expressando tristeza em seu rosto
- Mudança de planos, a conversa com a srta. Thornhill se tornou mais ampla do que eu imaginei - disse, recebendo um suspiro frustrado do garoto - Não se preocupe, podemos marcar o que quiser em outro momento - disse, sem pensar tanto quanto deveria, me arrependendo profundamente em seguida
- Sério? - sua animação retomou, e pude ver de relance Divina abrir um sorriso ladino
- É- É.. - gaguejei, arrependida, enquanto via no rosto de Eugene as diversas e piores ideias que ele poderia ter - Vamos pensar nisso depois, tenho que ir
- Tchau! - disseram os dois, enquanto me encaminhava em direção a porta
[...]
Caminhei calmamente os quilômetros em direção à minha casa, reforçando em minha mente se de fato não havia saída para as ideias de Thornhill, mas falhei, não se tratava de algo sério, e sim de algo que, com a ajuda do meu pai, evitei por muito tempo, e não estava afim de abrir mão nesse momento.
Faltando poucos metros para estar em casa, respirei fundo e me pus em frente a porta de madeira, a abrindo sem qualquer demonstração de animação, como sempre, mas muito mais no contexto atual. Ouvi barulhos vindos da cozinha e imaginei que pudessem ser meus pais, já que Feioso não estava presente nesse horário, e pude confirmar quando vi meu pai sair da cozinha tirando seu avental sujo.
- Ah, minha nuvenzinha tempestuosa, você chegou! - ele disse animado, abrindo um sorriso e caminhando em minha direção, em uma tentativa de abraço, negada com um passo para trás de minha parte, antes que pudesse se concretizar - Não viu minhas ligações?
- Sim, as vi, mas não achei necessário atende-las, já estava saindo da escola - disse, sem devaneios
- Não estou surpreso, mas me diga, como foi seu primeiro dia? - ele perguntou, enrolando, porém com uma expressão curiosa
- O mesmo que todos os outros dias, por favor, me diga, Thornhill deu algum sinal para você?
- Sim, recebi o recado dela, sinto muito meu amor, mas não houve algo que eu pudesse fazer, ela já não quer aceitar as nossas justificativas para você não participar dessas aulas - ele suspira, colocando o indicador e o polegar entre os olhos, frustrado
- Isso é ruim, não no bom sentido, não é algo de todo mal, mas me fará perder tempo - disse, mais para mim mesma - Eu deveria saber que ela insistiria nisso, não há saída
- Pelo menos você poderá mostrar suas habilidades e inteligência para os outros, meu lírio negro - ele disse, em uma falha tentativa de aliviar a situação
A conversa com Thornhill não era o meu pior pesadelo, mas não duvidaria que uma interação social forçada que ela estava tentando, poderia causar consequências negativas da minha parte, era ridículo a obrigatoriedade de um aluno ter de escolher ao menos duas atividades extracurriculares para fazer.
- Não quero me exibir, assim serei chamada para apresentações ou qualquer coisa pública, o que eu pretendo evitar a todo custo
- A minha pequena víbora, são apenas algumas aulas extras, escolha algo que goste querida, não será de tão ruim, tudo bem? - ele sugeriu, pronto para se retirar
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À sua espera - Wenclair
RomanceO quão disposto você está pelo seu amor? [...] Após um pouco mais que um ano, Enid, uma estudante de Nevermore, após o incentivo de seus amigos, decide encarar de vez o sentimento que tem por Wednesday, o qual tenta a tanto tempo esconder de si mesm...