Mirae continuava envolta em sua névoa habitual, mas o dia havia avançado e o sol tentava se fazer presente entre as nuvens pesadas.
Yunho encontrou-se numa livraria pequena e aconchegante no coração do bairro antigo. O local era um refúgio da realidade cinza lá fora, com suas prateleiras repletas de livros antigos e novos, e o aroma de papel e café fresco no ar.
Ele passava as tardes ali, perdido entre páginas, buscando inspiração e talvez um pouco de escapismo.
Enquanto Yunho explorava a seção de literatura, seus dedos passavam sobre os lombos dos livros, sentindo a textura dos títulos que se alinhavam como velhas amigas.
De repente, uma nova presença na loja capturou sua atenção. Mingi entrou, tirando o capuz do casaco e revelando seu rosto iluminado por um sorriso sereno. A livraria parecia ganhar uma nova aura com sua presença.
Mingi se dirigiu ao balcão, onde uma senhora de cabelos grisalhos e óculos arredondados, estava organizando alguns livros.
Yunho observou de longe, sentindo uma curiosidade crescente. Algo na forma como Mingi parecia tão confortável e à vontade no ambiente fez Yunho sentir um impulso inexplicável para se aproximar.
Quando Mingi começou a folhear um livro de poesias na seção de literatura, Yunho decidiu agir.
Ele pegou um livro da mesma prateleira e se aproximou, tentando parecer natural.
— É um ótimo livro — disse Yunho, apontando para o título que Mingi estava lendo. — O autor tem uma maneira única de capturar a essência da solidão.
Mingi ergueu os olhos do livro, surpreso com a abordagem, mas sorriu imediatamente.
— Verdade — concordou Mingi. — Eu sempre acho que as palavras podem ser um reflexo da nossa própria solidão, se permitirmos.
Havia algo intrigante na forma como Mingi falava, como se ele entendesse a solidão de uma maneira que Yunho nunca havia encontrado antes. Yunho sentiu um impulso para continuar a conversa.
— Você é um leitor? — perguntou Yunho, tentando desviar o foco do livro para uma conversa mais pessoal.
— Mais ou menos — respondeu Mingi, com um tom de leveza. — Na verdade, hoje estou apenas tentando encontrar algo para me distrair, algo que me faça sentir menos... perdido.
Yunho deu uma risada suave, reconhecendo o sentimento.
— Eu sei como é — disse ele, olhando para os livros ao redor. — Às vezes, a companhia das palavras é a única que temos.
Mingi assentiu, com um olhar que parecia revelar uma compreensão profunda.
— Encontrar alguém que entende isso é raro, YuYu. — disse Mingi, seus olhos se fixando nos de Yunho com uma intensidade suave.
O diálogo fluiu naturalmente a partir daí, como se ambos estivessem compartilhando um espaço seguro para explorar suas próprias vulnerabilidades.
Quando a livraria começou a esvaziar, Mingi olhou para o relógio e percebeu que era hora de partir.
— Foi um prazer passar esse tempo contigo. — disse Mingi, estendendo a mão em um gesto amigável.
— Igualmente — respondeu Yunho, apertando a mão de Mingi com um sorriso genuíno. — Espero que possamos nos encontrar novamente.
Mingi assentiu e, com um último olhar para Yunho, saiu da livraria.
Yunho ficou ali por um momento, sentindo uma sensação de calor inesperado e um desejo de continuar a conversa que havia começado.
A neblina do lado de fora parecia um pouco menos densa, e Yunho saiu da livraria com a esperança de que aquele reencontro fosse o início de algo significativo.
Naquela dia, Mirae parecia um pouco mais iluminada, e Yunho sentiu que havia encontrado uma nova e promissora conexão em meio à bruma de sua vida.
Fanfic também postada no Spirit ( @ minsusux) !!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Na Luz da Noite | yun + gi
RomantikEm uma cidade envolta por neblina e solidão, Yunho e Mingi compartilham um amor profundo, mas marcado pela tristeza. Yunho, um artista que luta contra seus demônios internos, encontra em Mingi uma âncora de esperança. Mingi, por sua vez, enfrenta...