Capítulo 12: Lar

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As horas passaram e a aflição do lobo apenas piorava ao perceber que Minho não dava indício algum de que iria acordar. Ficou ao lado dele a todo momento, segurando a mão que aos poucos voltava a ficar fria enquanto o corpo regenerava as partes que queimaram e viraram cinzas.

Estava quase anoitecendo, sua barriga roncava e o corpo semi-nu se arrepiava a cada soprar de vento, mas ele não queria deixar o Lee sozinho um minuto sequer. Encarava o rosto desacordado com preocupação, suspirando mais uma vez.

— Querido, por favor acorde. — Murmurou cansado, debruçado o corpo sobre o do Lee.

Jisung estava quase desistindo de se manter esperançoso quando lembrou que o Lee era um vampiro, cortando o próprio pulso com o auxílio das garras afiadas antes de o levar até os lábios do moreno.

Sujou os lábios secos de Minho com seu sangue, conseguindo sentir as presas afiadas morder seu pulso com um pouco mais de força e o seu sangue ser drenado aos poucos.

O vampiro abriu os olhos vermelhos e então a primeira coisa que viu foi o Han, afastando a boca do pulso sujo de sangue, sentando logo depois.

— Jisunggie!

Sem sequer esperar por uma outra reação o Lee puxou o amado para um abraço, inalando devagar o cheiro do lobo enquanto ouvia o coração dele palpitar um pouco mais rápido, enchendo-se de alegria.

— Você conseguiu fugir e me tirar de lá?! — Perguntou ao perceber que estavam longe da base. — Céus! Você está se sentindo bem?

— Estou. — Jisung respondeu com um sorriso contido, juntando suas testas. — Yeji nos permitiu partir, mas deixou claro que se voltássemos lá ela iria lutar conosco com tudo que tem.

— Ela é realmente uma fraca... — Murmurou, resolvendo ignorar aquele assunto. — É tão bom ver você de novo.

Jisung sorriu ao ouvir aquilo, sentindo a boca do Lee se colar a sua e iniciar um beijo calmo, apertando o corpo do vampiro contra o seu.

— Precisamos encontrar um abrigo. — Jisung murmurou, fechando os olhos ao sentir os dentes do vampiro prenderem levemente seu lábios inferior em uma mordida fraca.

— Conheço um lugar, acredito que ele ainda exista. — Minho falou baixo, beijando o rosto do lobo antes de escorregar os lábios para o pescoço convidativo do Han. — Vamos indo, não é tão perto daqui.

O Lee levantou com cuidado já que ainda se sentia enfraquecido, tirando o sobretudo vitoriano que estava por cima de suas roupas e o dando ao lobo para que ele se cobrisse com mais panos.

■■

Uma lufada de ar escapou dos lábios do moreno ao ver que o lugar existia e estava intacto, sorrindo orgulhoso com aquilo.

Jisung encarou o castelo consideravelmente grande, totalmente surpreso. Como ele nunca havia achado aquele lugar antes? Já havia passado por aquelas bandas mais de uma vez, mas nunca enxergou as paredes de pedregulhos.

O dono da casa abriu o enorme portão de ferro com certa força, fazendo um barulho um pouco alto por causa do solavanco. Minho foi o primeiro a adentrar o jardim da propriedade, sendo seguido pelo lobo que novamente fechou o portão ao passar por ele.

Jisung olhava para os mínimos detalhes totalmente boquiaberto, percebendo que a paisagem macabra das árvores mortas, do jardim mal cuidado e das flores secas dava um ar mórbido ao castelo que o lembrava o vampiro. Talvez por isso achou tudo tão charmoso.

O ranger da porta soou quando o Lee a abriu, suspirando satisfeito ao pisar os pés dentro da própria casa. Minho correu pela enorme sala antes de se jogar no sofá vermelho e empoeirado, tossindo levemente quando a poeira subiu. Jisung riu de si, achando fofo aquela reação.

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