Por Gabriel Augusto
Nathan.
Uma criança entre os lobos, com um passado desconhecido ao qual ainda é um mistério que não se desvendou.
Quando despertou em seu novo mundo, se encantou com as maravilhas que surgiram para si, mas suas memórias se mantêm...
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Tudo começa, com a escuridão.
Uma única palavra que pode significar várias coisas, como um oceano, onde você se afoga dentro do abismo profundo das trevas sem haver a possibilidade de retornar a superfície para trazer de volta o ar de seus pulmões vazios.
E uma vez que adentra essas profundezas, não há maneira de se desprender facilmente desta vastidão escura e envolvente, que elimina cada resquício de sua existência, até que não reste mais nada.
Há várias definições que eu poderia refletir sobre isso, mas o que mais se destaca dentre tudo, é o vazio. Como um buraco negro que consome tudo, o que faz sua existência se tornar nada além de um precipício que te leva para um caminho sem volta.
O vazio destrói essa luz e corrói a pureza e a bondade que há em si, ela se apaga com apenas um sopro de seus lábios secos, que deixa um amargor em sua boca.
Esse é o significado puro e sombrio do vazio, sendo algo tão profundo que você se despenca sobre ele, resultando em uma queda da sua alma que não poderá ser salva.
E no final de tudo, você não saberá mais seu propósito neste mundo...
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No princípio de tudo, senti um formigamento no meu corpo, seguido por algo líquido e gelado que se envolveu em mim. Isso causou calafrios aos quais me arrepiaram dos pés à cabeça, foi desconfortável por um segundo, mas era relaxante ter essa sensação estranha.
Sentir toda essa gelidez, me fez abrir meus olhos que arderam por alguns segundos, como se tivessem se fechado durante décadas.
De imediato, me deparei com um lugar vasto e tingido em azul, o que no caso não era nada familiar para mim. O que mais me intrigou, foi perceber que estou flutuando nesse vácuo silencioso.
...
Era um oceano.
Não me lembro de ter mergulhado em um antes, mas este em específico, me deixa um tanto quanto incomodado por causa dessa água fria que se envolve na minha pele nua.
Mas não é tão ruim, estar flutuando sobre essas águas pacíficas, me causa um conforto que sinto com frequência, ao mesmo tempo que traz consigo aquela sensação de um vazio deprimente e solitário que é inacabável.
Tudo que posso ter como companhia, são os pensamentos incoerentes que não possuo total controle.
É complexo e estranho, curioso de certa forma. Embora que, me sinto confuso por não sentir que sou eumesmo...
É quase como se, eu estivesse apenas existindo com meu corpo flutuando em meio ao nada, mas não estar consciente do meu pensar. Acho que isso pode ser aquela teoria em que sua alma é capaz de sair de seu corpo e vagar em seu subconsciente, ou ir em uma direção sem rumo e sem propósito dentro da sua mente.
