Há traidores em lugares inimagináveis

Capítulo 7

- Meu interior é vermelho! - Ecoa pelas paredes um grito estridente.

- Porra! Eu sou vermelha! - Cabelos loiros giram e ricochiteiam em perfeita harmonia.

O brilho de uma faca prateada reflete olhos amarelos estreitos, sua lâmina afiada olhando devolta para si.

- Isso é lindo! - Ela respira fundo, deixando a faca cair no carpete verde com um baque abafado.

Um livro sobre anatomia em suas mãos, ela gira sobre seus calcanhares acima do carpete.

Deixando seus pés com eletricidade estática suficiente para chocar quem se aproximasse, a garota pega seu telefone, discando alguns números rápidos.

O toque incessante continua até que a ligação caia. Seu sorriso desaba junto.

Izuku. Onde ele estava?

Sua respiração para. Seu coração acelera. Eles devem ter o pego. Merda.

Maníaca, essa era a definição que sempre lhe deram desde seus quatro anos. Doía. Mas era uma dor reconfortante.

Mas Izuku não merecia isso. Ele era uma pessoa tão boa e não seria preso se ela ainda estivesse viva.

Seus pés batem alto escada acima. Madeira. Ela sentia madeira sob seus pés.

- DABI! - Ela grita quando sobe para a cozinha - Tem algo errado!

Sua voz quebra.

- Shigy! - Um nó aparece derrepente em sua garganta. Sua respiração engata.

Shigaraki Tomura. Um vilão. Talvez o mais babaca já visto ultimamente.

Tenko Shimura. Um irmão. Alérgico. Que só queria ser um herói, mas caiu nas mãos do mau cedo demais para decidir. Ainda babaca.

Seus cabelos azuis caiam sobre seus olhos. Álcool quente descia por sua garganta. Seu dedo mindinho fora do copo de vidro.

Uma verdadeira princesa. Toga geralmente riria disso e lhe zoaria por muito tempo por isso, mas agora havia pessoas mais importantes.

- Toga? O que foi? - Ele levanta uma sobrancelha, ainda não olhando em sua direção.

- É o Izuku, o descobriram - Ela pega a bebida de sua mão, sua mão mergulha, sujando o copo.

- Ele sabe se cuidar - Ele revira os olhos. Um babaca.

- Sabe, e muito mais que você na verdade. - Ele suspira, olhando em sua direção com ódio no olhar - Mas ele não é invencível, ele não pode se camuflar para sempre igual um nerd por heróis e inseguro, e a polícia o pegou.

Sua mão desliza pela bancada, um clique é ouvido e a televisão antiga se liga próxima ao teto.

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O rosto de Izuku estava estampado em todas as telas, com o nome vilão em letras maiusculas, traidor em negrito.

Tudo que ele nunca quis ser. Seu estômago caí.

Maldito dia. Maldita sirene. Malditos vilões.

Maldita vida.

Seus olhos enchem de água. Sua garganta fecha. Suas mãos tremem. Seus ouvidos zunem. As malditas vozes não calavam a boca.

Todoroki ao seu lado, olhos fechados e cabeça escorada na parede.

A delegacia cheirava a café. Como.. ele pôde?

Merda. Era muito tarde para roubar uma arma?

Ele queria fugir, esse era seu plano inicial, fugir. Mas não assim. Não como um vilão.