O sol estava começando a se pôr sobre Paris, tingindo a cidade de tons dourados. Isabella Moreau, cuidadora do Museu de Arte e História, havia terminado seu dia e decidiu explorar algo novo. Caminhou até o Skate Park de Paris, um local que sempre ouvira falar, mas nunca tinha visitado.
Ao chegar, o som das rodas girando e os gritos de animação dos skatistas preencheram o ar. Isabella se encantou com a energia do lugar e se acomodou em um banco para assistir.
Entre as várias manobras, um jovem com uma presença marcante chamou sua atenção. Ele executava truques com uma confiança impressionante. Curiosa, Isabella se aproximou quando ele fez uma pausa.
“Uau, você realmente manda bem,” Isabella comentou, tentando desviar o olhar das manobras ainda frescas em sua mente.
O skatista, com uma camiseta desleixada e um boné virado para trás, sorriu. “Valeu! Sou Augusto. E você, está curtindo o parque?”
“Sim, muito! Sou Isabella. Trabalhar no museu é legal, mas eu nunca tinha visto algo assim ao vivo,” respondeu ela, com um sorriso.
“Ah, que bacana! Nunca pensei que um skatista poderia impressionar alguém do mundo da arte,” disse Augusto com um olhar divertido.
“Bem, eu acho que tudo que é feito com paixão é impressionante,” Isabella retrucou, “Mesmo que seja um pouco mais... dinâmico.”
Augusto riu. “Isso é uma boa forma de ver. Quer tentar algum truque? Se não, eu posso te mostrar algumas manobras básicas.”
Isabella hesitou, olhando para o skate e imaginando a quantidade de quedas que poderia ter. “Eu vou passar no truque, mas adoraria ver o que você tem para mostrar.”
Ele fez um gesto para seguir e começou a executar algumas manobras. Isabella assistiu, fascinada, e viu o quanto ele se divertia com aquilo.
“Você já se machucou muito?” Isabella perguntou, inclinando-se para perto para ouvir melhor sobre as histórias de quedas e curativos.
“Ah, claro,” Augusto respondeu, sorrindo de forma nostálgica. “Já me esfolei algumas vezes. Uma vez, caí de cara e fiquei com um hematoma gigante. Mas é tudo parte do jogo.”
Isabella riu, imaginando a cena. “Imagino que a recuperação deve ser tão importante quanto o treino.”
“Exatamente. A dor faz parte do processo, né? Meio como um lembrete de que você realmente está vivendo,” Augusto disse com uma piscadela.
Enquanto conversavam, Isabella se viu mais à vontade, apreciando a forma como Augusto fazia parecer que conversar sobre experiências pessoais era algo leve e natural.
“E você? Já teve algum momento que te marcou de verdade?” Augusto perguntou, olhando para ela com um interesse genuíno.
Isabella pensou por um momento. “Bem, quando eu era criança, minha família passou por uma fase difícil. Tivemos que nos mudar várias vezes e isso foi bem complicado. A arte acabou se tornando uma forma de escapar e encontrar algum tipo de estabilidade.”
“Isso deve ter sido bem duro,” Augusto comentou, com um tom de empatia. “Mas parece que você encontrou uma maneira de transformar isso em algo positivo.”
“Sim, foi um jeito de lidar com a situação. Às vezes, é assim que as coisas funcionam, né? Você se adapta e segue em frente,” Isabella respondeu, sentindo-se aliviada por compartilhar um pouco de sua história.
O sol estava quase se escondendo atrás do horizonte, e a atmosfera do parque começou a se acalmar. Augusto ofereceu um sorriso amigável. “Foi ótimo conversar com você, Isabella. Espero que possamos nos encontrar de novo.”
“Eu também gostei,” Isabella respondeu. “Quem sabe um dia eu venho para uma das suas competições de skate?”
“Seria ótimo!” Augusto disse com entusiasmo. “Vamos manter contato. Até mais!”
Eles se despediram com um gesto de mão e um sorriso, ambos sentindo que o encontro inesperado havia sido mais do que apenas uma visita ao parque.
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Entre Manobras e Museus: O Encontro de Paris
FanfictionÀs vezes, as conexões mais inesperadas nos mostram que a verdadeira arte está em como nos encontramos no meio da dança da vida.