Jhonny se ajoelha no chão ainda olhando na direção onde Emilly foi levada. Lágrimas escorrem em suas bochechas, ainda com os acontecimentos recentes vívidos em sua mente, ele pensa em se afogar nas bebidas novamente para sufocar suas mágoas, mas sabe que fazendo isso lhe trará problemas mais graves de saúde do que já está enfrentando agora. Jhonny limpa as lágrimas de sua bochecha, não querendo que ninguém o veja naquele estado, e quando estava prestes a levantar-se, ouve passos atrás dele.
Ao olhar sobre seus ombros, se depara com o mesmo homem que conversou momentos antes dos eventos atuais, o médico da peste negra.— Perdoe-me a intromissão, caro senhor. Entretanto, aquela mulher que foi arrastada, era a sua filha? — Jhonny então assentiu com sua cabeça brevemente e se forçou a engolir a mágoa persistente. O médico sorriu em compressão por trás da máscara e se aproximou de Jhonny, imediatamente notando algumas bolhas e feridas expostas em seus lábios conforme se aproximava.
— Presumo que esteja com a doença senhor? — sua pergunta soou mais como uma afirmativa do que interrogativa, ele parou em uma distância respeitosa de Jhonny e pegou um frasco possuindo um líquido extraído de uma flor.
— Eu tenho a cura em minhas mãos, mas para isso quero algo que lhe possui. — Jhonny franziu o cenho, pensando em que poderia oferecer ao homem, apesar de ser um antigo patrício, suas riquezas foram tomadas pelo rei há anos atrás, lhe deixando com uma casa em condições precárias juntamente com sua família. Então por que o médico iria querer algo que lhe possui?
— Me desculpe, mas não possuo riquezas...— Antes que pudesse terminar a frase, o homem o interrompeu e lhe estendeu a mão logo em seguida.
— Eu quero a mão de Emilly em casamento, a salvarei dos nobres e a tratarei do meu feitio, em troca, lhe darei a cura e tudo que almeja. — Jhonny engoliu seco, aquela proposta era tentadora de certa forma, Emilly já teve diversos pretendentes antes por sua estimada beleza, mas nunca foi feito uma tamanha barganha como aquela. Vender sua filha para um mero médico? Era loucura! Mas na visão de Jhonny, o médico poderia lhe trazer diversas riquezas inimagináveis apenas lhe dando sua filha de presente. Por um mero desespero, Jhonny então falou.
— Eu aceito sua proposta, vossa senhoria. Contanto que realmente realmente me dê aquilo que almejo. — Jhonny então apertou a mão do médico sem demonstrar qualquer resquício de receio que alguém normalmente teria.
O médico sorriu por trás da máscara e estreitou os olhos, retirou uma folha de papel desgastado de um dos bolsos da túnica e entregou a Jhonny, que leu intrigado.
Ele franziu o cenho logo após de ler "Eryx", deduziu ele que esse nome seria do então médico que estava oferecendo este contrato, o homem com a máscara de peste falou:— Esse contrato é para oficializar nosso acordo em relação a ambas as partes. — Após ele falar isso, a mente de Jhonny clareou no mesmo instante, afinal, precisava de algo para comprovar que Eryx daria tudo aquilo que prometia a Jhonny. Eryx tirou uma caneta tinteiro de seu bolso e entregou ao pai de Emilly, que sem pensar duas vezes, assinou o contrato que lhe foi dado.
Enquanto isso, Emilly estava prestes a ser queimada na fogueira junto com outras mulheres de diversas idades. O rei rechonchudo estava a alguns metros de distância da fogueira juntamente de seus súditos, ele observava com um imenso orgulho em seus olhos e um sorriso escárnio no canto de seus lábios. As mulheres clamaram por suas vidas enquanto olhava para os olhos da majestade, que ria em completo desgosto e satisfação, Emilly olhava para o rei com o mesmo desdém que ele olhava para as mulheres.— Acenda a fogueira! — Falava com um tom autoritário um dos súditos do rei que trajava roupas da mais fina costura. Em alguns minutos, as palhas da fogueira foi acendida e em segundos começaram a queimar. As mulheres gritaram ao decorrer que o fogo alastrava em suas roupas e queimava suas peles, Emilly gritou, clamou a Deus para salvar-la das chamas do inferno, mas foi recebida por risadas do povo ao seu redor e olhares de desdém do rei. Antes que o fogo possa corroer sua pele e ossos, seus olhos pousam nos olhos da majestade.
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A Dama Do Diabo.
ParanormalO ano era 1438, a Europa estava começando a temporada de caça as bruxas, como mais conhecido como "A inquisição", juntamente a doença que matou milhões na época "A Peste Bubônica", mais conhecido como "Peste Negra." Emilly no seu auge dos seus 20...