Capítulo 15

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Kara permitiu que sua cabeça caísse de volta no chão enquanto Lena começava a berrar ordens. "Barry, leve Gabrielle de volta para sua baia. Nora, leve as crianças para o pátio. Imra, ligue para a emergência."

"Estamos muito longe." Imra se ajoelhou ao lado dela. "Posso levá-la ao hospital mais rápido na caminhonete se pudermos movê-la."

"Não sei se temos escolha... a flecha." A voz de Lena vacilou ligeiramente e Kara entendeu o sentimento.

"Não retire", ela disse com os dentes cerrados. "A ponta funcionará como pressão."

"Tá bom." Pela primeira vez, Lena não discutiu. "Você consegue ficar de pé sem piorar as coisas?"

Sua cabeça girou com a ideia, mas ela agarrou a haste e dobrou os joelhos. "Tenho que usar meu abdômen o menos possível."

"Imra, pegue a caminhonete e traga-a até aqui."

Imra pulou e correu, abrindo a porta deslizante com uma força surpreendente.

"Você tem razão." Lena forçou um sorriso. "Ela é mais útil do que parece."

Kara revirou os olhos. "O mesmo pra você."

"Sim, talvez não você neste momento." A mão de Lena deslizou atrás de sua cabeça, embalando-a com firmeza. "Mas acho que posso te perdoar."

"Por que?"

"O que você quer? Estou me sentindo generosa. Agora é sua chance de solicitar a absolvição total e geral."

Kara notou o tremor na voz dela e olhou nos olhos dela novamente. "Eu não preciso de uma despedida."

"Eu sei."

"Eu vou ficar bem."

"Eu sei."

Os pneus esmagaram a neve e depois a terra próxima enquanto Imra entrava na arena o mais rápido que ousava e depois saltava. "Podemos deitá-la na traseira do carro, mas temos que levantá-la."

Barry voltou correndo e os três fizeram o que puderam para apoiá-la com as mãos e os braços atrás das costas, mas ainda assim foi preciso tudo o que Kara tinha para não desmaiar enquanto a colocavam na posição vertical. Um pequeno grito de dor escapou e ela mordeu o lábio com força suficiente para rivalizar com a dor na lateral do corpo enquanto a carregavam na traseira da cabine da caminhonete com o máximo de cuidado possível com um projétil implantado em seus músculos estabilizadores.

Lena subiu ao lado dela e agarrou suas mãos enquanto Imra pulava no banco do motorista e batia a porta. Cada buraco na entrada parecia uma cratera, e cada solavanco fazia com que outra granada explodisse ao redor do ponto quente da flecha.

Ela gemeu quando elas entraram na estrada. "Eu posso vomitar."

"Oh Deus." Lena apertou a mão dela. "Eu não recomendo. Uma vez, vomitei enquanto usava um espartilho para gravar um filme, e isso já era ruim o suficiente. Não consigo me imaginar fazendo isso enquanto estou com uma flecha me esfaqueando."

"Porra." Ela não tinha pensado nisso.

"Vamos", Lena insistiu. "Fique comigo."

"Quão ruim parece?"

"Muito ruim, Kara. Vamos falar sobre outra coisa. Pense em algo feliz."

"Você está brincando comigo?"

A risada de Lena parecia um pouco maníaca. "Eu sei. É estupido. Essa coisa toda é tão estúpida. Não sei o que fazer, mas estou aqui com você."

"Emma saberá." Imra devolveu o telefone para Lena. "Ela é minha ligação mais recente."

KARLENA - MaroonOnde histórias criam vida. Descubra agora