Capítulo 1

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Lee Luthor ainda tinha um pé na Rua Quarenta e Seis quando um par de mãos bem cuidadas a pegou pelas lapelas do casaco preto e a puxou pelas portas de vidro de um prédio muito parecido com todos os outros.

"Graças a Deus você conseguiu." Rhea Matthews deu-lhe uma rápida olhada e suspirou antes de puxá-la bruscamente em direção ao elevador. "Eles estão quase prontos e você é minha última esperança."

A notícia provavelmente deveria ter irritado, mas Lee não tinha nenhuma ilusão sobre ser a principal perspectiva de Rhea para qualquer coisa atualmente. Honestamente, ela gostava
de receber uma ligação, mesmo de última hora, embora a falta de tempo não tivesse proporcionado a ela nada perto do tempo de preparação que ela gostaria.

"Você teve a chance de dar uma olhada no roteiro?" Rhea perguntou enquanto apertava o botão do décimo sexto andar.

"Eu vi o suficiente para saber que quero o papel." A declaração pode ter subestimado seus verdadeiros sentimentos. Ela se sentiu atraída pelo projeto desde o momento em que leu os detalhes. Então, depois de se aprofundar no roteiro em si, ela quase chorou com a arte de tudo isso. Ela lutou para manter suas esperanças sob controle. Uma pessoa poderia permitir que as facadas agudas da rejeição a afundassem até certo ponto antes de começar a mudá-la irreparavelmente. Ainda assim, se ela fosse o tipo de mulher que se permitia ansiar por qualquer coisa, este filme estaria no topo da lista.

"Boa menina." Rhea deu um tapinha no ombro dela. "Seu cabelo ébano e sua idade certamente correspondem à descrição física do que procuram, mas sinceramente não sei se alguém conseguirá o papel hoje. Há rumores de que a produtora determinou uma grande busca por talentos, mas Cat Grant quer uma desconhecida ou uma novata ou algo assim."

"Ou algo assim," Lee murmurou. Sempre inquantificável. Ela não podia invejar ninguém por tais critérios, pois foi o que lhe permitiu fazer seu nome no show business, mas não doeu menos saber que algumas pessoas viam sua década de trabalho duro, experiência e sacrifício como algo assim.

"Ela está na sala junto com a escritora", disse Rhea, quase como uma reflexão tardia.

Os pés de Lee vacilaram quando as portas do elevador se abriram. "Cat Grant e Andrea Rojas estão aqui?"

Rhea a puxou para uma área de recepção esparsa. "Parece redundante para mim. Por que contratar uma diretora de elenco e depois vigiá-la o tempo todo? Mas você sabe como ela microgerencia seus projetos."

Ela balançou a cabeça. Ela não sabia. Fazia algum tempo que ela não tinha a oportunidade de trabalhar com uma diretora da estatura de Cat Grant. Não admira que todos os detalhes do roteiro fossem perfeitos. Lee sonhava com projetos como esse desde o momento em que entrou no negócio e era novata o suficiente para acreditar que, depois de seu primeiro sucesso, oportunidades como essas seriam lançadas sobre ela com uma regularidade previsível.

Agora ela sabia como a realidade era cruel.

"Não tenho uma boa noção do que está acontecendo lá", disse Rhea, "mas pelos trechos que ouvi, eles já descartaram as estrelas mais brilhantes do mundo por serem muito polidas, muito afetadas ou muito adequadas. Também me preocupo que eles não queiram um americano com sotaque."

"Faz sentido. A última coisa que eles querem em um filme sobre uma mulher guerreira é alguém que se pareça com uma princesa estrangeira em um pônei para a mera exibição."

"Então não seja isso." Rhea agarrou seu braço com força. "Vá lá e lute. Mostre a eles que você consegue fazer cenas de batalha, porque eles têm um gancho rápido, e tenho certeza de que não preciso lembrá-la de que seu próprio relógio em Hollywood também está correndo."

KARLENA - MaroonOnde histórias criam vida. Descubra agora