A pressão do avião sobre ar nos ouvidos, que poderia causar uma dor quase ensurdecedora, era praticamente imperceptível para Rebeca Andrade, que já estava tão cheia de pressão, principalmente agora neste momento que embarcava para a cidade das luzes, onde aconteceriam os grandes jogos olímpicos.Era uma pressão tão forte que chegava a escurecer seus pensamentos, ofuscar outros sentimentos. Tudo que ela conseguia pensar era:
"ginástica, olimpíada, ouro, ginástica"Essas mesmas palavras se repetiam várias e várias vezes em sua cabeça durante os últimos meses. Rebeca deu sua vida à ginástica, que é sua grande paixão e ambição. Ao ver de fora não dá pra ter noção do quão pressionada ela se sente. Mesmo com a ajuda de sua terapeuta e tratamento adequado, ainda era muito pra ela aguentar.
- Rebeca? Ei! Terra para Rebeca! - Até que Rebeca acordou do seu transe de pensamentos que se via constantemente presa pela carismática voz de Flávia Saraiva. As duas são grandes amigas há muito tempo e estão muito animadas pra competirem juntas no maior evento do esporte.
- Ah oque foi Flavinha? Desculpa, eu me perdi nos meus pensamentos. - Rebeca diz perdida olhando pra amiga que se sentava ao seu lado.
- E quando você não se perde, né? - Flávia dá um sorriso bobo pra amiga - Você não ouviu? Vamos pousar em 5 minutos em Paris! - A mais baixa dizia animada batendo palmas, alegre como sempre.
- Mas já? Eu nem percebi. - Na realidade o tempo parecia ter congelado para Rebeca dentro daquele avião. Ela se sentia tão confusa, porque antes do voo ela estava até tranquila, confiante, mas é como se toda a pressão do avião tivesse sugado suas esperanças. Era como se estivesse lá, há uma eternidade presa dentro de sua própria cabeça, então até suspirou aliviada ao ver que chegou.
Enquanto isso, Andrade que estava sentada na janela olha para suas amigas e companheiras de equipe ao seu lado, rindo juntas e animadas e sorri de canto com um olhar meigo sentindo gratidão imensa por ter elas ao seu lado, sem elas Rebeca não seria nada.
Ao pousar em Paris o sentimento de estranhesa aparece nas garotas no novo local, mas elas estavam tão felizes que Rebeca não pode deixar de sorrir junto das amigas, mesmo com a apreensão dentro de si. Só delas chegarem lá era um conquista, já que o investimento no esporte no Brasil não é dos melhores, elas eram gratas por todos que ajudaram e pelos esforços para estarem ali.
- Olá Paris! As melhores chegaram pra arrasar! - Flavinha disse enquanto andava na frente do grupo animada arrastando suas malas.As garotas sorriam animadas e não deixaram de notar os olhares ao redor delas que eram acompanhadas por uma dupla de seguranças. As atletas chamavam atenção por onde iam.
- Mal posso esperar pra ir no Louvre, nas padarias e.. - Julia Soares diz animada mas Jade Barbosa a interrompe rindo.
- Ei, vai com calma Ju, acredito que mal vamos poder sair, o foco é no ginásio, mas quem sabe arrumamos uma autorização.
Jade era como se fosse uma especíe de figura materna para as garotas. Como a mais velha e mais experiente, ela exercia grande influência entre elas.
Logo elas chegaram na saída do aeroporto onde uma van as aguardava para levá-las para a vila olímpica. Rebeca se sentou em um dos bancos perto da janela logo na parte da frente da van. Ela sempre preferia se sentar à vista da janela, gostava de olhar as paisagens as pessoas passando, pensando que cada uma delas tem uma história uma vida e que muitas dessas pessoas estavam colocando grandes espectativas nas "grandes rivais: Simone Biles e Rebeca Andrade" era como ter todo peso do mundo em suas costas.
Mas ela precisava manter as aparências, se concentrar, acreditar que ela consegue e dar o melhor de si. Pelo menos isso era oque sua terapeuta dizia e assim ela repetia em sua cabeça.
...
— Aí meu Deus eu estou exausta - Rebeca diz se jogando na cama de solteiro do quarto que iria dividir pelas próximas semanas com Lorrane e Flávia, já Jade e Julia ficaram no dormitório ao lado.
Eu também amiga preciso de um banho urgentemente. - Loranne diz soltando os cabelos e logo entrando no banheiro.
— Beca essas camas são duras não é? parece que tô deitando no tijolo. - Flávia que já havia tomado seu banho, diz carismática como sempre era rindo pra amiga.
— Eu tô tão cansada que acho que até deitar no tijolo serve - Rebeca disse fechando os olhos e rindo de canto, já vestida com sua camisola amarela.
— Eu te conheço senhorita, eu percebi que você tá meio tensa, pode desabafar se quiser.
-— Tenho que admitir que eu tô com medo. Na realidade muito medo. Tenho medo dessas espectativas loucas que as pessoas estão colocando em mim, eu não sou indestrutível sabe? E se eu me lesionar de novo, e de.. - Rebeca dizia freneticamente sentada na cama gesticulando as mãos.
Oque Flávia sabia que não era um bom sinal, como já conhecia a amiga há um tempo, já havia presenciado suas crises de ansiedade. Então resolveu intervir.
— Ei, se acalma, lembra do exercício de respiração da terapeuta amiga. - Flávia disse com uma voz meiga e logo Rebeca puxou a todo ar e soltou lentamente seguindo o conselho, repetindo o processo algumas vezes.
— Obrigada Flavinha nem sei oque eu faria sem você - Rebeca sorri dando um abraço apertado na mais baixa que retribuí com o mesmo carinho. Até ambas ouvirem um estrondo vindo de fora do quarto.
Batidas fortes em algum lugar que não se sabia identificar de onde vinha, barulhos de como se estivessem coisas sendo jogadas no chão e muitas vozes ao mesmo tempo.
— Oque é isso? - Ambas questionam. Os estrondos continuam.
oi amoras por enquanto isso foi apenas o prólogo! por isso está bem curtinho, preciso do feedback de vocês! se gostaram e se querem que continue. Não esqueçam de votar muito no capítulo!
bjs pip
VOCÊ ESTÁ LENDO
Daylight - Rebeca Andrade
RomanceA grande ginasta Rebeca Andrade, agora está indo para as olimpíadas de Paris. Mas oque poucos sabem é que por trás daquele grande sorriso que sempre carrega ela possui muitos desafios, principalmente após terminar seu relacionamento de quase dois an...