SAUDADE
Eu me senti feliz
Quando teus olhos
Acolheram minha essência
Fadigada.
Nos meus sonhos difusos
O caminho se desfez
E sozinho,
Despertei.
Ainda que eu não tenha nascido
Para ser amado,
Carrego memórias;
Minha única posse.
Não deve lembrar de mim,
Os olhos estão fechados.
Minha essência perdida,
No passado.
—
POÇO DE PARANÓIA
Um poço de paranóia,
Repleto de depravações;
Morto-vivo, sufocando
Num salão abandonado.
Sem traços de beleza,
Nem curvas esculpidas.
Manchas na minha alma,
Peçonhento é o recomeço.
A calmaria exibe os dentes
Quando a podridão agarra o solo.
Ao amanhecer, emergem brotos de maldade;
É disso que minha espécie se nutre.
Cavo até a raiz
E destruo tudo
Com minhas mãos.
Mas não existe
Para onde
Fugir de mim.
O morto que está vivo
Acorda os traumas.
Ademais, ele foi enterrado
Para que eu pudesse semear
A minha paz.
—
PÂNICO
Meu estômago,
Minhas entranhas,
Poderiam estar fora do corpo.
Talvez em minhas próprias mãos.
Este desejo macabro aflora em mim;
Para me aliviar dessa agonia doentia.
Agonia, derivada da doença;
Da mente em ruínas.
Estou apodrecendo.
Visto de fora,
Um louco.
Os gritos não saem,
As lágrimas não caem,
A raiva enjaulada.
Quando é assim,
O desespero ultrapassa a medida.
Eu sinto medo.
É como se eu fosse controlado
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A Respiração Fantasma
PoetryA Respiração Fantasma é uma coleção de poemas criados num período de três anos (2022, 2023 e 2024) por Deivid Bryan.