O céu se tornava cada vez mais escuro, nem a lua era mais vista, o vento era impetuoso, o som dos trovões e raios se aproximavam cada vez mais. Quem já havia testado a paciência da feiticeira, sabia que era questão de tempo até ela apagar a existência daquele jovem cavaleiro da face da terra, mas ela iria fazer tal coisa? Ninguém sabia responder essa indagação, ela era e continua sendo completamente imprevisível e astuta em relação é isso.
-Você deve ser a tão conhecida e temida Feiticeira Negra, estou certo?- a cada fala do cavaleiro, a raiva da mulher aumentava, e seu sorriso? Continuava ali, nunca se desfez.
-Quem diria! Alguém tão ignóbil conhece meu nome, como devo chamar "o nobre e ignóbil cavaleiro"?- o tom de provocação, desprezo e deboche era nítido e palpável na voz da feiticeira.
-Brayan Paix, a seu dispor.- faz uma reverência perfeita, mas com um sorriso provocante nos lábios.
-Ótimo, agora vou poder dizer que matei "Brayan Paix"-
-No momento não estou vendo motivos para morrer tão cedo, se não se importar eu irei prendê-la, sair deste lugar, levá-la até meu rei e sair como o herói que sempre sou.- o orgulho na voz de Brayan era palpável, isso dava náuseas na feiticeira, pois ela detestava e detesta pessoas assim, orgulhosas, incapazes de ser humildes, prepotentes, egocêntricas, para ela esse tipo de pessoa jamais deveria existir.
-Sinto em pesar a balança, mas você não sairá daqui nunca mais, uma vez que entrou no meu castelo, nunca mais vai sair.- proferiu a mulher virando-se e sentando-se no trono fazendo uma taça de vinho aparecer.
-Como?-
-Você não sairá nunca mais, qual parte você não compreendeu?- ela deu um gole com sua postura perfeita, ela falava com deboche.
-Perdoe-me, mas eu não tenho planos de ficar aqui "para sempre"- refutou Brayan com seu tom brincalhão.
-Você não tem escolha, ou você fica de bico calado e aceita seu destino encarcerado neste palácio, ou eu lhe retiro a vida.- O tom sério da feiticeira deixou o clima mais tenso ainda.
-Porque eu deveria obedecer você?- ele cruzou os braços emburrado, aquilo já estava estressando a mulher.
-Cale a boca.-
-O que disse?-
-Eu disse... Cale a boca!- ela levantou do trono, em passos largos ela se aproximou de Brayan e com um estalar de dedos o cavaleiro estava sendo empurrado no chão por uma luz roxa cada vez mais forte, ele tentava se levantar mas era inútil.
A cada segundo que se passava Brayan estava sendo prensado contra o chão com mais força, ele grunia lutando para não ser imprensado mais ainda no chão. Seu rosto vermelho por trás do capacete demonstrava o esforço do loiro.
-Já chega!- várias vozes ecoaram no salão do castelo, Brayan reconhecia aquela voz.
-Quem disse isso?- o ódio palpável na voz da mulher cresceu mais ainda.
-Mestre... Eu lhe peço, por favor, não mate-o...- a matadora de homens (quem antes está rastejando pelo chão) agora estava em pé implorando para sua dona não matar o cavaleiro.
-Porque isso de repente?- a feiticeira abaixa um pouco a mão fazendo a luz empurrar o loiro mais forte.
-E-Eu... Eu não sei, mas eu cuidarei dele, se ele fizer algo errado eu tomarei-lhe a culpa e punição! Porém, por favor, não mate-o.- a sinceridade da sombra era perceptível, a feiticeira não estava entendendo o motivo da sua sombra (ou pet) estar querendo proteger aquele cavaleiro vil.
Ela pensou na proposta de sua sombra, um sorriso sínico e maliciosos surgiu nos lábios da mulher. -Está bem, eu aceito sua proposta.- a sombra deu um pequeno sorriso de alívio a luz roxa sumir. -Mas, se ele fizer alguma coisa errada, sua punição será não falar com ele, isso, se eu não estiver de mal humor, senão será bem pior.-
A Feiticeira Negra desapareceu novamente na névoa. O loiro -que ainda está caído no chão- recupera o fôlego perdido, seu corpo estava doído, tinha alguns machucados por ter sido jogado no chão com aquela força desumana. A sombra se aproximou do cavaleiro preocupada, ela se transformou em sua forma "tangível", retirou o capacete, e moveu os fios loiros grudados na testa pelo suor e esforço. Brayan sentiu seu coração aquecer quando viu a nítida preocupação da sombra, mas isso durou pouco, sua visão foi embaçando e escurecendo, até que... ele tinha desmaiado, mas ele tinha o espírito de um herói, apesar ser tudo.
O desespero da matadora era melancólico, ela cobriu com suas sombras o corpo desacordado do rapaz e os levou até um quarto simples do castelo, o depositou na cama e ficou cuidando dos machucados do jovem, isso se prolongou durante horas. Sete horas... Havia se passado sete horas e Brayan ainda não tinha acordado... Com raiva e amargura, a sombra saiu do quarto em alta velocidade até os aposentos da sua dona.
-O que queres agora matadora de homens?- a raiva palpável na voz da mulher ecoou pelo seu aposento.
-Você fez ele desmaiar!-
-E? A culpa não foi minha se ele me testou para ver se minha paciência era colossal!- ela bateu a taça de vinho na mesa.
-Mas é vossa culpa dele estar ferido e inconsciente neste momento!- a sombra grita com raiva.
-Minha culpa? Você não sabe o que fala matadora de homens! Cale-se!- a fúria era nítida na voz da mulher.
-Desta vez não me calarei perante a sua voz! Eu exijo! Exijo que a vossa pessoa cure o Brayan!- a matadora estava no ápice da ira.
-Como assim "exige"? Você acha mesmo? Que eu, curarei aquele cavaleiro ignóbil! Jamais!-
-Ou você cura o Brayan, ou eu irei me rebelar e sairei deste castelo.- a sombra ameaça com um olhar desafiador.
-Que saia! Poderei facilmente substituir por outra sombra a meu favor.- a feiticeira fala com um tom de indiferença.
-Sairei deste castelo sim, porém, direi a todos sobre seu paradeiro.- a mulher trava, seu sorriso trêmulo quase sumindo demonstrava sinais de ódio e insegurança.
-Se você fizer isso, eu lhe apagarei da existência sem nenhum pudor!- a feiticeira se vira com uma adaga em mãos, ela abre a mão levemente e uma chama surge na mão da feiticeira, a chama avermelhada se movia de forma violenta.
-Eu não sairei deste castelo nem contarei a ninguém sobre seu paradeiro, todavia, terá que curar Brayan.- a sombra estende a mão em direção a mulher como sinal de acordo.
A Feiticeira Negra fica completamente perplexa, era exatamente as mesmas palavras que ela usava para manipular as pessoas para venderem suas almas para ela. A chama da feiticeira recebe a coloração amarela, a sombra abre um sorriso malicioso, ela tinha consciência de que dependendo da cor, a emoção da feiticeira era revelada.
-Que houve? Está insegura e com medo mestre?- a sombra zomba da mulher.
A feiticeira para e pensa por um momento, ela abre um sorriso sínico, a matadora se assusta com o sorriso da dona de sua alma.
-Está bem, porém, se ele me estressar mas sete vezes, eu matarei!- a mulher agarra a mão da sombra com força. -Trato feito!
Várias luzes negras e roxas surgem nas paredes, rachaduras enormes e pequenas se fazem presentes também, a mão da feiticeira brilhava em uma forte luz negra, a mão da sombra, por sua vez, brilhava intensamente em uma luz roxa. O desespero da matadora de homens subiu quando viu o sorriso macabro da dona de sua alma.
-Agora é hora da sua punição... Matadora de homens-
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Hero VS Villain {Um amor (im)possível}
Mystery / ThrillerE se caso você é uma vilã que se apaixona pelo herói que, no caso, é o mocinho da história? E se você é uma vilã que mata aqueles que lhe provocam e você se apaixona pelo herói que quer salvar a todos? Esse era o caso da vilã, ou filha da vilã Ultor...