O trem partia da Gare du Nord em direção a Londres, levando com ele uma parte do coração de Isabella. Na plataforma, ela assistia o trem se afastar, sentindo um misto de orgulho e tristeza. Augusto, com sua determinação e ambição, havia aceitado o desafio que a vida lhe apresentara, mas a separação física pesava sobre ambos.
Os primeiros dias sem ele em Paris foram estranhos para Isabella. As ruas, os cafés, e até mesmo o seu apartamento pareciam vazios sem a presença de Augusto. Ela tentava se distrair com o trabalho, mergulhando em novos projetos e desafios, mas sempre havia um momento de pausa onde seus pensamentos voltavam para ele.
Enquanto isso, em Londres, Augusto se adaptava à nova rotina. O trabalho era tudo o que ele havia sonhado: desafiador, excitante, e com a promessa de grandes conquistas. No entanto, cada vitória tinha um gosto amargo sem Isabella para compartilhá-la. Eles mantinham contato diário, com mensagens e chamadas de vídeo, mas nenhum desses substituía o conforto de estar juntos.
Uma noite, após uma longa jornada de trabalho, Augusto ligou para Isabella. Ele parecia cansado, mas havia uma doçura em sua voz que a fez sorrir instantaneamente. "Hoje fui ao Hyde Park," disse ele, "e tudo o que conseguia pensar era em como seria se você estivesse aqui comigo."
Isabella sorriu tristemente. "Eu sinto o mesmo, Augusto. Paris não é a mesma sem você. Mas estou feliz por você estar seguindo seus sonhos."
Eles conversaram por horas, rindo, compartilhando histórias do dia e expressando sua saudade. A conexão entre eles era palpável, mas também estava tingida de uma melancolia que ambos tentavam esconder.
Com o passar das semanas, a rotina da distância começou a pesar. Havia momentos de incerteza, quando as dúvidas sobre o futuro se infiltravam em suas mentes. "Será que conseguimos manter isso?", Augusto se perguntava em silêncio. Isabella, por outro lado, se via questionando se a distância poderia, eventualmente, enfraquecer o laço que tinham.
Mas em meio a essas dúvidas, havia também uma força silenciosa que os mantinha unidos. Isabella começou a planejar uma visita a Londres, uma forma de quebrar a barreira da distância e reacender a chama que ambos sabiam estar viva, mas adormecida.
Finalmente, chegou o dia. Isabella embarcou no trem para Londres, seu coração batendo acelerado com a antecipação do reencontro. Durante a viagem, ela repassou em sua mente todas as conversas que tiveram, os risos, as lágrimas e os momentos silenciosos. Ela sabia que a distância era um desafio, mas também entendia que o amor deles era forte o suficiente para suportar.
Quando o trem chegou à estação St Pancras, Isabella sentiu um nervosismo que não esperava. Mas assim que saiu na plataforma e viu Augusto esperando por ela, todos os seus medos desapareceram. Ele estava ali, com um sorriso radiante que espelhava o dela. Sem palavras, eles correram um para o outro, abraçando-se como se nunca tivessem se separado.
Augusto segurou o rosto de Isabella entre as mãos, olhando-a nos olhos com uma intensidade que a fez esquecer de todo o resto. "Eu senti tanto a sua falta," ele murmurou, antes de beijá-la com todo o amor e saudade que guardara durante aquelas semanas.
Londres, com suas ruas agitadas e seu céu nublado, agora parecia um lugar novo para ambos. Juntos, eles exploraram a cidade, rindo e se reconectando como se nunca tivessem estado distantes. Cada momento juntos era uma reafirmação de que, apesar das dificuldades, o amor que compartilhavam era resiliente.
Na última noite antes de Isabella retornar a Paris, eles se sentaram à beira do Tâmisa, observando as luzes da cidade refletidas na água. Augusto, segurando a mão de Isabella, virou-se para ela com um olhar sério.
"Eu sei que a distância é difícil," começou ele, "mas estar com você hoje me fez perceber que não importa onde estamos. O que importa é que estamos juntos, em espírito, se não em corpo."
Isabella sorriu, seus olhos brilhando com lágrimas de emoção. "Eu sinto o mesmo, Augusto. Estaremos sempre juntos, mesmo que por um tempo estejamos em cidades diferentes."
E assim, com a promessa de continuar lutando pelo amor deles, Isabella e Augusto se despediram, sabendo que aquela despedida não era um fim, mas apenas mais um passo em sua jornada juntos. Eles haviam superado o primeiro grande desafio, e estavam prontos para enfrentar qualquer coisa que viesse, porque sabiam que, no fundo, pertenciam um ao outro, independente da distância.
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Entre Manobras e Museus: O Encontro de Paris
FanfictionÀs vezes, as conexões mais inesperadas nos mostram que a verdadeira arte está em como nos encontramos no meio da dança da vida.