Asas Perdidas

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Era uma vez uma menina sonhadora, 
Que queria do mundo fugir, mas era uma esperança devoradora. 
Ela ansiava por liberdade, desejar alçar voo, 
Mas as correntes da vida mantinham seu coração em um poço tão profundo.

O tempo passava e a esperança em seu peito só crescia, 
Ela queria conhecer o mundo, mas a prisão a consumia. 
Com seus sonhos amarrados, e suas asas cortadas, 
O grito de ajuda na noite era como uma canção não ouvida.

Seus anseios eram grandes, mas a jaula era cruel, 
E sua alma, outrora brilhante, se via no escuro céu. 
Perguntava à vida, "Por que essa injustiça, por que tanto pesar?" 
O desejo de liberdade era uma chama a arder, uma dor a se espalhar.

Ela olhava pela janela, o mundo além parecia tão vasto, 
Mas seu corpo estava preso, o futuro parecia um desgosto. 
O desejo de fugir era grande, mas os grilhões eram firmes, 
E as paredes da torre a isolavam, numa prisão sem limites.

"Me salve, me salve!" ela clamava com fervor, 
Mas o brilho dela se apagava, substituído por dor. 
Solitária e perdida, as ruas a acompanhavam, 
A lua a iluminava, mas a euforia se desvanecia, a tristeza chegava.

A alegria que antes a envolvia era agora um poço de ódio, 
Tédio, raiva, tristeza, nostalgia, um turbilhão de desânimo. 
Ela cresceu e o sonho de voar se tornou só uma ilusão, 
Seu coração, antes leve, agora era uma pesada prisão.

Com o tempo, a menina sonhadora desapareceu da vista, 
E sua essência se tornou um eco, uma história triste e imprevista. 
Ninguém a fez mudar, a garotinha se foi, 
E a alma sonhadora nunca mais se ouviu, nem mesmo um "oi".

Alvorecer Poético: Nas Asas da Imaginação e da SensibilidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora