1.2

139 11 1
                                    

Ao despertar, percebo que estou toda molhada.
Que diabos de sonho foi esse que foi tão, tão, tão real? Sonhei com o Jordan me possuindo com intensidade, o que me deixou incrivelmente excitada. Saio do banheiro apenas com uma toalha, já que tomei banho e me masturbei relembrando o sonho. Fecho os olhos, mordendo os lábios, mas ao abri-los, me deparo com um "diabo" à minha frente: o Breno. Esse imbecil ainda está aqui? Me afasto um pouco, desconfortável.

- Bom dia, prima. - ele ri.

— Como entrou no meu quarto? - questiono.

— Estava aberto. - e mais um sorriso, dessa vez, malicioso.

Minha porta não estava aberta, pois nunca a deixo assim quando a Sadie não está em casa. Ela sempre me diz para fechar, e eu sempre obedeço, pois tenho medo dele e do que... eu não quero pensar nisso.

— Os seus pais saíram priminha - se aproximar e quando ia me afastar o mesmo me puxa pela a cintura - Gostosa - aperta minha bunda.

- Sair daqui - tento me soltar

- Tá sem calcinha? - sinto suas mãos no meio das minha pernas e foi ai que entrei em pânico - Essas marcas no seu corpo? Falei que não era virgem sua safada.

Dou um chute na região sensível dele, correndo para o banheiro e trancando a porta por dentro.

Rezo agradecendo pelo fato de a porta não ter fechadura externa, graças a uma boa decisão dos meus pais. Sento-me no chão, deixando uma lágrima cair, enquanto aguardo a chegada da Sadie.

Não pretendo sair desse banheiro tão cedo enquanto esse invasor estiver por perto.

- Nossa, priminha, pensei que íamos nos divertir - bate na porta do banheiro - Eu sempre te achei tão atraente.

- Saia daqui, Breno - digo firmemente.

Escuto a campainha tocar, e a pulsação acelera enquanto o idiota do Breno insiste batendo na porta do banheiro, murmurando palavras desconcertantes.

Após um tempo, decido enfrentar a situação e sair do banheiro, ouvindo Breno gritar lá embaixo que tem alguém me esperando. Cuido para escolher uma roupa que disfarce as marcas que ainda estão presentes, embora já estejam começando a desaparecer, um alívio notável. Desço as escadas com minha mochila nas costas, e seguro um spray de pimenta, uma medida de precaução, pois se Breno cogitar me tocar, o spray será usado sem hesitação.

— Ai está ela - Breno fala com tédio, lançando um olhar desinteressado.

- Five? - Franzo a testa - O que está fazendo aqui?

- Bom, eu vou subindo. Se quiser uma carona para a escola, estou lá em cima - Breno diz, subindo as escadas.

- Precisamos conversar - Jordan finalmente fala —
Eu te dou carona.

- Tá bom - respondo

Encontrava-me no interior do carro de Jordan, percebendo a tensão que pairava no ar. Era evidente que ele estava tentando expressar algo, e a angústia se refletia em sua expressão cativante.

Avançamos alguns quilômetros em direção à escola, e Jordan finalmente para o carro, interrompendo o silêncio tenso que nos envolvia.

- Jordan - ele respira fundo - A gente se fudeu? - arregalo os olhos.

- O QUÊ? - pisco os olhos várias vezes, ainda tentando processar essa pergunta - Tá doido?

— Não, eu não estou doido. Você que não se lembra
- fala sério - Estávamos bêbados para caralho e acabamos ficando.

- Sério - começo a rir nervosamente - Então o meu sonho erótico não foi tão erótico assim.

- O quê? - ele franze a testa.

— Nada - olho para ele - Não posso acreditar que transei contigo e não me lembro de porra nenhuma
- falo em sussurro, uma tensão palpável no ar - Quando você se lembrou?

- Ontem - ele me olha, a seriedade em seu olhar aumenta, intensificando a atmosfera carregada de incerteza.

— Deveria ter me contado ontem - sussurro, uma nota de reprovação em minha voz.

— Eu me lembrei de tudo quando estava na minha casa, Nicole. Não teria como eu te falar - ele bufa, a tensão visível em sua expressão.

— Você gostou? - deixo-o sem graça, procurando ler seus olhos em busca de respostas.

— Você vai descer aqui - ele bufa, frustração contida em suas palavras.

- Claro - respondo, desviando meu olhar - Não seria apropriado um professor ser visto com uma aluna - saio do seu carro, deixando para trás um turbilhão de emoções não ditas.

Não estava com raiva dele, mas sim de mim mesma por não conseguir recordar absolutamente nada do que aconteceu. A frustração aumentava, pois ansiava sentir sua presença sem estar envolvida pelo nevoeiro do álcool. Ah, como me irritava essa incapacidade. Uma lágrima teimosa escorre, e adentro a escola ainda possuída por uma raiva silenciosa. Apenas preciso respirar um pouco, é só isso.

𝐒𝐔𝐁𝐌𝐈𝐒𝐒𝐀, 𝖩𝗈𝗋𝖽𝖺𝗇 𝖯𝗈𝗐𝖾𝗅𝗅 (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora