As vezes, na calada da noite, na penumbra da escuridão, Stanford invadia seus próprios pensamentos em busca de razões, motivos e conclusões; além de plausíveis questionamentos. Por que seria tão errado admitir que estava mantendo sentimentos por algo, na verdade, alguém tão misterioso e poderoso, alguém tão anormal e normal, como William.
William era um ser um tanto curioso, inteligente e amava questioná-lo. O mundo de Ford era uma coisa não tão inusitada para ele, ainda sim, conseguia ser sempre surpreendido pelo Pines.Era errado, e então, consequentemente desejável. Bem, assim como diz alguns filósofos e psicanalistas, quanto mais perigoso for, maior o desejo. Conseguem compreender a natureza humana? Como conseguimos nos sentir atraídos por algo insano e assustador, talvez não amedrontador, mas insanamente insano para a humanidade.
Dark Romance, BDSM, Enemy to Lover, Enemy soulmates, tantos termos para explicar uma coisa tão óbvia.—Amor e medo andam lado à lado, Sixter.
Sim, já havia ouvido isso...e pior, o Chiper tinha razão. Chegava ser estúpido e problemático, mas ele deveria admitir que estava absorvendo mais curiosidades sobre Bill e sua vida, do que sobre seus estudos. O foco principal não estava sendo mais seus trabalhos, suas experiências e investigações, seu foco estava sendo William, tudo que envolvia o ser místico lhe despertava interesse.
Mas apesar de tudo, o que ele faria para resolver este caso complicado em sua mente? Ainda estava em processo de aceitação, não conseguia compreender essa obsessão alucinante por William, sentia-se rejeitado pela humildade, como explicaria futuramente para seus netos, seus filhos, seus parentes, que ele, homem cuja inteligência sempre foi extremamente admirada, acabou criando sentimentos por um ser tridimensional? Ora essa, seria um tanto embaraçoso.
Há que diz que isso é amor verdadeiro, quando não nos apaixonamos pela aparência e sim pela personalidade e traços comportamentais. Bem, é claro que ele não poderia simplesmente abraçar ou chegar perto de um triângulo que tinha quase o tamanho de sua mão.Mas era ele...William Chiper, um ser místico metamorfo. Nada impedia ele de assumir uma forma humana, para que pudesse passar seus dedos sob a pele do grisalho.
Céus, ele queria isso, desejava tanto quanto o Pines.
Certo, certo, ainda não chegamos nesta questão. Ford ainda tinha problemas para resolver, não era o mais fiel estoicista, mas nunca deixaria sua fama ficar abalada. Ele tinha de consertar sua mente, entender que aquilo era ruim, por um ponto final naquele frio que atingia sua barriga toda vez que via o Chiper.
Mas...será que ele sentia o mesmo? Será que ele se empolgava toda vez que o via? Será que ele sorria pensando nele, assim como Ford fazia? Será que William na verdade era tão obcecado por Ford, quanto Ford era por William?
Será que..."Droga de pensamentos idiotas, preciso dormir."
William não estava possuindo Ford, mas o grisalho definitivamente não conseguia o tirar da cabeça.
Ele rolava de um lado para o outro. Seus pensamentos estavam pregando peças consigo, não conseguia evitar os devaneios sujos.
Ah sim, sim, claro. Podemos falar sobre isso agora. Ford já havia percebido que seus sentimentos por William estavam estranhos, mas como ele teria pensamentos eróticos com uma pirâmide amarela?! Vejamos, já lhes disse sobre a incrível habilidade do nosso amigo, William, de se transformar em diversas coisas, aliás, um de seus corpos, que o mesmo moldou, era bastante atraente.Ele havia o moldado justamente para enganar humanos. Ah, a cegueira humana, se deixar levar por algo bonito. Aposto que muitos de vocês já viram pessoas apaixonadas por criminosos mesmo após saberem as atrocidades cometidas. Mas quem se importava? Eles apenas se importavam com sua beleza.
Da mesma forma William fez. Quem ligava que ele era um ser místico que poderia fazer diversas coisas terríveis com seus corpos? Ele era bonito oras, qual o problema?
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𝑴𝒚 𝑴𝒖𝒔𝒆 - (𝘍𝘰𝘳𝘥𝘉𝘪𝘭𝘭)
Romansa(One-short) Aos seus olhos, Ford sempre seria o sinônimo de perfeição. Aos olhos de Ford, Bill sempre seria tudo aquilo que ele procurava. Ambos se completavam, porém, a relação entre um humano e um monstro não era nada convencional. Tentando rep...