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Kurotsuchi corria apressada pelos corredores de sua grande casa, rumo ao quarto de seu avô.

A Tsuchikage havia recebido uma notícia de que Onoki estava morrendo. Há tempos ele vinha com a saúde debilitada, pois já estava com uma certa idade. Ultimamente ela teve pouco tempo para ficar com ele, por causa do trabalho. Agora estava com o coração a mil, sentindo-se culpada.

Antes de chegar no seu destino final, passou por alguns funcionários que já a fitavam com o olhar de pesar. O luto estava estampado sobre o rosto dos civis. O que fez Kurotsuchi se perguntar se tinha chegado tarde? Ignorou a sensação de morbidez do ambiente. E suspirou aliviada quando finalmente entrou nos aposentos do avô. E o encontrou ainda com vida.

Akatsuchi, seu fiel companheiro, estava ao lado dele. Houve uma troca rápida de olhar entre eles. A Tsuchikage se aproximou em passos lentos do leito de Onoki. Sentia muito medo, e o viu de olhos ligeiramente arregalados, respirando pesado. Como se estivesse apenas esperando por ela.

— Vovô. — Kurotsuchi chamou por ele com um fio de voz, quase chorando.

— Por favor! Aproxime-se, minha neta.

A Tsuchikage obedeceu, e sentou ao lado dele na cama. Akatsuchi respeitou o espaço deles e se afastou, fingindo observar a paisagem através da janela. Mas com preocupação.

O senhor tossiu um pouco, e Kurotsuchi ficou bastante alarmada quando o viu ser forçado a pegar algo na cômoda tremulamente.

— Kurotsuchi, preciso lhe revelar uma coisa.

— Não se esforce tanto. — falou ela.

Onoki entregou para sua neta uma pequena caixa de madeira. Kurotsuchi momentaneamente ficou sem compreender o que o avô queria com isso. Contudo, logo se convenceu com antecipação que talvez fosse um presente de despedida. Afinal, sabia o quanto seu avô gostava dessas coisas.

Se manteve em silêncio, notando que Onoki ia começar a falar novamente.

— Nessa caixa contém um segredo que escondi todo esse tempo de você. Vocês. — ele confessou. Onoki sabia que Akatsuchi estava ouvindo e tratou de inserir também seu aluno na conversa.

— Um segredo? Espere! Vovô, o que o senhor quer dizer? — a kunoichi indagou com preocupação. Onoki estava de olhos fechados. Respirando com certa dificuldade.

O velhinho tocou a mão dela suavemente. Kurotsuchi o olhou afetuosamente. O que quer que fosse não importava naquele momento. Apenas queria ficar com ele nos seus últimos instantes. Nada mais lhe tinha interesse.

— Só espero que posso me perdoar. — disse-o.

— Não há nada a perdoar, Tsuchikage-sama.

Kurotsuchi garantiu com lágrimas nos olhos. Naquele momento não conseguia mais segurar. Por que falar de coisas sem sentido logo naquele momento? Não entendia seu avô. Nunca o entendeu.

— Afinal, nada mais importa. — falou ele por fim.

Silêncio. Viu quando o braço dele, que antes estava com a mão sobre seu rosto, caiu estirado sobre a cama. Kurotsuchi entrou em choque.

— Vovô? — Não houve mais uma resposta.

Akatsuchi que estava a poucos metros. Se aproximou! E fez uma referência final a seu mestre. Kurotsuchi chorava sem parar.

Oficialmente, o grande Onoki do jutsu estilo partículas, o terceiro Tsuchikage, havia falecido.

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Semanas tinham passado desde a morte do terceiro Tsuchikage. Kurotsuchi decretou luto de um mês por seu avô em toda a aldeia da pedra.

Deixe a luz entrar (Kurodara) Onde histórias criam vida. Descubra agora