Capítulo 5 - As coisas começaram a melhorar

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Na manhã seguinte, acordo ainda me sentindo atordoada pelo dia anterior. Só o meu primeiro dia na Universidade de Godolkin já renderia um livro com drama, ação e várias reviravoltas.

Um livro de merda, com certeza.

Ontem, o garoto que nos ajudou, Andre Anderson, insistiu em nos acompanhar até a área dos alojamentos. Ele ficou tão confuso quanto Marie e eu com tudo o que presenciamos.

Quando voltei ao meu dormitório, terminei de arrumar minhas coisas enquanto os acontecimentos ficavam se repetindo em looping em minha cabeça.

Quem era aquele garoto? O que diabos aconteceu ali?

Sabia que deveria me sentir minimamente orgulhosa de mim, pelo menos. Eu estive em uma situação de estresse extremo, estive muito perto de perder o controle, mas não aconteceu.

Parabéns, Katherine, não matou ninguém no primeiro dia. Permito o pensamento auto debochado enquanto caminho de forma automática até a minha primeira aula. Primeira aula no prédio da Escola de Combate ao Crime.

Só me dei ao trabalho de verificar a localização da sala, sem me preocupar com a aula que seria ministrada. Eu não poderia me importar menos com isso, afinal, sentia como se estivesse cumprindo uma sentença. Uma sentença decretada pelo Prof. Brink.

Eu me sento na cadeira mais perto da porta, assim que entro na sala de aula moderna. Pouco tempo depois, vejo o professor apresentar a aula, os temas que serão discutidos e o que eles e a Vought esperam de nós com essa disciplina. Ética para heróis iniciantes, descubro que se chama a disciplina.

Tudo parecia um monte de baboseira ensaiada. Definitivamente, na conversinha com meu amigo Prof. Brink ontem à tarde, ele pegou uma pedra, chamada realidade, e acertou ela na minha cabeça em cheio. Então, não acho possível alguém nessa universidade dizer qualquer que possa me fazer mudar de ideia quanto o que realmente significa ser um herói. A grande merda de uma farsa para fazer a Vought lucrar em cima de crianças, cujas vidas foras compradas de pais ingênuos e gananciosos.

Só percebo que a aula chegou ao fim, quando vejo os demais alunos se levantando e se dirigindo à saída da sala.

Eu me apresso em seguir o mesmo caminho, andando com passos rápidos pelos corredores repletos de estudantes que também saiam de suas aulas.

"Olha só quem continua matriculada na Escola de Combate ao Crime." A voz de Jordan chama a minha atenção.

Eu me viro em direção a voz para encontrar Jordan em sua forma feminina. Ela me encara com superioridade, mantendo os braços cruzados em frente ao corpo, levemente encostada próxima a janela do corredor.

Observo os olhos castanhos intensos se tornarem especulativos enquanto um sorriso presunçoso brinca em seus lábios.

Aparentemente, Jordan está disposta a piorar o meu dia mais cedo hoje.

"Será que você pode não me encher?! Só me deixe em paz." Reviro os olhos antes de voltar a andar, focando em me distanciar desse lugar, dessa pessoa, e tomar um pouco de ar.

"Não." Jordan diz, simplesmente. Ela me alcança facilmente, caminhando ao meu lado.

Qualquer um que nos visse agora, pensaria que somos amigas aproveitando a companhia uma da outra. O sorriso largo e falso que Jordan ostenta enquanto se empenha em continuar me infernizando, com certeza ajuda a manter as aparências.

Fazia muito tempo que eu não detestava alguém tão intensamente. Jordan é realmente alguém especial, está conseguindo despertar o pior de mim.

All of me loves all of you - Jordan Li - Gen VOnde histórias criam vida. Descubra agora