Flórida, 1761
Casa dos Feyler
Ava estava sentindo-se estanha desde que abraçou Emilly diante dos portões do convento uma hora atrás. Agora, com o bilhete de Emilly em mãos, ela pensava em diversas formas de tirar a amiga do convento e deixá-la livre.
Enquanto a charrete balançava de um lado para o outro, Ava sentia os olhares preocupados de Edgar ao seu lado e sabia exatamente o que se passava na mente calma do senhor de meia idade. Via seus lábios se mexerem, prontos para formar uma frase, mas sempre desistia e voltava a olhar para frente.
ava também não queria falar com ele sobre aquele assunto agora. preferia deixar para depois, quando estivessem todos reunidos em casa. ela mal se deu conta quando a charrete parou diante de uma casa azul com um alpendre largo. seus olhos logo se iluminaram quando avistou Elizabeth parada em frente a porta, com um avental branco cobrindo parte de seu vestido de cor marrom com um largo sorriso no rosto. Ava pulou da carroça feito uma garotinha e subiu correndo os poucos degraus que separavam o alpendre de madeira do resto do terreno. abraçou sua mãe como se nunca o tivesse feito, sentindo os braços finos e já fraquejados dela ao redor do seu corpo.
Elizabeth era mais baixa do que Ava, possuía lindos cabelos castanhos, agora já ficando grisalhos, e belíssimos olhos cor de mel. ava sempre elogiou a beleza da mãe incansavelmente, juntamente com seu pai que se pudesse, passaria horas apenas elogiando a esposa.
a Feyler mais velha soltou-se do abraço da filha apenas para olhá-la por inteiro. suas mãos seguravam os braços de ava, enquanto seus olhos avaliavam cada detalhe do corpo e rosto da filha, com um sorriso alegre estampado nos lábios.
- você está magra, minha filha - ela disse por fim, voltando a olhar Ava nos olhos.
e ela estava certa. desde que saiu para o convento, ava havia emagrecido bastante devido os constantes dias de jejum que elas deviam seguir a risca.
- e está tão crescida, minha querida. veja só, Ed - ela chama Edgar para olhar algo no cabelo de ava - o cabelo dela cresceu tanto.
Ava ouvia tudo com o peito cheio de carinho e amor pelos dois, via seus pais a olharem com os olhos repletos de saudades e uma certa preocupação por ela estar vivendo tão longe de casa nos últimos anos.
- mamãe, eu estou bem. Não precisa se preocupar.
- a menina está bem, Beth, deixe ela entrar antes que decida ir embora de novo - brinco Edgar, passando por elas com as coisas de ava nas mão para deixar no quarto dela.
- venha, querida. preparei uma coisa especial para você.
as duas mulheres da casa seguiram juntas para dentro com seus braços entrelaçados, encontrando Edgar fechando o quarto de ava e já indo para a cozinha. quando atravessaram o portal que separava a cozinha do resto da casa Edgar já tinha cerca de três bolinhos nas mãos e um quarto já na boca.
- Edgar! - repreendeu Beth, indo até o marido e tirando todos os bolinhos de sua mão - tenha modos, homem!
- mas eu estou com fome, querida.
- me diz um momento em que você não esteja faminto feito um lobo? - o homem olhou para ava antes de baixar a cabeça e se afastar da mesa - você já foi ver aquele problema no celeiro?
ele balança a cabeça negativamente e começa a caminhar para onde a filha estava
- vou ver isso agora mesmo querida.
passou por ava que já estava perto da mesa, pegou o bolinho da mão dela atrás das costas que ela havia pegado sem que a mãe visse e saiu quase saltitando pela casa. ava sorria vendo a cena, mas logo o desfez quando viu sua mãe com os braços cruzados e uma expressão de repreensão no rosto.

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Filha Do Mal (Pausado)
Siêu nhiênUma enfermeira do St. Augustine Hospital fica responsável por dar assistência a uma idosa que acabou de fazer uma cirurgia. Ao ver que a mulher não tem acompanhantes, a enfermeira passa a dar mais atenção para a senhora e acabam se tornando muito pr...