instituto e furia

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**POV Paige**

Eu estava numa rampa mais afastada, tentando ajustar meu equilíbrio no skate mesmo com o tornozelo enfaixado e ainda dolorido. Cada tentativa de manter o controle parecia um golpe direto à minha frustração. Chloe, uma das amigas de Rayssa, estava por perto, observando com uma mistura de curiosidade e preocupação.

“Paige, você não devia estar tentando andar de skate assim,” ela disse, a voz cheia de preocupação, mas eu ignorei.

Eu empurrei o skate de novo, os músculos tensos pela dor que subia pela minha perna. O gesso me atrapalhava, me fazendo cambalear, mas eu não ia parar. Não agora. Precisava provar para mim mesma que ainda podia fazer isso. Que a queda não me definia. Que Rayssa não me definia.

"Paige, isso é sério!" Chloe insistiu, aproximando-se de mim, tentando pegar meu braço para me deter.

Um calor furioso subiu pelo meu corpo. Ela não entendia o que eu estava passando, não entendia o quanto isso significava para mim. Eu me afastei bruscamente, o peito subindo e descendo rápido. O que ela sabia? Eu já estava no meu limite.

“Cala a merda da boca, Chloe! Eu faço o que eu quiser!” gritei, a raiva tomando conta. Chloe recuou, surpresa com minha explosão. Mas eu não estava pronta para parar por ali. A adrenalina e a dor se misturavam, criando uma tempestade dentro de mim. Antes que pudesse me conter, empurrei-a com força. Chloe tropeçou e caiu no chão, o choque em seu rosto claro.

Olhei para ela, o coração batendo descontrolado. Por um momento, todo o ódio e a frustração que sentia dentro de mim pareciam justificados. Mas então, vi o medo nos olhos dela e algo dentro de mim quebrou.

De longe, eu vi Rayssa parada, observando toda a cena. O olhar dela não era de raiva, mas de algo mais profundo – desapontamento. Sem pensar, virei-me e corri em direção ao dormitório, ignorando a dor no tornozelo, ignorando tudo. Só queria fugir.

Chegando ao meu quarto, fechei a porta com força, meu coração ainda acelerado. A raiva começava a se dissipar, deixando espaço para uma sensação vazia e esmagadora de culpa. O que eu tinha feito? Chloe não merecia aquilo. Ninguém merecia. Mas, naquele momento, parecia que todo o meu mundo estava desmoronando e eu não sabia como lidar com isso.

Eu me joguei na cama, enterrando o rosto no travesseiro, tentando abafar os soluços que agora vinham sem controle. As lágrimas quentes corriam pelo meu rosto, a culpa se misturando com a dor física e emocional.

Minutos se passaram, talvez mais. Não conseguia mais dizer. Mas, então, ouvi a porta do quarto se abrir lentamente. O colchão afundou um pouco ao meu lado. Rayssa estava lá.

Eu não disse nada, esperando que ela falasse primeiro, esperando por alguma bronca ou crítica. Mas, para minha surpresa, ela apenas se sentou ao meu lado em silêncio, e, lentamente, envolveu seus braços ao redor de mim. Eu congelei no início, não sabendo como reagir. Mas, aos poucos, senti meu corpo relaxar contra o dela. O calor do abraço de Rayssa era inesperado, quase doloroso na sua suavidade.

Eu sabia que devia afastá-la, que devia manter essa muralha entre nós, mas a verdade era que eu estava exausta. Exausta de lutar, de tentar ser mais forte do que realmente me sentia.

“Me desculpa,” sussurrei, minha voz fraca e quebrada.

Rayssa não respondeu imediatamente, apenas apertou o abraço. O cheiro dela, a proximidade, tudo isso estava me afetando de uma forma que eu não queria admitir. Eu estava consciente demais da presença dela, do calor da pele dela contra a minha.

Finalmente, Rayssa falou, sua voz baixa e calma. “Todo mundo comete erros, Paige. Você só precisa aprender a não se afogar neles.”

Eu fechei os olhos, tentando absorver aquelas palavras, mas também tentando ignorar a forma como meu coração estava batendo rápido demais agora. Não era só o toque. Era ela. Algo dentro de mim estava se movendo, e eu não sabia o que fazer com isso.

A atração que eu sentia por Rayssa me assustava, mas ao mesmo tempo parecia inevitável. O jeito como ela estava ali, do meu lado, mesmo depois de tudo, me fez sentir algo que eu não sabia nomear. E isso me aterrorizava.

Eu não conseguia entender por que, em momentos como esse, tudo parecia girar em torno dela. Por que, mesmo em meio a toda essa confusão, ela era a única coisa que fazia sentido.

Fiquei em silêncio, apenas sentindo a respiração de Rayssa contra mim, tentando encontrar algum tipo de equilíbrio no caos que estava acontecendo dentro de mim. E, naquele momento, com ela ao meu lado, tudo parecia um pouco menos complicado.

Mas eu sabia que isso não duraria.

Por Que Logo Você? - Paige X RayssaOnde histórias criam vida. Descubra agora