Eco de um Silêncio Criativo

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Me sinto vazia

Faz tempo que as palavras me abandonaram,
Como se a alma tivesse se esvaziado de toda inspiração.
Perdi-me entre versos despedaçados,
Fragmentos de pensamentos que não consigo costurar,
E a esperança, outrora vibrante,
Se dissolveu no vento,
E eu... apenas me perdi.

Há um vazio que pesa sobre o papel,
Cada folha em branco é um espelho da minha confusão.
Minha mente, um mar agitado de incertezas,
As palavras que antes eram farol,
Agora são naufrágios sem rumo,
Cada linha, um esforço sem direção.
E me pergunto: por que é tão difícil continuar?

Eu digo que estou bem,
Mas o bloqueio criativo me cerca como uma prisão invisível.
Os desenhos, outrora cheios de vida e significado,
Agora são apenas rabiscos desconexos,
Sussurros de algo que um dia foi e não consigo mais alcançar,
E o que escrevo carece de alma,
Como se estivesse falando uma língua que não entendo.

A motivação evaporou como um sonho que escapa ao despertar,
Cada nova tentativa é como um passo no escuro,
Minhas emoções, antes tão vívidas,
Agora parecem trancadas em um lugar distante,
Onde nem eu mesma sei chegar.
Olho no espelho e o rosto que vejo me parece estranho,
Quem sou eu agora, além dessa sombra de quem já fui?
Mas preciso ser forte,
Preciso segurar as rédeas da minha própria existência,
Mesmo que pareçam pesadas demais para suportar.

Será que este caminho que trilho é o certo?
Será que vale a pena continuar,
Quando tudo em mim grita para desistir?
Por que, quando estou tão perto, penso em abandonar tudo?
No entanto, algo dentro de mim ainda resiste,
Como uma chama frágil lutando contra o vento.
Talvez eu ainda encontre um novo motivo,
Um novo horizonte que faça sentido,
Uma faísca que me guie na escuridão e na dúvida.

Eu preciso persistir,
Mesmo quando cada passo parece mais pesado,
Quando o peso do fracasso ameaça me puxar para baixo.
Até o último fôlego, até o último passo,
Não posso permitir que o poço me engula novamente,
Não posso me afogar no vazio que já me tomou uma vez,
Não posso me perder de mim mesma outra vez.

Mesmo que as palavras falhem,
Mesmo que os rabiscos sejam apenas ecos do que um dia fui,
Eu me recuso a deixar esse vazio vencer.
Vou seguir, mesmo que tropece,
Mesmo que não saiba para onde estou indo,
Porque em algum lugar, além dessa escuridão,
Ainda deve haver luz,
Ainda deve haver um propósito esperando para ser descoberto.
E até lá, eu vou resistir,
Até que meus versos voltem a respirar.

Alvorecer Poético: Nas Asas da Imaginação e da SensibilidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora