CHAPTER NINE: STORM

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Os dias após o reencontro em Londres passaram rapidamente, deixando Isabella e Augusto ainda mais conectados, mas também conscientes das dificuldades que enfrentavam. O amor que sentiam um pelo outro era inegável, mas a distância entre Paris e Londres continuava a ser um teste para sua paciência e compromisso.

No entanto, as semanas que seguiram trouxeram consigo uma nova complicação. O trabalho de Augusto começou a exigir ainda mais tempo e dedicação. Projetos urgentes, reuniões inesperadas e viagens de negócios se tornaram rotina. As ligações diárias com Isabella começaram a ser adiadas, e quando aconteciam, eram muitas vezes curtas e apressadas.

Isabella, por sua vez, enfrentava desafios no trabalho em Paris, lidando com novos projetos e responsabilidades que a deixavam exausta. Ela sentia a ausência de Augusto mais do que nunca, mas tentava ser forte, compreendendo a importância do trabalho dele.

No entanto, um dia, após uma longa semana de trabalho para ambos, as tensões acumuladas chegaram ao ponto de ruptura. Isabella ligou para Augusto, esperando ouvir sua voz tranquilizadora, mas ele atendeu com um tom impaciente.

"Isabella, estou no meio de uma reunião, não posso falar agora," disse ele rapidamente.

"Eu sei, Augusto, mas é importante. Precisamos conversar," ela insistiu, sentindo a frustração crescer.

"Agora não é o melhor momento. Podemos falar mais tarde?" ele respondeu, visivelmente tenso.

A frustração de Isabella explodiu. "Sempre é 'mais tarde', Augusto! Eu sei que seu trabalho é importante, mas o nosso relacionamento também é! Sinto que estou perdendo você."

Houve um silêncio do outro lado da linha, e quando Augusto finalmente respondeu, sua voz estava cheia de cansaço e culpa. "Eu sei, Isabella. Sinto muito. Mas estou tentando, estou realmente tentando equilibrar tudo. Não é fácil para mim também."

As palavras não aliviaram a dor que Isabella sentia. "Eu sei que você está tentando, mas às vezes parece que o trabalho está sempre em primeiro lugar. E eu... eu sinto que estou ficando para trás."

A ligação terminou de forma abrupta, deixando ambos com um sentimento de vazio e incerteza. Isabella passou o resto da noite refletindo sobre o que havia dito. Ela sabia que não era justo colocar toda a culpa em Augusto, mas a situação a estava desgastando. A distância física estava se transformando em uma distância emocional, e isso a assustava.

Na manhã seguinte, enquanto Isabella caminhava pelas ruas de Paris, perdida em pensamentos, seu telefone tocou. Era Augusto. Por um momento, ela hesitou em atender, mas sabia que precisava enfrentar a situação de frente.

"Isabella, eu sinto muito por ontem à noite," começou Augusto, sua voz carregada de sinceridade. "Eu estive pensando muito, e percebi que você está certa. Tenho deixado meu trabalho dominar tudo e, com isso, estou negligenciando o que realmente importa."

Isabella ouviu em silêncio, sentindo uma mistura de alívio e tristeza. "Eu também sinto muito, Augusto. Sei que o trabalho é importante para você, e talvez eu tenha exagerado. Mas preciso que você entenda como me sinto."

"Eu entendo, Bella. E é por isso que decidi algo. Vou pedir uma licença no trabalho. Preciso de tempo para nós, para estarmos juntos e para redescobrir o que realmente importa. Quero voltar para Paris, mesmo que seja por um curto período. Precisamos desse tempo juntos."

A surpresa e o alívio inundaram Isabella. Ela não esperava que Augusto tomasse uma decisão tão drástica, mas ao mesmo tempo, sabia que era o que eles precisavam. "Você realmente faria isso por nós?" ela perguntou, a voz tremendo de emoção.

"Faria, e vou fazer," respondeu Augusto, firme. "Nosso amor merece mais do que ligações apressadas e visitas esporádicas. Eu preciso de você, Isabella, e estou disposto a lutar por nós."

Com o coração mais leve, Isabella sorriu, sentindo a esperança florescer novamente. "Então, volte para casa, Augusto. Vamos redescobrir Paris juntos, como fizemos antes. Vamos redescobrir o que significa ser nós."

Nos dias que se seguiram, Augusto fez os arranjos necessários para sua licença e, em pouco tempo, estava de volta a Paris. Quando ele chegou, o reencontro foi diferente desta vez: não havia pressa ou urgência, apenas uma sensação profunda de paz e reconexão.

Eles passaram as semanas seguintes explorando Paris como se fosse a primeira vez, redescobrindo a cidade e a si mesmos. O ritmo desacelerado permitiu que eles se reconectassem de maneiras que a rotina agitada havia dificultado. Conversas profundas, risos espontâneos e momentos de silêncio confortável tornaram-se o novo normal.

Mas, ao mesmo tempo, ambos sabiam que essa pausa era temporária. A realidade logo voltaria a se impor, e a questão de como equilibrar o amor e as responsabilidades ainda precisava ser resolvida.

No entanto, ao invés de ver isso como um obstáculo, Isabella e Augusto começaram a enxergar como uma oportunidade de construir algo novo, algo que refletisse as pessoas que eles haviam se tornado. Eles sabiam que o verdadeiro teste estava por vir, mas agora, estavam mais preparados do que nunca para enfrentá-lo juntos.

Entre Manobras e Museus: O Encontro de ParisOnde histórias criam vida. Descubra agora