ECOS DE AUSÊNCIA

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No vazio que deixaste, ecoa 
Um silêncio pesado, sem fim, 
Cada lembrança, agora, é só proa, 
De um barco à deriva em mim.

O tempo, que antes corria ligeiro, 
Agora se arrasta, sem cor, 
E o que era tão certo e inteiro, 
Desfez-se em fragmentos de dor.

Teus passos, que antes guiavam os meus, 
Hoje são sombras que o vento levou, 
E os sonhos que juntos tecemos, 
São fios que o destino cortou.

Em cada canto, tua ausência me espreita, 
E o mundo se torna menor, 
Pois a perda é um mar que nos deita, 
Sem porto, sem norte, sem flor.

Mas mesmo na escuridão desse luto, 
Há um brilho que nunca se apaga, 
A lembrança de um amor absoluto, 
Que nem a perda desliga ou deságua.

THE SHADOW OF WORDSOnde histórias criam vida. Descubra agora