Dança das Espadas

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Os primeiros raios de sol começavam a surgir no horizonte da cidade de Tengoku, lançando uma luz suave sobre as ruas ainda ocupadas por alguns transeuntes. O festival, que havia começado na noite anterior com grande sucesso, deixava sua marca. Algumas barracas de comida ainda estavam abertas, com os comerciantes servindo as últimas refeições da noite para os poucos que ainda vagavam pela cidade. Casas e lojas começavam a despertar para o novo dia, enquanto os primeiros preparativos para o segundo dia de celebrações eram feitos.

No centro da cidade, onde se erguia o glorioso castelo branco, próximo aos estábulos, um pequeno grupo de guerreiros se preparava para partir. O som de vozes distantes e passos apressados dos habitantes ecoava suavemente ao redor, mas a tensão do momento mantinha os guerreiros focados em sua missão.

Um dos guerreiros, um homem alto e corpulento com uma yari presa às costas, parecia ser uma força da natureza em carne e osso. Sua armadura leve permitia que seus músculos sobressaíssem, e ele se movia com uma confiança tranquila, como se nenhum desafio fosse grande demais para ele. Ao seu lado, um guerreiro de porte médio verificava as correias de sua armadura com movimentos precisos, o olhar experiente e a expressão tranquila transmitindo a sabedoria acumulada em muitas batalhas. Ele trocava algumas palavras baixas com um tratador de cavalos, suas instruções claras e firmes mostrando a liderança natural.

Sentada em um barril próximo, uma jovem arqueira examinava meticulosamente seu arco. Cada movimento que ela fazia era calculado, seus dedos deslizando pelo arco com um cuidado que refletia a bravura e a habilidade que ela trazia consigo. Seus olhos, embora calmos, mostravam uma determinação feroz. Ela não parecia notar o movimento ao seu redor, focada apenas em se certificar de que sua arma estivesse em perfeitas condições para a jornada à frente.

Por fim, um garoto de feições de fuinha e olhos castanhos ardentes estava ao lado de seu cavalo, ajustando as rédeas com mãos rápidas e inquietas. Ele olhava ansioso para o horizonte, os olhos brilhando com antecipação. Cada ruído, cada movimento ao seu redor parecia deixá-lo mais animado, como se mal pudesse esperar para que a ação começasse. Ele murmurava para si mesmo, como se ensaiasse mentalmente os movimentos que faria na batalha, um sorriso travesso curvando seus lábios.

Enquanto os tratadores ajustavam as últimas correias e verificavam os suprimentos, alguns aldeões do castelo passavam por perto, lançando olhares curiosos para o pequeno grupo. Eles sussurravam entre si, alguns desejando sorte aos guerreiros, outros fazendo o sinal de proteção aos deuses, preocupados com o que o futuro reservava.

Enquanto os últimos preparativos eram finalizados, um silêncio momentâneo se instalou no grupo. Foi então que o som de passos firmes se aproximou dos estábulos. De entre as sombras projetadas pelo castelo ao amanhecer, emergiram três figuras distintas.

À frente, uma jovem de presença cativante, movendo-se com a naturalidade de alguém acostumada a ser o centro das atenções. A jovem deusa de cabelos brancos caminhava com passos leves e graciosos, seu kimono branco fluindo com elegância ao seu redor. Um leve sorriso pairava em seus lábios enquanto ela se aproximava do grupo, seus olhos dourados brilhando com familiaridade. Logo atrás dela, sua jokan mantinha uma postura rígida e protetora. Karui, sempre vigilante, acompanhava Izumi como sua sombra, seu olhar atento não perdendo nenhum detalhe ao redor. Por fim, o capitão dos ashigaru, com o queixo quadrado e bigodes iguais aos de uma morsa caminhava com a autoridade de alguém que lidera.

Os guerreiros imediatamente pararam o que estavam fazendo, e Itachi, com seu habitual ar de confiança, foi o primeiro a se adiantar, exibindo um sorriso meio travesso. Ele inclinou a cabeça em uma reverência rápida, mas respeitosa.

— Izumi-chan — ele a saudou, seu tom casual escondendo o calor de seu afeto. - Não esperava que viesse nos ver partir.

Izumi retribuiu o sorriso, seus olhos brilhando ao ouvir a voz do garoto.

Novel Hikaru - Sol e LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora