Continuação~
Alguns dias se passaram desde que Kazutora havia acordado no hospital. Sua recuperação estava progredindo bem, e ele começava a sentir suas forças voltarem lentamente. A cada dia, ele era visitado por seus amigos, e as conversas, embora ainda carregadas de tensão e arrependimento, estavam começando a se tornar mais leves. Contudo, Kazutora sabia que o caminho para a redenção seria longo e difícil.
Em um desses dias, Mikey apareceu no hospital, acompanhado de Takemichi. Kazutora estava sentado na cama, olhando pela janela, quando os dois entraram.
"Kazutora, tenho uma coisa pra te dizer," começou Takemichi, com um sorriso esperançoso. "Eu estive pensando... e decidi que quero te ajudar a começar de novo. Então, vou comprar um apartamento pra gente morar juntos, assim você não precisa se preocupar com nada."
Kazutora olhou para Takemichi com surpresa, sentindo um aperto no peito. Ele estava prestes a agradecer quando Mikey interrompeu.
"Não precisa gastar seu dinheiro, Takemichi," disse Mikey, sua voz firme mas gentil. "Kazutora pode morar comigo. Tenho espaço de sobra, e ele vai ficar bem lá."
A proposta de Mikey pegou todos de surpresa, inclusive Kazutora. Os irmãos Hanemiya, que estavam no quarto, trocaram olhares confusos. Takemichi franziu o cenho, parecendo hesitante.
"Mikey, você tem certeza? Eu não me importo em ajudar," Takemichi disse, tentando encontrar uma solução que deixasse todos confortáveis.
Mikey balançou a cabeça. "Eu já decidi, Takemichi. É o melhor pra ele. E também... acho que temos muito o que conversar, Kazutora e eu."
Takemichi ainda parecia relutante, mas após alguns minutos de persistência, ele acabou cedendo. "Tudo bem, Mikey... Se você acha que é o melhor."
Kazutora, que até então estava em silêncio, finalmente falou. "Por que você está fazendo isso, Mikey? Por que ser tão próximo de mim agora, depois de tudo?"
Mikey olhou diretamente nos olhos de Kazutora, sua expressão era difícil de ler. "Eu te perdoei, Kazutora. Sei que você está se perguntando por quê. Talvez pareça errado, mas eu não me importo. Quero que você fique bem. Vamos passar por isso juntos."
Apesar das palavras de Mikey, Kazutora ainda se sentia inquieto. A ideia de ser tão próximo de Mikey o deixava desconfortável, mas ele não podia negar que havia uma parte dele que estava aliviada.
Quando o dia da alta de Kazutora finalmente chegou, Mikey o levou diretamente para sua casa. Kazutora ainda estava tentando se acostumar com a ideia, e suas dúvidas cresciam a cada momento. Quando chegaram, Mikey abriu a porta e permitiu que Kazutora entrasse primeiro.
_______________Com Baji.....
Baji estava voltando para casa depois de um dia longo e emocionalmente desgastante no hospital, onde havia passado várias horas ao lado de Kazutora. O peso das preocupações e o cansaço físico estavam pesando em seus ombros. Quando finalmente chegou em frente à sua casa, algo incomum chamou sua atenção- a porta estava entreaberta.
Ele parou por um momento, o coração acelerando enquanto avaliava a situação. "Eu tenho certeza de que fechei essa porta antes de sair..." pensou, a desconfiança crescendo. Cauteloso, Baji empurrou a porta com cuidado e entrou na casa silenciosa.
Ao cruzar o limiar, seus olhos se ajustaram à penumbra do interior, e ele notou uma figura familiar de costas para ele, parada no meio da sala de estar. Era Chifuyu.
Chifuyu estava ali, claramente esperando por Baji, com uma expressão tensa e séria que imediatamente colocou Baji em alerta. O ambiente estava carregado de uma tensão palpável. Chifuyu não parecia apenas irritado-ele estava furioso, e Baji podia sentir a fúria emanando dele.
Baji fechou a porta atrás de si, o som ecoando pela sala silenciosa. "Chifuyu? O que você está fazendo aqui?" perguntou, mantendo a voz firme, mas não conseguindo esconder completamente a surpresa.
Chifuyu se virou lentamente para encará-lo, os olhos cintilando com uma mistura de raiva e mágoa. "Eu deveria estar perguntando o mesmo, Baji," ele respondeu, a voz baixa e controlada, como se estivesse tentando manter a calma. "O que está acontecendo com você? Prometeu que não se afastaria de mim, que estaríamos juntos nisso... e agora você está me evitando?"
Baji sentiu uma pontada de culpa, mas não queria ceder. "Não é tão simples assim, Chifuyu. Eu não estou te evitando, eu só... eu só tenho muita coisa acontecendo."
Chifuyu deu um passo à frente, sua frustração evidente. "Não me venha com desculpas, Baji! Você sempre faz isso, sempre acha uma maneira de se afastar quando as coisas ficam complicadas. Mas eu não vou mais aceitar isso. Eu me importo com você, porra! E você sabe disso. Mas você está agindo como se nada disso importasse."
A raiva de Chifuyu provocou uma reação imediata em Baji, que sentiu o próprio temperamento começar a ferver. "Você acha que isso é fácil para mim? Acha que eu não tenho nada na cabeça além de você? Kazutora quase morreu, Mikey está pirando, e eu estou tentando segurar as pontas como posso! Eu não tenho tempo para... para essas coisas agora!"
"Essas coisas?" Chifuyu repetiu, incrédulo. "Você está falando sobre o que sinto por você como se fosse nada! Eu só queria que você fosse honesto comigo, Baji. Diga-me que não sente o mesmo e eu... eu vou embora. Mas não me trate como se eu fosse um problema."
Baji ficou em silêncio, as palavras de Chifuyu atingindo-o com força. Ele sabia que Chifuyu estava certo em alguns aspectos, mas admitir isso seria o mesmo que admitir seus próprios sentimentos, algo que ele não estava preparado para fazer. A raiva que ele sentia por si mesmo começou a se transformar em uma barreira entre eles.
"Chifuyu... eu não posso fazer isso agora," Baji finalmente disse, a voz mais baixa, quase resignada. "Eu não posso lidar com isso enquanto tudo está desmoronando ao meu redor. Não é justo com você, e não é justo comigo."
Chifuyu olhou para Baji por um longo momento, a expressão endurecendo enquanto ele processava as palavras do outro. "Você sempre faz isso, Baji," ele disse, a voz agora cheia de uma tristeza amarga. "Você sempre acha uma desculpa para fugir. Mas eu vou dizer uma coisa: não importa o quanto você tente fugir, eu vou continuar te esperando, mesmo que isso me destrua. Porque eu te amo, Baji. E eu queria que você pudesse dizer o mesmo, só uma vez."
Com essas palavras, Chifuyu deu um último olhar para Baji antes de virar as costas e sair pela porta, deixando Baji sozinho na casa silenciosa. O som da porta se fechando ecoou pela sala, deixando um silêncio pesado e cheio de coisas não ditas.
Baji sentiu o peso da culpa e da confusão esmagá-lo. Ele sabia que havia estragado tudo com Chifuyu, mas as palavras não pareciam suficientes para consertar o que estava quebrado. Ele queria correr atrás de Chifuyu, dizer a ele que o amava também, mas as correntes do orgulho e do medo o mantinham preso no lugar.
Sozinho, Baji se sentou no chão da sala, os punhos cerrados e a mente em turbilhão. Ele se sentia mais perdido do que nunca, sabendo que, independentemente do que fizesse a seguir, alguma coisa importante havia se rompido entre eles.
Continua~
( Desculpa o cap pequeno, eu estava sem imaginação, mas enfim, deve estar se perguntando o porquê eu postei dois capítulos hoje de uma vez, a resposta é que eu estava animada pra postar mais KKKKK)
Bjs da autora! 💗💋
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•Antes de tudo, Há um recomeço... 🥀•
FanficA história de um universo alternativo, que expõe as angústias de um adolescente perdido em sua própria mente... •Tokyo revengers •