CAPÍTULO 01

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MIA ON

São 17:25 e eu entro correndo no hotel. Preciso me apressar pois tenho pouco tempo para fazer as malas e chegar ao aeroporto. Se tudo correr como planejado, antes das 21:00 estarei desembarcando em São Paulo.

Esses dias no Rio de Janeiro foram muito produtivos, todavia, bem cansativos também. Depois de uma semana inteira de simpósios das mais variadas áreas da medicina, eu me sinto exausta.

Acabo de colocar as minhas coisas na mala, tomo um banho rápido e visto um roupa confortável. Chamo um taxi e desço para ir em direção ao aeroporto.

São 18:25 e o taxista para em frente ao aeroporto, exatamente 1 hora e 5 minutos antes do meu voo, que está programado para as 19:30. Entro no aeroporto, faço check-in e já despacho a minha mala.

Coloco os meus fones de ouvido e me sento para aguardar o embarque. Enquanto escuto Answer: Love Myself do BTS, como boa Army que sou, aproveito para checar algumas mensagens e e-mails.

Procuro ansiosamente por um e-mail do Hospital da Universidade Nacional de Seul, na Coreia do Sul ou do Mayo Medical School (MMS) dos Estados Unidos, onde me inscrevi para um programa de residência médica. Vejo que ainda não obtive nenhuma resposta. Essa espera ainda vai me matar de ansiedade.

Eu tenho 26 anos, sou filha única, nascida e criada em São Paulo. Sempre falo que sonho em ser médica desde a barriga da minha mãe. Terminei a faculdade de medicina no final do ano passado e eu tenho certeza que ser médica anestesista é o maior objetivo da minha vida.

Quando decidi que me especializaria em anestesiologia, um dos meus primeiros impulsos foi me inscrever para uma residência no Hospital da Universidade Nacional de Seul, na Coreia do Sul. Assim uniria o meu amor pela medicina com o meu sonho de conhecer a Coreia do Sul, sonho este que acredito que todas as Armys e Dorameiras compartilham, e de quebra ainda poderia esbarrar com algum membro do BTS pelas ruas de Seul, e se eu tiver muita, mais muita sorte mesmo, poderia esbarrar no Taehyung que é o meu UTT. 

Porém, esse sonho ficou bem difícil de ser realizado, pois mesmo que eu consiga ser aprovada no programa de residência de Seul, nem eu nem meus pais teríamos condições financeiras para me me fazer chegar na Coreia do Sul e me manter por lá pelo menos até o meu trabalho ser rentável o suficiente para que eu me sustente sozinha.

Diante disso, acabei me inscrevendo também no programa de residência médica nos Estados Unidos, no hospital Mayo Medical School, já que tenho uma tia que mora em Rochester, no estado de Minnesota, e ela me disse que eu poderia morar com ela.

São 19:27 e eu entro no avião. Estou bastante tensa, eu confesso, tenho bastante medo de andar de avião. Voar sempre me deu arrepios. Me acomodo no meu assento e torço para que tudo corra bem e para que possamos pousar em segurança.

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