𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟔: 𝐏𝐫𝐢𝐬𝐢𝐨𝐧𝐞𝐢𝐫𝐨𝐬.

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𝐕𝐨𝐮 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐢𝐧𝐮𝐚𝐫, 𝐅𝐨𝐝𝐚-𝐬𝐞! 𝐄𝐮 𝐩𝐫𝐞𝐜𝐢𝐬𝐨 𝐩𝐞𝐥𝐨 𝐦𝐞𝐧𝐨𝐬 𝐞𝐦 𝐮𝐦𝐚 𝐟𝐚𝐧𝐟𝐢𝐜 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐢𝐧𝐮𝐚𝐫 𝐦𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐚𝐦𝐢𝐳𝐚𝐝𝐞 𝐜𝐨𝐦 𝐞𝐥𝐚! 𝐏𝐨𝐫𝐞́𝐦, 𝐯𝐨𝐮 𝐮𝐬𝐚𝐫 𝐭𝐮𝐝𝐨 𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐞𝐮 𝐩𝐚𝐬𝐬𝐞 𝐞 𝐬𝐞𝐢, 𝐚𝐪𝐮𝐢 𝐝𝐞𝐧𝐭𝐫𝐨.

Passei a mão pelo pescoço e encarei a Bia. Ela estava estática. Quase ri da cara que ela fez enquanto olhava o vovô anão.

- Be, amiga, tú travou foi? - cutuco ela.

A mesma se vira e começa a ri.

Oxi.... Que guria doida.

- O que que vc ta rindo?! Maluca!

Vejo ela respirar fundo colocando a mão na barriga enquanto tentava não rir.

O tal Hanamaya tava olhando pra ela como se ela tivesse algum defeito, e tinha, problema mental!

- Foi mal, foi mal ahahahahah! Desculpa! É que. - ela me olha. - Fudeuuu tururu. Aiai. Pronto, to mais calma.

Levantei minha mão e dei um tapa em sua cabeça. Ela me olha com a mão no lugar e bico.

- Faz essa cara não! Tú age que nem retardada, o povo vai achar que eu também sou paranóica.

Respiro fundo vendo ela revirar os olhos e sorri.

- Nada contra os paranóicos, nega.

Apertei minha mão com força, eu odiava que ela me chamava assim, ou de chocolate, pretinha, nega e outras coisas que se referiam a minha cor.

Mas não era culpa dela, eu nunca demonstrei e nem falei, sei que ela só falava porque era do seu jeito carinhoso, afinal ela ama chocolate e me deu esse apelido por conta de seu doce favorito.

E eu deveria ficar feliz. Mas não consigo.

As vezes eu queria me afastar, deixar ela perceber, mas, sei que.... além de mim, a única pessoa que ela tem de amigo é a sombra e os livros dela.

Beatriz sempre foi uma garota difícil, não que eu também não seja, mas ela foi criada em uma família que a deixou com traumas, quase tão piores quanto os meus.

A tia Kilma, mãe da Be é um amor. O pai dela era o problema, um machista, racista e homofóbico.

Ela tenta não deixar transparecer, e odeia tocar no assunto da sua família, eu entendo, eu também odeio.

Então não a culpo por ser assim. Mas.... ela mente de mais, finge tanto que quase acho que é real.

As vezes, eu chorava por palavras que me ofendia, ela nunca via, nunca deixe transparecer. As vezes me acho idiota por não falar com ela, avisar no mesmo momento que eu não gostei de sua atitude.

Mas eu não devo fazer isso, ela tem que aprender a se corrigir.

Balancei a cabeça a vendo com um bolinho na mão e sorri. Poxa, ela era minha melhor amiga des do pré. Crescemos juntas, brigamos muito e já nos separamos uma vez.

Ela nunca mudou.

Eu nunca tentei ajudá-la nisso.

Meu trauma? O mesmo que o dela.

Meus pais? Não podem ser comparados aos dela, eles se sentiriam ofendidos.

Minha família? Ah, bem, eles não estão aqui. Só tenho ela agora, que, bem, é minha irmã..... o engraçado é que minha irmã de verdade também chama Beatriz. Universo foda.

𝐄𝐬𝐭𝐚𝐦𝐨𝐬 𝐞𝐦...?? 𝐁𝐀𝐊𝐈 𝐇𝐀𝐍𝐌𝐀?! Onde histórias criam vida. Descubra agora