O.2

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Os minutos seguintes foram torturantes para Harry, apenas seus pensamentos e duvidas estavam ali para lhe fazer companhia. Ele tentou chegar em alguma conclusão plausível, buscou alguma explicação, mas nada parecia fazer sentido. Claro, ele não esperava descobrir tudo só tendo ouvido umas palavras jogadas, mas se ele não fosse atrás disso logo, sentia que ia enlouquecer.

Harry se praguejou mentalmente por ter sido curioso demais, parecia até que ele procurava os próprios problemas!

Mas de que ia adiantar se ele ficasse ali se remoendo pelo que não tinha mais volta? Por outro lado, a ideia de deixar a questão de lado o apavorava, ele era incapaz de ficar quieto quando poderia estar investigando Malfoy sobre seu possível envolvimento com Artes das Trevas. E se ele começasse a prejudicar os alunos? Harry jamais deixaria isso de lado

Ele afastou esses pensamentos assim que o trem parou, pegou seu malão e pertences e rumou seus passos na direção do castelo, assim como os outros bruxos que ocupavam os vagões. Harry não veria seus amigos até o horário do jantar, então saiu sem olhar para trás.

Ele se pegou buscando Malfoy no meio da multidão de cabeças, mas rapidamente parou quando percebeu que aquilo já estava alcançando um nível que não deveria, e seguiu o caminho já conhecido para o interior da escola.

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Harry se sentou na mesa da Grifinória, a excitação do novo ano letivo vibrando no ar conforme os outros alunos também ocupavam a mesa, todos animados. Mas, à medida que olhava ao redor, seus pensamentos estavam longe do jantar que começava a tomar forma no Salão Principal. Seus olhos vagavam pelo local e ele tentava se convencer de que estava procurando seus amigos, até se distrair com os cabelos armados que entraram em seu campo de visão.

— Duas crianças se distraíram no meio do caminho e ficaram para trás — Hermione contou, se sentando de frente para Harry. — Essa é a pior época do ano para ser monitora.

— Eu acho divertido, é engraçado ver a cara dos alunos novos quando eles percebem que se perderam — Ron disse, meio rindo, enquanto se sentava ao lado dela.

Com ambos cobrindo a visão do moreno, ele esboçou um riso e concordou com a cabeça, agora fazendo um esforço mais do que necessário para focar sua atenção nos amigos.

A seleção das casas seguiu normalmente, a mesa da Grifinória comemorava fervorosamente todas as vezes que algum primeiranista se juntava a eles. Uma vez, Harry se pegou lançando um olhar furtivo para o outro lado do Salão, mais especificamente a mesa da Sonserina, quando o chapéu anunciou a casa verde e prata para uma das crianças. Acho que não é preciso citar que ele queria ver a reação de Draco sobre o ocorrido, mas não continuou com aquilo, principalmente por ainda estar na presença dos amigos.

Depois que os primeiranistas foram selecionados, a comida foi servida e a euforia tomou conta do Salão Principal. Ele deu algumas garfadas na própria comida, meio avulso ao seu redor, pensando se deveria contar para Ron e Hermione o que havia ouvido. Se convenceu muito rápido de que era melhor manter aquilo para ele até que tivesse alguma comprovação, porque conhecia os dois muito bem para saber que Hermione provavelmente acharia que ele estava doido e Ron poderia até concordar, mas era questão de tempo até que Hermione o convencesse do contrário.

Ao fim do banquete, Harry precisou se separar dos amigos novamente, e por um instante ele odiou a ideia de seus dois melhores amigos serem monitores, mas rapidamente desconsiderou a ideia quando percebeu que estaria sozinho sem precisar se explicar para eles.

Esse pensamento, por si só, acendeu uma chama dentro do Potter.

Se dispersando da multidão, Harry caminhou despretensiosamente por entre as multidões que se formavam nos corredores, sua maioria compostas por alunos mais velhos. Ele fez o caminho que sabia muito bem que o levaria para a área do castelo que dava direto para a comunal da Sonserina e, por isso, a concentração de alunos daquela casa era maior.

Enquanto caminhava, o garoto não deixou de ficar em alerta por todo o tempo, se mantendo escondido, ficando atrás das estruturas e pilares da escola em vez de andar no meio das pessoas.

Não seria difícil achar seu alvo, ele sabia, até porque os cabelos esbranquiçados do Malfoy se destacavam em qualquer ambiente.

Ele só não contava que seria tão fácil.

Seus olhos foram atraídos para um canto quando ele ouviu um baque repentino, como se alguém tivesse sido arremessado contra uma parede. Bem, até porque isso foi exatamente o que aconteceu.

Ele acelerou os passos, andando nas pontas dos pés e se posicionou próximo à cena, se abaixando um pouco.

Draco segurava Crabbe pela gola, exibindo uma carranca para o garoto, enquanto falava entre dentes:

— Seu idiota, não pode ficar testando seus feiticinhos no primeiro que ver pela frente! — Ele falava de um jeito bastante agressivo, ao mesmo tempo que sussurrava e cuspia as palavras contra Crabbe. — Eu não posso ficar te fiscalizando o tempo todo como se fosse seu pai.

Harry tentou se aproximar um pouco para ouvir o que Crabbe balbuciou de volta, mas não conseguiu entender bem as palavras.

— Tanto faz. Vou na Travessa do Tranco amanhã depois da aula e procuro essas porcarias, mas vê se para de ficar fazendo merda! — E saiu andando, largando Crabbed contra o pilar.

Certo, agora as coisas estavam ainda mais estranhas; Harry concluiu.

Mas, pelo menos, agora ele já tinha planos para o seu primeiro dia de aula...

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Capítulo não revisado!

SHADOWED | DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora