Capítulo 2: Criando as regras

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Uma mesa separa você e Sylus.


- Então, vamos definir as regras deste "acordo"
- Regra numero 1! - Você levanta a voz para interrompe-lo - Tocar significa Ceder!
- Defina "tocar"
- Não é óbvio?
- Não, se por acaso eu precisar desviar você de um tiro por exemplo, você preferiria que eu continuasse respeitando essa regra?
- Arg! Você está sendo literal demais!
- Ou se você estiver caindo da beirada de um abismo
- Tá! Tá!
- Ou se você precisar de ajuda caso esteja no chão com algo quebrado
- Já entendi! Haaa...

Os dois se olham por um momento.

- Huh, vamos definir então
- O que?
- "Tocar" - Ele disse pausadamente, com aquela voz baixa e rouca, dando um significado a mais a palavra - significa "Ceder"

Você corou com aquela voz.
Depois dali, não foi difícil definir as demais regras.

Quem "tocar" o outro, cede.
Quem beijar ao outro, cede.

E por fim, mas não menos importante.

- Quem sentir ciúmes do outro...
- Cede.

Vocês apertam as mãos.

- Sylus... Sylus! - Ele apertava mais sua mão sabendo que a irritaria - Para com isso! Ai! Já chega!

Enquanto você se enrola para se soltar, os gêmeos observam de cima da escadaria de onde estavam hospedado para o "trabalho" em conjunto.

- Porque eles só não transam e acabam logo com isso?
- Credo Kieran, não fala assim
- Qual é, você tava pensando a mesma coisa
- É mas você disse...

De lá de cima, vocês dois pareciam duas crianças teimosas brigando sobre aquele acordo que se definisse direito, era mesmo uma aposta.


...


Um casal se encontrava num grande salão.


O encontro com o líder da Onychinus era na próxima noite, eles aguardavam há muito tempo por esta oportunidade, mas não exatamente para fazer negócios.

Na mesa escura, de madeira grossa, uma maleta era aberta com uma senha complicada.

Dentro, três frascos com um líquido verde fosforescente eram revelados.

- Será o suficiente?

A mulher num vestido preto longo e cabelo preso disse em uma voz preocupada.

- Precisa ser...

O homem respondeu segurando um dos frascos a frente do rosto.


...


Pequenos feixes luminosos em carmesim chamavam sua atenção no banho.

A algema de evol que conectava você e Sylus parecia instável, ou no mínimo começando a se expandir.

E ainda pensava naquele acordo, falou no impulso o que queria ter dito há muito tempo, toda aquela tensão entre os dois era alimentada por ele e não iria abaixar a cabeça agora que o tinha pego de guarda baixa.

Só precisaria fazer algo para Sylus ceder.

Tinha que admitir, sempre que ele falava algo estranho suas pernas ficavam bambas, ele tinha uma forma de entrar na sua cabeça como se perfurasse seu cérebro.

Dear EnemyOnde histórias criam vida. Descubra agora