Era uma vez uma dança

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Mais uma festa que se iniciava no BBB, a festa Yoki, com seu tema de São João, transformou a casa em um verdadeiro arraial. A noite estava repleta de uma energia que parecia pulsar no ar, como se algo maior estivesse prestes a acontecer. As luzes de papel colorido balançavam suavemente, lançando tons dourados e vibrantes sobre os rostos dos participantes. A música alta, as risadas, o farfalhar das saias rodadas de quadrilha, tudo isso parecia agora um pano de fundo distante para Isabelle e Matteus, que estavam no centro de algo muito mais intenso, algo que só eles podiam sentir.

Isabelle estava deslumbrante em seu vestido xadrez, que abraçava cada curva de seu corpo de forma suave, provocando olhares e sussurros, mas ela parecia alheia a tudo, exceto à presença de Matteus. Seus olhos, sempre tão cheios de determinação e vida, agora brilhavam com uma emoção que ela lutava para controlar. Os sentimentos que a tomavam eram conflitantes: uma parte de sua mente gritava para que ela mantivesse distância, que se lembrasse da competição, dos votos cruzados. Mas seu coração pulsava em outro ritmo, um ritmo mais forte e avassalador.

Matteus também não conseguiu se concentrar em mais nada. A música, a festa, as conversas ao seu redor causaram ruídos indistintos. Ele só enxergava Isabelle. Com sua camisa de flanela levemente aberta, expondo um pouco do peito, ele parecia o perfeito estereótipo do rapaz de São João, mas seus olhos o traíam — estavam cheios de desejo, de curiosidade, de algo novo e inexplorado que ele queria desesperadamente entender. Quando os olhares deles se cruzam no meio da festa, algo se corta dentro dele, e o sorriso travesso que ele deu a ela foi uma confissão silenciosa. Ele sabia que esse momento era diferente.

A música animada de "Quando o mel é bom" começou a tocar, e Matteus, num ímpeto de coragem, estendeu a mão para ela.

— Vem dançar comigo, Isabelle! — chamou ele, sua voz compartilhou de uma mistura de diversão e provocação.

Ela hesitou por um breve segundo, as palavras ecoando em sua mente. Era como se aquela frase tivesse o poder de mudar tudo. A confusão entre eles, as mágoas passadas, tudo isso estava ali, presente como uma sombra entre eles. Mas, ao mesmo tempo, havia algo novo, uma faísca que ela não conseguia ignorar. Seu coração acelerou, e antes que pudesse se convencer do contrário, ela aceitou o convite.

Eles se encontraram no meio da pista de dança. No início, os movimentos eram hesitantes, como se ambos estivessem testando o terreno. O toque da mão dele na dela era quente, firme, mas também carregado de uma leve tensão. Isabelle sentiu uma onda de calor subir pelo seu corpo. A música os guiava em uma dança animada, mas logo a proximidade entre eles tornou-se recorrente. Matteus a delicadamente pela cintura, aproximando-a ainda mais de si. O corpo de Isabelle reagiu de forma involuntária, colando-se ao dele, enquanto os dois seguiam o ritmo da melodia.

— Não me canso de dizer o quanto você dança bem — Matteus comentou, o sorriso malicioso ainda brincando nos lábios, mas agora com uma dose de admiração que fez o coração de Isabelle saltar.

Ela sorriu de volta, sentindo-se mais leve do que esperava.

— Você também, Matteus... quem diria, hein? — brincou, tentando manter o tom casual, mas sentindo-se cada vez mais atraído pela intensidade no olhar dele.

A festa ao redor deles continuava em uma frenética de cores, música e risos, mas, para os dois, o tempo parecia desacelerar. Cada toque de suas mãos, cada pequeno movimento de seus corpos traz uma sensação nova. A forma como os corpos se encostavam, primeiro de forma tímida, logo em seguida com mais confiança, fez com que algo dentro de Isabelle se acendesse. Ela sentia o calor do corpo dele, o cheiro inebriante de sua pele misturada ao ar fresco da noite, e, de repente, tudo o que ela queria era se perder naquele momento.

Era uma vez...Mabelle Onde histórias criam vida. Descubra agora