Nightcrawler

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O ronco dos motores ecoava pela noite quente de Los Angeles, reverberando nas paredes dos prédios abandonados do velho distrito industrial. A escuridão era quebrada apenas pelos faróis dos carros e pelas luzes neon que desenhavam as curvas da pista improvisada pelos adolescentes. Ali eles vaziam  daquele asfalto o grandioso palco, e os pilotos mais novos eram  artistas de uma sinfonia de velocidade e perigo.

No centro da ação, Lauren Jauregui segurava firme o volante de seu Dodge Challenger customizado, uma herança de família que o próprio avô havia modificado para a mais nova dominar as ruas. Seus olhos verdes brilhavam com uma determinação que era tanto sua quanto de seu avô, Dominic Toretto. O sangue dos Toretto corria gelado em suas veias, alimentando uma paixão por velocidade que ela mal podia controlar.

— Pronta pra mais uma, Jauregui? — provocou um dos rivais pelo rádio interligado na mesma frequência, tal voz que ela mal reconhecia, era quase inaudivel na multidão dos que já haviam tentado superá-la.

— Não é uma corrida se eu não estiver na frente — respondeu Lauren, um sorriso de canto nos lábios, enquanto ajustava os espelhos retrovisores.

A contagem regressiva ecoou na noite, e o som dos motores explodiu ao mesmo tempo que o sinal de partida foi dado. Pneus queimaram o asfalto, e em um instante, Lauren estava disparando à frente, deixando os outros para trás como vultos indistintos no espelho.

Ela se movia como um relâmpago, antecipando cada curva, cada obstáculo. Não era apenas sobre vencer, era sobre a necessidade de ter o controle absoluto, a sinergia perfeita entre ela e a máquina que dirigia, era como o carro fosse ligado a ela. A medida que a Toretto fazia cada curva, era mais uma que deixava os outros para trás, ela sabia que a vitória estava ao seu alcance.

O fim da pista se aproximava, e Lauren acelerou, deixando a concorrência comer poeira. Ela cruzou a linha de chegada com um grito de vitória preso na garganta, e deixando as marcas de pneu no chão com um belo drift, que só foi liberado quando os freios chiaram, trazendo o carro a uma parada brusca em seguida.

— Isso é que é uma campeã! — gritou Normani, correndo em sua direção. Sua prima, sempre vibrante, envolveu Lauren em um abraço, enquanto Dinah se aproximava com um sorriso orgulhoso.

— Cade minha grana seus otarios! — Justin gritava no meio da multidão. E em seguida se aproximou do Dodge Vencedor. — Não sei como eles ainda insistem em apostar contra a Laur. 

— Você arrasou, garota! — exclamou Dinah, batendo no ombro de Lauren, enquanto os amigos próximos começavam a se juntar ao redor dela, festejando a vitória.

Lauren sorriu, a adrenalina ainda pulsando em suas veias. Ali, sob as luzes da cidade, ela agora se sentia quase invencível.

— Aposto que o vovô ficaria orgulhoso. — Normani Sorriu dando tapinhas nas costas da mais nova. — O tio Walker também!

— Sinto falta deles. — Lauren sorriu encarando o céu e sentou-se na janela do carro.

— Parem de baixo astral, temos que aproveitar. Alguém aceita bebida? — Selena se aproximou levantando alguns copos. Lauren e Normani por sua vez deram alguns goles no copo e continuaram a conversa de forma eufórica e animada. Lauren exibiu seu motor enquanto algumas pessoas se aproximavam do capô, e faziam algumas perguntas.

Mas a celebração não poderia durar a noite toda. Lauren sabia que, em poucas horas, teria que estar em casa, pronta para  o primeiro dia do último ano no Colégio St. Patrick's, a escola de elite onde a tradição e a excelência acadêmica eram tão importantes quanto a reputação de sua família.

— É melhor a gente ir andando — disse Lauren, relutante, mas ciente de algumas responsabilidades. — Acho que se eu não dormir daqui meia hora, eu provavelmente só acorde para o almoço.

— Sempre a sensata priminha — brincou Normani, mas mesmo ela sabia que Lauren estava certa. — Vamos nessa?

— Vamos nos despedir, e aliás. — Lauren sorriu maliciosamente. — Espero que tenha recolhido minha grana. — Soltou uma piscadela e em seguida saiu dando as costas a prima mais velha.

— Que abusada! — Normani riu e Dinah concordou balançando a cabeça. 

Com a vitória fresca em sua mente, Lauren se despediu dos amigos e seguiu para casa. Ela entrou furtivamente pela porta dos fundos da mansão dos Toretto, seus passos eram tão leves como o de um gato. O silêncio da casa contrastava com a excitação da noite, mas Lauren estava acostumada a equilibrar esses dois mundos. Se por acaso uma das mães pegasse ela, já saberia que choro e um mero pedido desculpas não seria suficiente dessa vez.

Subindo para seu quarto, ela olhou para o relógio. Já passava das três da manhã. Sua cabeça doía só de pensar que em pouco tempo ela estava prestes a encarar o que prometia ser um dia longo. Jogando-se na cama, Lauren deixou o cansaço a envolver, sabendo que em breve estaria enfrentando as curvas e desafios do último ano da escola.

FAST & FURIOUS GENERATION V (CAMREN G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora