Perseguição insana

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Conheço muitas pessoas que iriam simplesmente amar a casa e o que tava acontecendo dentro dela, mas eu odiei, e Luke parece que não gostou muito do que viu também. A casa tinha realmente aparência de abandonada, havia buracos no chão de madeira podre, rachaduras nas paredes e no teto, algumas manchas avermelhadas no chão que eu deduzi que fosse sangue e os móveis estavam quebrados e largados por aí, mas a casa não era o pior, o pior mesmo eram aqueles otários da outra turma, mais ou menos uma dúzia de garotos grandes e de porte físico excelente, mas sem nenhum tipo de inteligência, acho que todas aquelas bombas que eles tomam acabaram deixando eles burros ou sei lá.. Talvez sempre tenham sido assim.
Jenny nos conduziu pela casa e nos levou até uma sala relativamente grande, com um lustre quebrado no teto, a iluminação era bem ruim, e havia diversos quadros tortos nas paredes e uma mesa grande de madeira bem no centro da sala, ela nos disse para sentarmos em volta dela junto com os outros que estavam entrando na sala também, e infelizmente foi o que fizemos.
Eu achei que se ficasse quieto na minha ninguém me notaria, mas aconteceu exatamente o contrário, eles ficavam jogando bolinhas de papel e me perguntando como eu tive coragem para vir aqui, como se eu fosse o maior covarde do mundo. Eu já estava me irritando de verdade, queria levantar, pegar a cadeira e jogar em um deles, mas sabia que não causaria dano nenhum no cara, só na cadeira, e depois em mim, que levaria uma surra. O "momento de irritar o Willian" durou mais ou menos 15 minutos até que Jenny retornou, achei que isso fosse bom até ver o que ela estava trazendo consigo. Era uma caixa lotada de coisas até o topo, não sei como mas eu tinha certeza de que o que estava lá dentro não seria nada agradável.
Jenny se aproximou sorrindo, colocou a caixa na mesa e começou a tirar de lá diversos itens estranhos e um tanto quanto bizarros, ela tirou de lá um punhal com o símbolo da maçonaria no cabo, um olho dentro de um pote com um líquido verde meio transparente, um vidrinho que continha um líquido na cor vermelho sangue dentro (que eu podia jurar que era sangue), um copo e mais algumas coisas usadas em magia negra. E um daqueles tabuleiros do qual não sei dizer o nome.
Depois que terminou ela começou a me encarar.
-O que foi, Jenny? -perguntei mesmo sabendo que odiaria a resposta. Tentei não parecer nervoso, mas sabia que meu nervosismo era visível mesmo de longe.

-Faça o que sabe fazer de melhor, idiota.

-Mas eu nunca fiz nada desse tipo, só pesquisei sobre! Não quero me envolver com nada disso, nunca quis. -afasto um pouco a cadeira da mesa.

-Não me interessa se você só pesquisou, agora faça logo antes que eu..! -Ela para de falar assim que é interrompida por diversas batidas na porta, que ecoaram por toda a casa, fazendo com que o ambiente ficasse ainda mais medonho. Todos ficaram em silêncio, surpresos, e eu diria que estavam com medo.

-Quem mais você chamou Luke? -ela pergunta, obviamente tentando conter o medo.

-N-ninguém, Jenny.. -Luke diz, já quase se escondendo debaixo da mesa. Assim que ele diz isso a expressão de Jenny muda de valentona estressada para garotinha apavorada.
As batidas iam ficando mais fortes.
Luke e eu trocamos olhares, já sabendo que aquilo não terminaria bem.

-Marcos -por fim Jenny diz algo- Vá ver quem é!

-Tá.. -o garoto ao meu lado se levanta, trêmulo, e vai em direção a porta, desaparecendo no corredor escuro. Houve alguns segundos de silêncio, e então gritos apavorados quebram o silêncio, deixando todos na sala em pânico.

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