ADULTA, EU?

CAPITULO 3

Hoje tenho uma entrevista para meu novo emprego, estou super empolgada pela possibilidade de iniciar algo novo, a tempos que não me sentia assim. Passei por alguns testes e finalmente fui chamada para entrevista presencial. A Olívia que me disse sobre esse trabalho de "assistente" "secretária" de um médico local. O emprego paga bem, é próximo da minha casa e do meu curso, ele parece ter sido feito pra mim, pelo menos provisoriamente. Tenho planos a serem executados e esse emprego é uma parte da minha nova trajetória, vou começar a ver essas coisas dessa forma. Faz parte da minha história de vida tudo que aconteceu comigo nos últimos meses.

Eu me sentia confiante logo cedo, fiz meu cabelo, prendi como rabo de cavalo, usei minhas melhores roupas de trabalho, fiz uma maquiagem que não fosse nada exagerado e coloquei meu salto. Estava impecável, nunca me senti tão viva por algo assim, estava pulando de felicidade, tudo internamente. Eu me aprontei e fui ao local onde eu trabalharia no futuro. A clínica era normal, uma recepção e algumas salas, cores claras e um cheiro floral, diferente de outros.

-Bom dia, tudo bem? Eu me chamo Clara e vim para uma entrevista, o cargo de assistente. - eu estendi minha mão em forma de cumprimento para a moça da recepção, a boca dela se fez em O assim que comecei a falar.

-B-bom dia. S-sim. Um momento, por favor. - ela saiu da recepção e entrou em uma das salas. A moça parecia assustada ao me ver.

Sentei em uma das cadeiras que havia no hall da recepção. Aguardava ansiosa, não sabia o que esperar dessa entrevista, mas estava confiante de que a vaga seria minha, tenho muitas qualificações.

A moça veio me chamar e eu entrei no consultório do suposto médico que seria meu futuro chefe.

-Bom dia, tudo bem? Eu me chamo Clara e vim pra entrevista. - Eu me apresentei ao homem sentado na minha frente.

Ele era alto, olhos claros e cabelo loiro escuro. Eu fiquei um pouco intimidada com a beleza dele, mas me mantive profissional. Havia mais uma pessoa na sala junto dele, uma moça baixinha e cabisbaixa. Ela sorriu tímida pra mim e eu me mantive na postura seria, cumprimentei os dois e sentei onde ele tinha me direcionado.

- Clara, tudo bem? Eu me chamo Harold e está é a Isla, ela é minha assistente que está saindo. Ela vai participar da nossa entrevista. Tudo bem pra você? - ele falou pausadamente, fez todas as pausas necessárias, fez tudo de forma formal e educada.

Ele era educado e um pouco perdido com a situação em si. Ele não parecia ser alguém experiente com entrevistas, por outro lado a Isla era mais direta e perspicaz com seus questionamentos a mim. Eu tentei ao máximo ser um pouco mais descontraída e não ficar nervosa, mas eu estava. Talvez pela beleza do senhor Harold ser intimidadora ou talvez pela minha situação, eu precisava desse emprego e isso me deixava ansiosa.

- Clara, foi um prazer. Vamos entrar em contato com você muito em breve, boa sorte. - Isla me disse assim que finalizarmos a conversa de quase uma hora.

Harold ouviu atento minhas respostas, mas não questionou muitas coisas, deixou para que ela fizesse tudo. Eu gostei da entrevista, gostei do ambiente e gostei do médico, se eu consegui o emprego vai ser difícil conviver com alguém tão bonito assim, será uma distração.

Depois da tensão da entrevista, quis me presentear indo almoçar em um restaurante próximo dali, sozinha. Eu estava confiante em ser chamada pois me sai bem, então queria comemorar e tomar uma taça de vinho enquanto desfruto de boa comida. Tinha um restaurante aqui próximo que sempre quis vim quando era casada, Brad nunca estava a favor das minhas escolhas culinárias, ele sempre escolheu onde íamos e eu sempre concordei quieta por gostar e confiar muito nele. Agora voltando ao meu normal vejo o quão idiota eu era, porque não bati meus pés e resolvi vim, mesmo que sozinha? Era algo que eu queria e nunca pude. Hoje eu pretendo sentar sozinha com meus pensamentos e comer bem, sem culpa de nada, sou livre.