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Depois de toda a empolgação inicial e os abraços com minha família e os amigos de Georg, eu me vi sentada no sofá da sala, cercada por vozes que se sobrepunham, risadas e conversas

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Depois de toda a empolgação inicial e os abraços com minha família e os amigos de Georg, eu me vi sentada no sofá da sala, cercada por vozes que se sobrepunham, risadas e conversas. A casa estava cheia, mas de algum jeito eu me sentia um pouco desconectada de tudo aquilo. Por mais que fosse bom estar de volta, algo não se encaixava. Talvez fosse o fato de que, por mais caloroso que o encontro com todos tenha sido, ainda havia uma tensão que eu não conseguia ignorar.

Finalmente a sala foi se esvaziando, aos poucos, deixando apenas os mais próximos. Eu me recostei no sofá e cruzei as pernas, tentando absorver tudo o que tinha acontecido nas últimas horas. Georg estava sentado ao meu lado, mexendo no celular, e Tom, é claro, estava do outro lado da sala, perto de Bill, me lançando aqueles olhares que me irritavam profundamente. Toda vez que nossos olhos se cruzavam, ele parecia conter um sorriso irritante, como se soubesse exatamente como me incomodar.

(...)

Assim que a última visita foi embora, eu me levantei para finalmente ir ao meu quarto e respirar. Porém, antes de conseguir subir as escadas, Tom se colocou no meu caminho, bloqueando minha passagem com aquele sorriso típico.

— Então, como é estar de volta? — ele perguntou, a voz carregada de uma falsa curiosidade.

Eu revirei os olhos, tentando não dar a ele a satisfação de uma resposta irritada. — Melhor agora que você está indo embora.

Ele riu, cruzando os braços. — Sabe, você até parece outra pessoa... Mas ainda tem essa língua afiada de sempre.

— E você ainda tem esse ego insuportável. Nada mudou, né?

Antes que ele pudesse retrucar, Bill e Georg entraram na sala, aparentemente sentindo a tensão no ar. Bill olhou para mim e depois para Tom, soltando um suspiro pesado.

— Por favor, vocês dois. Será que conseguem ficar no mesmo ambiente por cinco minutos sem começarem uma briga?

Eu cruzei os braços e dei de ombros. — Só se ele parar de ser tão... ele.

Tom fingiu estar ofendido, colocando a mão no peito. — Uau, que maturidade, Amelie. Isso é o melhor que consegue?

Antes que a discussão escalasse, Georg deu um passo à frente, colocando uma mão no meu ombro e outra no ombro de Tom. — Vocês podem guardar isso para depois? É sério, não estamos com paciência para ver vocês brigando.

Bill balançou a cabeça, como se quisesse encerrar o assunto ali mesmo. Eu respirei fundo, tentando me acalmar. Mas o fato de Tom continuar a me provocar não ajudava em nada.

De repente, Gustav apareceu na sala, interrompendo qualquer coisa que Tom pudesse dizer. Ele parecia empolgado, como se tivesse algo grande para contar.

— Ei, pessoal! Preciso contar uma coisa, especificamente pra Amelie. Não sei como não te dissemos antes, mas nós temos uma banda!

Minha mente travou por um segundo. Banda? Eu olhei ao redor, esperando que alguém explicasse melhor, mas Gustav continuou.

— Sim! Eu, Georg, Tom e Bill... — Ele apontou para cada um deles. — Bill é o vocalista, Tom é o guitarrista, Georg é o baixista e eu sou o baterista.

Eu fiquei paralisada por um momento, absorvendo a informação. Meu olhar se fixou em Georg, que parecia um pouco desconfortável com a minha reação. Eu finalmente consegui balbuciar algo.

— Vocês têm uma banda? E ninguém achou que seria relevante me contar isso?

Georg soltou um suspiro, coçando a nuca como sempre fazia quando estava nervoso. — Não queríamos te sobrecarregar logo que você chegou...

— Sobrecarregar? — Soltei uma risada incrédula. — Isso é incrível! Mas, sério, uma banda? E Tom é guitarrista? — Olhei para Tom, ainda tentando processar a ideia.

Ele sorriu daquele jeito convencido que sempre me tirava do sério. — Surpresa, loirinha. Eu sou cheio de talentos.

(…)

Ainda sem acreditar que eles tinham formado uma banda, olhei para Georg, tentando entender como ele tinha escondido isso de mim. Não era como se eu tivesse esperado por esse tipo de surpresa ao voltar para casa, mas não contar que ele estava em uma banda com nossos amigos? Isso me atingiu de uma forma estranha, quase como se eu tivesse ficado ainda mais distante nesse tempo fora. Mas, antes que eu pudesse mergulhar de vez nesse pensamento, Gustav me deu um tapinha nas costas.

— Ah, vai ser ótimo quando você assistir a um show nosso! Vai ver que seu irmão tem mais talento do que só aquele futebol de fim de semana — ele riu.

— E com Tom na guitarra? Meus ouvidos doem só de imaginar — Ri da situação porém ainda surpresa.

— Ei, não subestime — Tom respondeu, balançando as tranças. — Pode ser que até você se impressione.

Eu revirei os olhos, mas antes que pudesse responder, senti meu celular vibrar no bolso. Eu o tirei rapidamente e vi que Layla havia mandado uma mensagem. "Como está aí? Já encontrou o loirinho irritante?" Não pude evitar um sorriso ao ler aquilo. Ela sempre sabia como me provocar de longe.

— Sim, Layla... Claro que sim — murmurei para mim mesma enquanto respondia.

(...)

— E então, o que você vai fazer agora que está de volta? — perguntou Bill, me puxando de volta para a conversa.

Eu estava prestes a responder, mas o olhar de Tom me cortou. Ele estava com aquele sorrisinho arrogante de novo, como se estivesse esperando por algum tipo de erro na minha resposta.

— Sei lá, Bill — respondi, ainda olhando de lado para Tom. — Acho que vou... começar por tirar um tempo para mim.

— Boa ideia. Talvez assim você se livre desse estresse — Tom murmurou.

Georg, percebendo a tensão aumentar novamente, interveio, mudando o foco da conversa. — Que tal nos contar mais sobre o internato, Amelie? Você já mencionou algumas coisas, mas ficou faltando detalhes.

(...)

Eu suspirei, soltando os ombros um pouco. — Ah, o internato... foi uma loucura. Muitos trabalhos, atividades físicas, e zero redes sociais, o que foi o maior desafio. Mas fiz boas amizades lá, como a Layla. Ela é engraçada, doida, mas me manteve sã.

Bill sorriu. — Parece alguém interessante. E você ainda conseguiu manter o humor depois de tudo isso, então está no caminho certo.

Antes que pudesse responder, o cheiro da comida que minha mãe estava preparando começou a invadir a sala. Instantaneamente, me lembrei do quanto senti falta das comidas caseiras enquanto estava fora. Algo simples como aquele cheiro me fez perceber o quanto a rotina aqui era completamente diferente da vida que eu levava no internato.

— Ah, comida da mamãe... Isso eu senti falta de verdade — comentei, fechando os olhos por um instante.

— É, você e todo mundo aqui — Bill riu.

Continua...

My Favorite Enemy - Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora