- o capítulo se passa logo após o furacão
Casa
Tínhamos chegado em casa há dois dias, e, na noite anterior, fomos surpreendidos por um furacão. Foi um evento completamente inesperado e aterrorizante, especialmente porque nunca havíamos enfrentado algo assim antes. A tempestade deixou um rastro de destruição: árvores caídas sobre o telhado da minha casa e o quintal coberto de folhas e detritos. Agora, com a tempestade passando, a calmaria tinha um gosto agridoce. A internet e o sinal de telefone estavam fora do ar, e a única comunicação que recebíamos era através de rumores sobre quando os geradores seriam religados. Disseram que seria em breve, mas o "em breve" parecia sempre distante.
Ah, e claro, amanhã à tarde vai ter uma pequena festa no jardim do bairro, uma recepção para dar boas-vindas aos novos moradores. E, bom, eu vou ter que comparecer.
Enquanto eu varria as folhas e os galhos quebrados do quintal, minha mãe estava dentro de casa tentando colocar tudo em ordem. O processo estava sendo maçante, com a falta de eletricidade e a sensação de desamparo. A monotonia era interrompida apenas pelos rumores e pela tarefa interminável de limpeza.
Então, um barulho de motor chamou minha atenção. Olhei para a rua e, para minha surpresa, vi a Kombi marrom e branca estacionando em frente à nossa casa. Um sorriso se espalhou pelo meu rosto enquanto largava a vassoura e corria para a janela. John B., com seu sorriso largo e o boné bege que parecia sempre desamarrado, estava lá fora, me cumprimentando com um gesto animado.
— Bom dia, limpadora de jardim — disse ele, e eu não pude deixar de rir, mesmo que discretamente.
— Bom dia, John. O que traz você e sua Kombi para o lado dos Kooks da cidade? — perguntei, cruzando os braços e observando a cena.
— Kiara me pediu para te buscar. Não é justo ficar em casa durante as férias em Outer Banks, ainda mais cercada de Kooks — respondeu ele, com um sorriso travesso.
— Sério? Agradeça a Kiara por mim. E qual é o plano? — perguntei, enquanto ele dava uma olhada pensativa para dentro da Kombi.
— Vamos para o mangue pescar. Com o furacão, tem um monte de caranguejos na costa. Dá pra pegar uns peixes e nadar um pouco...
— Parece ótimo, mas o problema é convencer minha mãe a me deixar sair de casa — falei, já antecipando a resposta negativa.
— A-aaah, a gente convence sua mãe! — disse JJ, surgindo de repente com a cabeça enfiada entre o banco da frente e a porta da Kombi. Sua pausa dramática no "A" fez o momento parecer ainda mais engraçado.
— Você está com bafo de cerveja... e mal passou do meio-dia — falei, revirando os olhos enquanto ele fingia estar ofendido.
— Eu posso ir se você quiser — ofereceu Pope, que estava espremido entre os bancos da Kombi, acenando com a mão de um jeito amigável.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Look At My Eyes ✦ Rafe Camerom ✦
أدب الهواةLouise Suárez, conhecida também como princesinha do atlântico, ou só como Lou mesmo, a garota tem 16 anos e mora com seus pais no Brasil, até que de maneira inesperada e misteriosa sé vê tendo que se mudar para a Carolina do Norte, para uma cidade c...