Capítulo 1

475 47 0
                                    

AVISO: Esta fanfic contém temas como ideias suicidas, depressão, homofobia e agressão física. Conheça seus gatilhos!

.

De seu ponto de vista próximo à caixa registradora, ele deu um suspiro.

A mulher ao lado dele assentiu.

— Está quente o suficiente para fritar ovos na calçada esta manhã.

Harry sorriu para indicar que concordava, mas de um jeito cansado para que ela soubesse que não queria se envolver em nenhuma conversa. Não que seu suspiro tivesse algo a ver com o clima, embora estivesse muito quente, pensando bem. Não. O suspiro não tinha nada a ver com o clima.

Ele estava grato e profundamente desapontado por não ser ele. Embora ele deva confessar que, como nunca tinha visto Snape em nada além de vestes volumosas durante todo o tempo em que se conheceram, ele não podia jurar que não era Snape. Poderiam aquele torso rijo e, merda, aqueles braços bem torneados pertencerem a Snape? Harry sabia como Snape parecia com as roupas da avó de Neville e um chapéu do tamanho do Queen Mary, mas ele desafiava qualquer um a prever como Snape ficaria em jeans, uma camiseta e um boné do Arizona D-backs tão desbotado que o roxo tinha desbotado para um rosa manchado.

Harry tossiu para abafar uma risada. Pensando bem, como Snape era por baixo das vestes? Harry ficou em branco e então deu de ombros mentalmente. O que importava? Com ​​aquela cabeça careca e aqueles enormes óculos escuros envolventes – era um milagre que o cozinheiro conseguisse ver as panquecas para virá-las – não podia ser ele. De jeito nenhum. E então ele viu as mãos do homem. Uma mão direita elegante e graciosa trabalhava na grelha, virando panquecas, jogando batatas fritas caseiras, virando salsichas, enquanto a mão esquerda alcançava um prato. Mas não foi isso que o impediu. Foi a confiança daquelas mãos. Mãos que eram tão seguras.

— Quantos, senhor?

— Ah, só um.

— Você quer sentar no balcão?

— Não, hum, uma mesa, por favor. — No balcão, ele estaria a menos de um metro do homem. Embora Harry tenha sido famoso por sua estupidez e bravura em certos momentos de sua vida, ele não era um idiota. Se aquele era Snape, ele queria verificar o fato de uma distância saudável. Perto de uma saída também pode ser uma boa ideia. — Perto da porta?

— Por aqui — disse o garçom e o levou até uma mesa pequena. Ele não recebeu um cardápio, o que ele achou estranho. Então ele percebeu que cada cliente tinha um jornal na frente do rosto, o que também era estranho. E o lugar estava completamente quieto. Ninguém dizia uma palavra. O que era realmente estranho, porque ele não estava nos Estados Unidos há muito tempo, mas uma coisa que o impressionou de cara foi o quão loquazes os americanos eram. Eles não sabiam quando calar a boca.

Harry não queria chamar atenção para si mesmo olhando para o cozinheiro, então ele continuou a avaliar vagarosamente o pequeno restaurante, como se ele fosse um turista entediado que não se preocupou em pegar um jornal matutino. Embora nenhum turista em sã consciência consideraria fazer qualquer coisa além de dirigir por esse inferno remoto no deserto alto do Arizona, o velocímetro marcando noventa e cinco. Ele continuou olhando de volta para o cozinheiro. O homem estava em constante movimento, com uma segurança e confiança que Harry relutantemente admitiu ser Snapeano. Snape certamente nunca fez nada pela metade, mesmo quando envolvia odiar alguém. Quando ele odiava, ele fazia melhor do que qualquer outra pessoa; isso era certeza. Harry continuou se inclinando para dar uma olhada no braço do cozinheiro, mas a posição de sua cadeira em relação à grelha atrás do balcão tornava isso impossível.

O garçom chegou com uma xícara de café e um pequeno suco de laranja.

— Uh, eu não pedi... Cardápio?

Snape: the Homes Fries Nazi | SnarryOnde histórias criam vida. Descubra agora