Sombras e Presságios

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   A noite se passava e cada vez ficava mais tarde,os Clareanos estavam indo para seus lugares e eu fazia o mesmo ,vi o minho de longe e lembro da nossa conversa hoje, a sensação de que parece que tivemos algo não sai da minha cabeça. Perdida em meus pensamento vou até o meu lugar de dormir,deitei-me na rede e adormeci. Sem muito tempo de sono logo me peguei pairando em um sonho estranho novamente.

As árvores ao redor balançavam suavemente com a brisa, mas o som das folhas parecia distante, quase imperceptível. O peso do silêncio pairava no ar enquanto Minho me guiava por entre as sombras do Labirinto. A sensação de estar sendo observada era constante

Parei de andar e olhei para ele. Minho parou também, virando-se para me encarar, seu rosto iluminado apenas pela luz fraca que atravessava as folhas.

Eu vi coisas, Imagens, rostos... o Labirinto, mas diferente, como se tivéssemos construído tudo aquilo.Havia alguém lá,uma garota. Ela estava presa em algum lugar escuro, e eu sentia o desespero dela, como se estivesse sendo vigiada, mas eu não poderia ajudar.

Minho olhou para mim com uma expressão indecifrável, como se estivesse tentando entender o que se passava na minha mente.

—Você a conhece?—ele perguntou, sua voz soando distante, quase como um eco.

Eu tentei responder, mas as palavras não saíam. Tudo o que eu podia sentir era o peso daquela presença, daquela garota que parecia tão próxima e ao mesmo tempo inalcançável. O cenário ao nosso redor começou a mudar, as paredes do Labirinto se transformaram, os corredores se alongando e distorcendo como se estivessem vivos.

De repente, a garota virou seu rosto na minha direção. Seus olhos estavam cheios de medo, e algo dentro de mim sabia que ela estava ligada a tudo isso, ao Labirinto, aos Clareanos, a mim... e a Minho. O pânico tomou conta do meu peito, mas antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, a cena começou a se desfazer, como se estivesse sendo sugada por uma força invisível.

Acordei com um sobressalto, ofegante. A sensação de perigo ainda estava ali, impregnada em mim. Olhei ao redor e percebi que estava de volta ao meu lugar, mas a inquietação persistia.

—O que aquele sonho significava? E quem era a garota? —Com essas perguntas em mente, eu sabia que a resposta estava em algum lugar dentro do Labirinto

Eu não conseguiria dormir novamente. Algo estava mudando, e uma parte de mim sabia que esse era apenas o começo.

Depois de acordar, tentei me acalmar e voltar a dormir, mas a imagem da garota e a sensação de desespero permaneciam em minha mente. Eu sabia que precisava entender o que estava acontecendo, mas o medo do desconhecido e a incerteza sobre o que aquele sonho realmente significava me paralisavam.

Levantei-me da rede silenciosamente, tentando não acordar os outros Clareanos. O luar fraco iluminava o acampamento com os barulhos dos portões fechando e abrindo, criando sombras longas e distorcidas ao redor das tendas e árvores. Minho estava em algum lugar por perto, e eu sabia que precisava falar com ele, mesmo que fosse só para entender o que estava acontecendo entre nós e se ele também sentia aquela estranha conexão.

Com passos leves, fui até onde eu sabia que Minho costumava descansar. Meu coração batia rápido, tanto pelo receio de incomodá-lo quanto pela necessidade de esclarecer o que estava sentindo. Quando cheguei perto, vi que ele estava acordado, sentado sozinho, olhando para o céu.

—Minho—chamei baixinho, quase temendo quebrar o silêncio da noite.

Ele virou o rosto em minha direção, os olhos se encontrando com os meus.

—Você também não consegue dormir?—ele perguntou, a voz baixa e cautelosa.

Eu neguei com a cabeça e me aproximei, sentando-me ao lado dele. Por um momento, ficamos em silêncio, apenas ouvindo os sons suaves da noite ao nosso redor. Finalmente, tomei coragem para perguntar o que estava me incomodando desde o sonho.

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