Amelie Listing, irmã caçula de Georg Listing, sempre foi uma pessoa difícil de lidar, e com isso seus pais a mandaram para um colégio interno na França, onde conheceu sua amiga Layla.
Ela voltou de lá bem diferente, em todos os sentidos, principalm...
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Enquanto ajustava as cordas da guitarra, eu tentava manter a concentração, ignorando o incômodo que tinha ficado no ar depois que Amelie fez aquele comentário esquisito. "Vocês realmente são bons." Bom, claro que somos, mas ouvir isso dela me pegou desprevenido, como se fosse algo mais do que apenas um elogio. Eu não conseguia parar de pensar no jeito que ela falou, e, pior ainda, no sorriso sincero que deu depois. O que ela tava tentando fazer?
Georg passou por mim e me deu um tapa nas costas, como se quisesse me trazer de volta à realidade.
— Parece que você tá pensando demais — ele disse, rindo. — O que aconteceu? Vai me dizer que a Amelie te deixou sem palavras?
— Não viaja — respondi rápido, desviando o olhar. — Só achei esquisito. Ela não é exatamente do tipo que elogia.
— Talvez esteja mudando — Georg sugeriu, com aquele tom de irmão mais velho que me irritava às vezes.
Eu só dei de ombros, tentando não dar corda. A última coisa que eu queria era dar espaço pra mais drama envolvendo a Amelie. Mas, claro, ela parecia estar por todos os lados ultimamente. Até quando ela ficava quieta, eu sentia sua presença, como se ela estivesse sempre ali, me olhando, me avaliando. Talvez fosse paranoia, mas, droga, isso me incomodava.
Depois que terminamos o ensaio, o estúdio ficou em silêncio, exceto pelo som de Georg guardando suas coisas. Eu continuei mexendo na guitarra, sem muita pressa, enquanto ele me observava, provavelmente esperando algum comentário.
— Você devia parar de levar tudo tão a sério — ele disse, como se estivesse lendo meus pensamentos.
— Talvez você devesse parar de tentar colocar a sua irmã em tudo — respondi, seco.
Ele riu, como se eu tivesse contado uma piada.
— Ah, Tom... Um dia você vai perceber que ela não é mais aquela garota insuportável de antes.
— E você vai perceber que eu não ligo.
Georg só balançou a cabeça, como se soubesse de algo que eu não sabia. E isso me irritava.
(...)
Enquanto voltava para casa, tudo o que eu queria era desligar. Desligar de todo esse drama, das provocações de Georg e, especialmente, da Amelie. Mas, claro, ela parecia ter invadido cada canto da minha mente sem eu querer. As palavras dela, o jeito que olhou para a banda... E o pior, o sorriso. Eu não conseguia esquecer aquele sorriso.
Cheguei em casa já de noite e fui direto para o quarto. Fechei a porta, me joguei na cama, e encarei o teto, frustrado. Tinha alguma coisa errada. Alguma coisa que eu não conseguia explicar, mas que estava mexendo comigo.
