O cérebro de Kara girou quando o suor que encharcava sua pele começou a esfriar contra o calor do corpo de Lena embaixo dela. Ainda assim, não era a temperatura que lhe causava o arrepio na espinha agora. Não, este veio de dentro dela e saiu para revigorar membros pesados.Seu centro emocional tremeu, suspenso entre a descrença sobre o que haviam feito e o mesmo choque por terem demorado tanto para chegar a esse ponto.
Ela rolou ainda mais no feno e lutou para recuperar o fôlego enquanto Lena estava deitada ofegante ao lado dela, gloriosamente com o peito nu e corada sob a luz invernal que entrava por uma janela manchada de poeira. Ela não sabia quanto tempo ficaram naquela quietude silenciosa, mas não foi tempo suficiente para se recompor antes que Lena rolasse de lado e a olhasse com olhos turvos e um sorriso lento.
"Não." Foi a única palavra que ela conseguiu pronunciar agora, tarde demais e fraca demais para carregar qualquer peso.
Lena riu e passou a mão pelos cabelo de Kara. "Eu não disse nada."
"Você não precisava, e por favor, não faça isso."
"Não faça o quê?"
"Aja toda presunçosa e satisfeita."
"Não estou presunçosa e não ficarei satisfeita por muito tempo."
Kara fechou os olhos diante da verdade da última parte, mas não conseguiu bloquear o pânico que crescia dentro dela, ou a maneira como o mais leve toque dos dedos de Lena em seu cabelo acalmava seus nervos em frangalhos.
Ela não queria ser consolada. Ela odiava que esta mulher ainda tivesse o poder de animá-la e derrubá-la à vontade.
Lena girou o dedo, enrolando um cabelo em volta dele e enrolando Kara da mesma maneira. Suas entranhas se torceram e giraram, e seu corpo a traiu novamente enquanto ela se aproximava. O feno arranhou seu torso nu, a picada não foi forte o suficiente para anular a atração do corpo ao lado dela. Ela teria suportado qualquer desconforto ou mesmo dor para se pressionar mais contra ela e, por algum motivo, a compreensão fez seus olhos se abrirem.
Lena ainda a observava com a mesma expressão semicerrada, mas seu olhar se aguçou. "O que é?"
"Estou fazendo isso de novo."
"O que?"
"Me machucando por você."
Lena sentou-se, o cabelo escuro espalhando-se pela extensão cremosa dos ombros e das costas. "Querida."
Ela balançou a cabeça. "Não me chame assim."
"Você me chamou de Lee."
A palavra pareceu uma faca em seu peito, e ela estremeceu de dor. "Eu não queria."
"Por que?"
"Porque torna tudo mais difícil. Você confunde todas as minhas linhas, e não consigo dizer qual é o caminho quando você olha para mim."Kara não conseguia nem ver o corpo de Lena, descoberto e imaculado, as pontas dos mamilos, a cavidade entre as clavículas, a superfície lisa da barriga mergulhando no V aberto do zíper da calça jeans. Se ela ficasse olhando por mais tempo, poderia se afogar no desejo, sufocando toda a sua restrição e lógica. Ela olhou para a tatuagem em seu antebraço, traçando a flecha com os olhos enquanto ela percorria a bússola. A imagem parecia discordante de tudo o que ela sentia no momento. "Você sabia que Imra costumava me chamar de seu norte verdadeiro?"
Lena fez uma careta a menção de Imra, mas desta vez não fez nenhum comentário sarcástico. "Porque você é tão constante?"
"Eu queria ser." Ela ficou de pé e passou as mãos pelos cabelos, como se pudesse de alguma forma alisar todos os fios que Lena havia emaranhado. "Deus, quando ela olhou para mim, pensei que poderia ser a pessoa que ela viu, a pessoa que trabalhei para me tornar, e me permiti acreditar que conseguiria. Eu acreditei que tinha conseguido até você aparecer e fazer minha bússola girar."
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KARLENA - Maroon
FanfictionLee Luthor, uma atriz renomada, vê sua carreira em queda após anos de sacrifícios. Forçada por uma mentira a retornar à sua cidade natal, ela reencontra Kara Danvers, seu primeiro amor e uma arqueira campeã mundial. Com o passado cheio de mágoas, a...