Não acredito que tive coragem de fazer isso. Não esperava que eu apareceria de toalha e ela já estaria ali. Porém, acredito que isso já foi escrito e planejado por alguém que é o meu anjo da guarda: Deus. Finalmente tive o meu primeiro beijo com a pessoa mais especial que já conheci. Inesquecível. Meus batimentos estavam acelerados e tremi um pouco. Precisava fazer isso e parece que Lana gostou. Enquanto estávamos deitados, consegui sentir suas unhas passarem pelas minhas costas e o calor entre nós estava evidente. O seu coração é uma das coisas que mais gosto nela. Mas, falando sobre o seu exterior, seus olhos, seu sorriso e suas pernas. Quando ela mexeu no seu cabelo com aquela nova cor nas pontas e deu aquele sorriso bobo... Foi perfeito. Tudo nela é diferente, até a forma que ela segurou em volta de meu pescoço e olhou no fundo dos meus olhos.
Ela então se solta dos meus braços.
— Vamos descer? — ela pergunta sorrindo.
— Vamos sim.
— Quero te dizer, Matt... que eu não preciso mais descobrir o que é o amor. É só eu olhar para você — ela afirma com um sorriso bobo.
— Eu não preciso falar nada, né? — Rimos juntos e nos beijamos novamente. Descemos as escadas e todos estão reunidos na cozinha.
— Demoraram, hein?! — diz Juliana colocando um copo na mesa.
— Matt ficou enrolando para descer — fala Lana.
— Você que enrolou! — Eu rio.
— Cumprimente a família da Lana, Matthew. Essa é a Santana e essa a Mariana. — Louise aponta para a família de Lana. Mariana é alta, tem os cabelos castanhos escuros e Santana os cabelos grisalhos, mas não me aparenta ser muito avançada em idade.
— Oi eu sou o Matthew, prazer em conhecê-las — falo sorrindo. Elas me aparentam ser bastante acolhedoras.
Sento-me à mesa e Lana ao meu lado. Sua avó cochicha algo no ouvido dela e consigo ouvir. "Escolheu bem, minha menina, ótimo rapaz". Eu mudei muito desses dias para cá. A mudança em nosso interior ocorre mais rápido do que imaginamos. Agradeço o elogio que recebi de Santana mentalmente. Fico feliz em ser um "ótimo rapaz".
Continuamos sentados esperando a comida ficar pronta quando sinto algo tocar em minha mão. É Lana enquanto conversa com um dos meus tios. Ela passa seu dedo polegar na minha mão por debaixo do pano da mesa. Faço o mesmo que ela com meu dedo, ela olha para mim e sorri. Retribuo seu gesto de felicidade um pouco envergonhado.
A ceia de Natal fica pronta. Fazemos uma oração antes de comermos. Nessa mesa, apenas Louise, Ju, Lana e sua família me fazem estar sentado aqui. Agradeço a Deus por tê-las no meu caminho. São ótimas pessoas.
— Nossa, que frio! — declara Lana passando a mão em seu antebraço. Já compreendi minha deixa.
— Já volto — respondo.
Subo as escadas para pegar a minha blusa de frio para Lana. Entro no quarto e pego a vestimenta. Lembro-me de que minha mãe falou do plano de Eleanor contra nós. Não posso demorar muito para agir, senão, algo pode dar errado. Aproveito e entro no quarto de minha avó para ver se consigo evidências.
Em cima de seu criado-mudo está sua carteira. Abro-a e encontro duas identidades. Em uma o seu nome, Eleanor Miller. No outro, um nome que nunca vi antes. Quem seria Thais Regina Soares? A data de nascimento indica que essa pessoa tem vinte e quatro anos. Não há ninguém da minha família com esse nome e o rosto nessa foto eu nunca vi antes. Abro a gaveta e não havia nada lá. Ela escondeu a soma dos gastos do mês, certamente. Coloco a identidade no bolso de minha blusa xadrez.
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Nostalgia Não Está Apenas em VHS | Degustação
RomanceROMANCE NACIONAL Ela ainda pensa porque ele partiu tão cedo. Mas quem seria ele? Com fracas memórias de seu passado, Lana Mary Jones é uma garota de quinze anos que acredita ser filha única. No entanto, após ouvir uma conversa de sua mãe com a avó...