Por Que Logo Você? - Paige X Rayssa

𝐀𝐥𝐞𝐦 𝐝𝐨 𝐬𝐤𝐚𝐭𝐞

O som dos gritos e aplausos ecoava pelo estádio, mas não eram para mim. Não eram nunca para mim quando Rayssa estava em cena. Eu estava acostumada. A queridinha do Brasil, a "Fadinha do Skate", com seus truques impressionantes e aquele sorriso encantador, sempre dominava a atenção. Mas, para mim, era mais do que apenas uma questão de skate. Era pessoal.

Eu a via de longe, com sua equipe ao redor, rindo, se alongando, agindo como se fosse dona do lugar. A raiva fervia no meu peito. Ela sempre tinha tudo – a glória, os fãs, e, claro, as medalhas. Eu? Eu sempre ficava com o segundo lugar, mas desta vez seria diferente. Desta vez, eu estava determinada a não deixá-la me derrubar.

Os alto-falantes do estádio anunciaram meu nome. A plateia se acalmou um pouco, e eu aproveitei o silêncio momentâneo antes de me posicionar. Era minha chance de brilhar, de mostrar que Paige Heyn não era apenas a "segunda melhor". Respirei fundo, ajustei meu capacete e me preparei para o drop.

Eu deslizava pela rampa com precisão, cada movimento calculado, sentindo o vento contra o meu rosto. Quando atingi o pico do half-pipe, executei um kickflip indy perfeito, aterrissando com uma suavidade que arrancou alguns aplausos tímidos da plateia. Mas, no fundo, eu sabia que não importava o quão bem eu fizesse, tudo que eles queriam era ver Rayssa.

Após meu último truque, deslizei suavemente até a base e olhei de volta para a arquibancada. Rayssa estava lá, observando, com um leve sorriso nos lábios. Aquele sorriso me irritava profundamente, como se ela soubesse algo que eu não sabia. Eu odiava isso.

POV Rayssa

Eu observava Paige do outro lado da pista, os olhos semicerrados por trás dos meus óculos de sol. Eu sabia que ela me odiava, dava para ver na forma como ela sempre me encarava, como se estivesse sempre competindo comigo. Mas o que ela não sabia é que eu a admirava, mesmo que fosse difícil admitir isso até para mim mesma.

Paige era feroz, determinada. Eu sempre a observei com atenção, pegando dicas de sua técnica, tentando entender como ela pensava. Ela tinha um estilo próprio, bruto e selvagem, enquanto eu era mais fluida e graciosa. Eu sabia que, de algum modo, nossos estilos nos complementavam, mas também sabia que qualquer tentativa de aproximação seria mal recebida.

A competição estava apenas começando, e eu não podia me distrair. Mesmo com Paige em minha mente, eu precisava me concentrar no que estava por vir. A rampa era minha, e eu estava pronta para mostrar ao mundo por que eu estava aqui.