When the past returns - (Lumity)

2.Cap - THE OWL HOUSE

[...]

As últimas aulas foram iguais as primeiras, insuportáveis.

Já era noite, e eu estava no meu quarto organizando minhas coisas quando Luz entrou.

"Ei, quer ajuda?" Luz oferece, enquanto passa pela porta.

"Já estou terminando aqui, mas obrigada," respondo, colocando uma das minhas jaquetas no cabide.

Luz se senta na minha cama e abraça os joelhos, seu olhar distante e triste.

"Lúcia, posso te contar uma coisa?" Sua voz tremula. Assinto, e vejo ela tomar um fôlego profundo antes de continuar. "Você se lembra da Amelia?"

O clima no quarto se torna denso. Amelia, a garota com quem minha irmã teve um relacionamento enquanto eu estava fora, e que acabou partindo o coração de Luz. Desde então, Luz evita qualquer menção a ela.

"A garota de cabelos verdes? Aquela que você nunca superou? Hahaha," - digo, tentando amenizar a situação. No entanto, percebo que minha tentativa de humor só piora as coisas. O olhar sério de Luz se fixa em mim, e eu sinto o peso da situação crescer.

"Eu não consigo me esquecer... Já faz quase um ano." - Ela afunda a cabeça entre seus joelhos. Largo as roupas e me sento ao lado dela.

"Luz, é normal você se lembrar dela, mas quando isso acontecer, tente se focar nas coisas ruins que ela fez, não nas boas," - digo, vendo Luz levantar a cabeça e me olhar atentamente. - "Amelia te machucou. Te manipulou e usou, e quando não precisou mais de você, te descartou. Você não merece alguém assim."

"Mas e se na verdade..." - Luz começa a dizer, mas eu a interrompo.

"A culpa não é sua, Luz."

Sua expressão muda como se estivesse sendo atingida por um choque. - "Você merece ser feliz, mas não com alguém que te trate da forma como Amelia te tratou. Você é minha irmã, e é incrível demais para alguém como ela." -

Sinto o clima aliviar e o sorriso de Luz reaparecer. Sem querer me gabar, mas eu sou uma irmã realmente incrível.

"Obrigada, Lúcia" - Luz diz, com um olhar agradecido.

E do nada, a porta se abre abruptamente, Eda entra ofegante - "Desculpem intemrromper essa sessão terapia de irmãs mas Lúcia, Raine chegou, quero te apresentar antes que ele descubra um portal para fugir da gente."

Assim que descemos, encontro uma pessoa sentada no sofá da sala, visivelmente nervosa.

Cumprimento Raine, que ri timidamente.

"Você não é muito de falar, né?" - pergunto, tentando quebrar o gelo.

"Ah, o Raine sempre foi um pouco tímido," - diz Eda, enquanto coloca as mãos nos ombros de Raine, que sorri de volta, ainda envergonhado.

"Engraçado como ele se transforma quando está no quarto com você, Eda," - Luz comenta, com um tom provocativo. - "Dizem que até os vizinhos sabem quando vocês estão lá dentro. Acho que o Raine encontrou uma nova maneira de praticar seu vocabulário!"

"LUZ!" Eda e Raine gritam em uníssono, visivelmente constrangidos.

No final da noite, Raine acabou ficando por aqui, e Luz não estava exagerando. Acontece que, quando o Raine se solta, ele realmente não economiza na animação. Puta que pariu.

[...]

O resto da semana foi surpreendentemente tranquilo. Fui me aproximando cada vez mais de Willow e Gus, e me conectando ainda mais com Luz. Em casa, Raine praticamente virou um morador extra na casa de Eda. Sempre tinha algo divertido acontecendo por lá.