SHADOWED | DRARRY

O.3

No dia seguinte, o retorno às aulas demandava que os alunos se levantassem bem cedo. Harry, no entanto, decidiu acordar antes de seus colegas de quarto para evitar dar explicações enquanto preparava sua mochila. Ele se levantou silenciosamente e, com cuidado, organizou seus itens. Na parte de trás da mochila, a capa da invisibilidade estava dobrada com precisão, estrategicamente posicionada para economizar espaço, e cuidadosamente coberta por uma pilha de livros.

Harry aproveitou o tempo sozinho para tomar um banho rápido e se arrumar para as aulas que viriam. Conforme a manhã avançava, os colegas de quarto despertavam aos poucos.

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A primeira aula do dia era Poções, o que não era tão ruim desde o sexto ano, quando Slughorn substituiu Snape no cargo. Harry achava que a aula de Poções com Slughorn era quase uma lufada de ar fresco, em comparação com a tortura com Snape. Afinal, nada como um pouco de bajulação para temperar o caldeirão.

Durante a aula, Harry se esforçava para não parecer excessivamente interessado, especialmente porque estava acompanhado de seus dois melhores amigos. Ele observava Draco Malfoy de uma distância segura, uma bancada atrás. Malfoy estava sentado na primeira fila com Blaise Zabini e Pansy Parkinson, aparentemente absorvido nas explicações do professor Slughorn.

Harry notou que Malfoy era meticuloso ao seguir as instruções e tinha conhecimento de que ele tinha notas ótimas naquela matéria. No entanto, o loiro não ia além do que Slughorn ensinava nas aulas. Harry se lembrava do livro do "Príncipe Mestiço" e ainda usava das técnicas alternativas que havia aprendido ali. Draco, ao que parecia, ainda estava preso ao método tradicional.

Durante a aula, Malfoy conversava ocasionalmente com Parkinson e Zabini, mas suas discussões pareciam centradas na execução correta dos feitiços e nas técnicas de poções. Nada parecia particularmente alarmante. Harry tentava não deixar sua imaginação correr solta, mas a sensação de desconfiança persistia.

Conforme o tempo passava e o fim da aula se aproximava, Slughorn passou entre as mesas para analisar o resultado das poções dos alunos.

Quando o professor analisava uma mesa antes da dos Sonserinos, Harry viu o instante em que Blaise esbarrou o braço no de Pansy, que despejava um pó no caldeirão, fazendo com que o frasco inteiro caísse lá dentro.

O Potter levantou o braço para chamar Slughorn no mesmo instante em que o professor fez menção de se aproximar da mesa de Malfoy. Ele não pensou direito; apenas agiu, chamando o professor para conseguir sua atenção.

— Professor? — Ele chamou, vendo o próprio vir em sua direção com o sorriso bajulador de sempre. — Essa é a cor correta da poção?

Ron e Hermione lançaram olhares confusos para ele. Harry percebeu que provavelmente tinha interrompido alguma conversa e, além disso, era a primeira vez que notava que uma conversa estava acontecendo ali. Estava tão focado em sua própria busca que seus ouvidos pareciam ter se desconectado.

— Desculpe, eu fiquei em dúvida. — Ele se explicou, sentindo-se pressionado pelos olhares questionadores dos amigos. Ele nem sequer ouviu o que o professor disse antes de sair, então, se a poção estava certa ou não, Harry não saberia.

— A gente tinha acabado de... Harry, você está bem? — Hermione interrompeu-se, estudando o rosto do moreno.

A verdade era que ele não sabia por que tinha feito aquilo. Sua mão já estava levantada antes que ele considerasse se a ideia fazia sentido. Ele não conseguia encontrar um motivo claro para explicar por que havia ajudado Draco Malfoy e sua turminha.